segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Reflexão sobre o plebiscito no Pará

O plebiscito sobre a divisão do Pará já terminou e o resultado foi a vitória do NÃO. A questão foi definitivamente encerrada? A resposta é negativa. Os problemas continuarão e sem que haja qualquer perspectiva de que sejam enfrentados com decisão e vontade política.
O interior do Estado está completamente abandonado. A população é atendida, quando é atendida, de forma precária. Mesmo cidades grandes como Santarém possui péssimo serviço de abastecimento de água, precária rede de esgoto, não há tratamento de lixo, boa parte dos bairros tem pouca infraestrutura, a violência é expressiva principalmente na periferia e por aí vai. Nas cidades pequenas a situação é ainda pior. Isto porque são cidades sem recursos, mas que vivem problemas semelhantes aos das metrópoles. Exemplos: pessoas não possuem casas para morar e o tráfico de drogas é intenso. Em Gurupá, há varias gangues de jovens atuando na sede municipal. Todavia, a força policial é pequena e sem recursos para executar suas atribuições. Na maioria dos lugares a polícia depende das prefeituras ou de comerciantes até para abastecer os carros. A mesma situação pode ser encontrada em Breves e em outras localidades. Agora vejamos:

  • O PMDB governou o nosso estado por 12 anos, de 1983 a 1994;
  • o PSDB de 1995 a 2006 e governará o Pará de 2011 a 2014. Serão 16 anos à frente da administração;
  • O PT governou de 2007 até 2010, foram quatro anos.

O DEM, antigo Partido da Frente Liberal, com exceção do período governado pelo PT, sempre esteve às sombras do poder. Já teve até uma vice-governadora durante o primeiro mandato de Jatene. Por outro lado, o que seria o Estado do Tapajós, caso o SIM tivesse vencido, já esteve no comando do governo. O vice da Ana Julia era daquela região e o atual vice de Jatene também é de lá. O que todos eles fizeram para reverter essa situação precária no interior e na Região Metropolitana de Belém (RMB)? Verdade seja dita: o governo Ana Julia até tentou algo diferente quando dividiu o Estado em 12 regiões administrativas e descentralizou o planejamento. Todavia, esse processo foi definhando ao longo do mandato e o final foi melancólico.
Até 2014 serão 32 anos de governos eleitos democraticamente pela população. Não é tempo suficiente para que o Pará tivesse em situação qualitativamente melhor? E por que não está? Por que temos alguns dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do país? Por que a RMB é, segundo estudos do governo federal, a segunda colocada no ranking das piores em qualidade de vida? Ou seja, a situação de abandono é geral. A população sofre na capital e no interior. Claro, a situação fora de Belém é ainda pior.

Por que estou falando tudo isso? Meu objetivo é mostrar que os setores que estiveram a frente das campanhas do SIM e do NÃO são os grandes responsáveis por essa situação. Salame (PPS), Celso Sabino (PR), Lira Maia (DEM), Jatene e Zenaldo Coutinho (ambos do PSDB), "lideranças" que se destacaram na campanha, além de muitos outros que atuaram nos bastidores, todos têm "culpa no cartório. O objetivo deles é galgar cada vez mais espaços de poder em benefício próprio. Essa é a verdade. O "povo que se exploda" como diria a personagem Justo Veríssimo, criada pelo mestre Chico Anísio. Pergunta: podemos ficar a reboque dessas figuras para mudarmos o nosso Estado para melhor?
O plebiscito resultou num aspecto muito positivo: ninguém mais vai aceitar que as coisas permaneçam como estão. Mudanças terão que ser feitas obrigatoriamente. Ocorre que essas mudanças não serão promovidas por quem sempre esteve à frente do aparelho do Estado e nada fez. Ou a população, que sempre os colocou no poder, se conscientiza disso, cobra e participa efetivamente da vida política, ou continuaremos a reclamar e viver sem dignidade.

Um aspecto muito negativo também foi evidenciado durante o plebiscito, mas isso será tratado em outro post. Abraços.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os rescaldos do plebiscito

No próximo domingo nós paraenses decidiremos se o Pará continuará uno ou se teremos a criação de mais dois novos Estados, nesse caso o Tapajós e o Carajás. Vai ser uma decisão difícil por diversos motivos. Em primeiro lugar porque é inegável que a população interiorana vem sendo relegada a um plano secundário por sucessivos governos. A prestação dos serviços de saúde, abastecimento de água, coleta de esgoto e de lixo (não é possível sequer falar em tratamento), transporte, educação e moradia, entre outros, é muito deficiente. As pessoas se sentem abandonadas e entregues à própria sorte nos travessões da Transamazônica ou da Cuiabá-Santarém. Em segundo lugar porque nem a população da Região Metropolitana de Belém (RMB) ou do que vier a ser o Pará (caso haja a divisão) goza de serviços públicos de qualidade. Segundo estudos do governo federal, a RMB é uma das piores regiões metropolitanas do país em termos de qualidade de vida. Ou seja, aqui também a pobreza e o abandono são grandes, mesmo reconhecendo que a situação é um pouco melhor do que nas demais regiões.

O que é irritante nesse processo de debate sobre a divisão ou não do Estado é cara de pau de muitos políticos, estes sim alguns dos principais responsáveis pela situação a que chegamos, virem à televisão para dizer que as coisas vão melhorar se dividir, e outros dizendo que as coisas já estão mudando.

Entre os defensores da divisão encontram-se parlamentares como Lira Maia (DEM) e Giovanni Queiroz (PDT) que sempre "mamaram nas tetas" oficiais. Estiveram a maior parte do tempo às sombras do poder, beneficiando-se de diversas formas dos governos que apoiaram. Agora vêm a público denunciar uma situação da qual eles mesmos foram cúmplices e responsáveis. Do outro lado, temos Zenaldo Coutinho (PSDB) e Manoel Pioneiro (PSDB) há anos usufruindo das benesses do poder e utilizando a pobreza para garantir suas sucessivas reeleições, ambos nas periferias da RMB. São todos calhordas travestidos de cordeiros. Se tem uma coisa com a qual não estão preocupados é com a situação das populações das diferentes regiões do Pará. Zenaldo quer ser prefeito de Belém. Lira Maia quer ser governador do possível Estado do Tapajós. Giovanni sonha em ser senador, pois sabe que dificilmente seria indicado à disputa pelo comando do Estado do Carajás. Já Pioneiro deseja continuar sendo o insignificante de sempre, mas bem aquinhoado.

Não esqueçamos Simão Jatene que ocupa postos de destaque no Pará desde o final da década de 1970. Ele, portanto, não pode deixar de assumir suas responsabilidades pelo Pará ter um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do país, mesmo que estejamos entre aqueles que mais contribuem para o PIB brasileiro. Somos um estado rico com uma população pobre. Nossas riquezas servem para enriquecer alguns grupos econômicos do Brasil e do exterior enquanto que à população sobram os impactos negativos da exploração intensiva e inconsequente de nossos recursos naturais.

E o Jader? E o Priante? E o Oti Santos? E o Paulo Rocha? E o Wandekolk Gonçalves? E a Tetê? E o João Salame? E o Antonio Rocha? E a Josefina Carmo? E o Raimundo Santos? E o Megale? E o Pio X? E o Haroldo Martins? E o Tião Miranda? E o Alexandre Von? E a Simone Morgado? E o Parsival? E o Manoel Pioneiro? O que dizer de todos eles e de outros mais? Todos, absolutamente todos, são os grandes responsáveis pela indecente situação de pobreza do povo paraense. Agora, durante a campanha do plebiscito, se transformaram em defensores de "ideais nobres": denunciam a Lei Kandir que repassa as nossas riquezas a preços de "pai para filho", mostram-se horrorizados com o fato de os pobres buscarem ajuda médica em Teresina (PI), Goiás ou Tocantins, indignam-se com a falta de infraestrura. Calhordas!

As demandas das populações do Oeste e do Sul/Sudeste do Pará são legítimas. Não podemos fechar os olhos para isso. A divisão é a melhor alternativa? Há ainda muitas dúvidas quanto a essa questão e a campanha na televisão e no rádio em nada ajudaram a reflexão madura e consequente sobre o assunto. Foi um desperdício de dinheiro!

O que me preocupa é o pós-eleição. Independentemente do resultado do plebiscito o Pará não será mais o mesmo. Creio que o governo Jatene entrará numa espiral de crise. Isto porque a vitória do NÃO vai provocar inúmeros ressentimentos e a recomposição de sua base político-partidária não será fácil. Passará a ser um governo ainda mais questionado nas regiões.

Por falar em ressentimento, isto já pode ser percebido mesmo antes do dia do plebiscito. Viajando por Santarém ouvi diversas frases e piadas semelhantes às que nós paraenses comumente ouvimos quando vamos ao Amazonas, como "aquele povo de Belém" e outras mais. No aeroporto daquela cidade vi dois jovens trocando mensagens pela internet, cujos conteúdos eram racistas, identificando os/as "paraenses" como vagabundos(as) e/ou ladrões. Foi terrível assistir aquilo. A campanha na TV e na rádio (de ambos os lados) atiça ainda mais esse sentimento de disputa.

Se o SIM ganhar o definhamento da base do governo é quase certo. Os ressentimentos também serão evidenciados de diferentes formas entre a população. As disputas pelos cargos que serão criados com a constituição dos novos Estados vai levar os "paraenses" a disputá-los em melhores condições, alimentando ainda mais os conflitos entre os "naturais" e os "invasores". Este é apenas um pequeno exemplo de como os ressentimentos poderão expressar-se.

O plebiscito é uma forma democrática de decisão sobre assuntos relevantes. Pena que este tenha sido manipulado pelo SIM e pelo NÃO para encobrir interesses nefastos à população. O Povo do Pará merecia bem mais do que isto. Seja como for, os grandes grupos econômicos nacionais e estrangeiros deverão ser, mais uma vez, os grandes vencedores do processo... Infelizmente.

domingo, 13 de novembro de 2011

A saga por uma camisa...

Em agosto último passei três semanas em Porto Velho (RO) realizando uma pesquisa. Como faço em toda viagem procurei a camisa de um time local para dar de presente ao meu filho. Pois bem, essa é a descrição da saga vivida por mim para adquirir a dita camisa.

Desde que cheguei a Porto Velho procurei obter informações sobre onde comprar a camisa de algum time local. Perguntei a motoristas de taxi, amigos e transeuntes. A resposta era sempre a mesma: é difícil.

Faltando dois dias para a minha partida resolvi percorrer o comércio local. Parava as pessoas nas ruas e indagava: sabe onde compro a camisa de um time aqui de Rondônia? Talvez lá na Sete de Setembro, disse um morador depois de várias tentativas. Fui apressado ao local. Tive duas surpresas na loja indicada. A primeira é que encontrei o objeto que tanto procurava. E cá pra nós a camisa era muito bonita. Era de um time do interior que infelizmente não lembro o nome neste momento. A segunda é que a mesma custava a "bagatela" de R$ 150,00. Meu espanto foi tão grande que deixei o vendedor um tanto quanto sem jeito:

- Sabe como é, tentou justificar o funcionário da loja, os times locais vendem camisas apenas durante o campeonato. Depois que o mesmo termina as camisas são produzidas somente no ano seguinte.

- Tudo bem, lhe disse, mas com esse preço eu compro uma camisa oficial do Barcelona, o melhor time do mundo.

Diante desse poderoso argumento, o vendedor contra-atacou:

- Certo, vamos fazer o seguinte, se o senhor pagar à vista nós lhe daremos um desconto e ela custará R$ 120,00.

Eu não sei se ria com a situação, se reclamava ou se pagava e ia embora. Resolvi ir embora.

Lá estava eu mais uma vez nas ruas de Porto Velho procurando uma camisa de time local para dar ao meu filho. Pergunta daqui, pergunta dali e lá pelas tantas alguém disse:

- Vá lá na sede do Ferroviário, eles têm camisas para vender.

Peguei informações sobre onde ficava tal sede e me dirigi para lá. Uma sede razoavelmente estruturada, diga-se. Contei mais uma vez toda a saga que estava vivendo. Contudo, nada de camisas. O desânimo começou a tomar conta de mim. Foi aí que um sócio do clube reacendeu minhas esperanças:

- Lá na Federação de Futebol eles vendem camisas, afirmou.

Com passos acelerados voltei às ruas da capital rondoniense.

Agosto é um dos meses do ano em que há "um sol" para cada pessoa em Rondônia. O calor era grande. Meus pés pareciam estar sendo cozidos dentro dos sapatos. O suor tomava conta de mim. A camisa grudada no corpo e aquele odor nada agradável exigiam um banho o mais rápido possível. A umidade estava baixíssima, ao redor de 20% em determinados dias. A fumaça das queimadas invadia a cidade, deixando tudo ainda mais complicado. Era difícil respirar, principalmente à noite.

Na sede da Federação conheci um dos assessores de comunicação da entidade. Falei-lhe da minha batalha épica para agradar o filho e pedi-lhe ajuda.

- Bem, aqui nós não temos camisas à venda, disse ele.

Ainda reclamou da falta de profissionalismo dos times locais e do pouco apoio das empresas ao futebol rondoniense. Pegou o celular e passou alguns números de presidentes de times para que eu perguntasse a eles sobre a venda de camisas. Foi o que fiz. Liguei uma, duas, três vezes. A resposta era a mesma: "não temos mais camisas, só ano que vem". Foi aí que o assessor lembrou de um time novo da capital que, segundo ele, mostrava o profissionalismo que faltava aos demais. O time: Santos de Porto Velho.

O Santos de Porto Velho é na verdade uma escolinha de futebol que mantém parceria com o famoso Santos de Pelé. Liguei para o clube e.....

- Sim, temos camisas para vender, disse a funcionária.

Peguei um moto-taxi e atravessei a cidade. Já era final de tarde. A escola está localizada às margens de uma importante avenida de Porto Velho. Até onde pude observar a estrutura parecia ser boa. Havia muitas crianças no local. E o time principal se constituiu em pouco tempo numa das forças futebolísticas de Rondônia, fazendo bonito no estadual. Quanto custa a camisa, perguntei. A resposta: R$ 60,00. O que há de se fazer? Os pais fazem de tudo para agradar os filhos....

Se alguém pensa que isso é coisa de Rondônia está completamente enganado. Ao final de 2010 a galera daqui de casa estava em São Luis. E também não foi nada fácil comprar a camisa de um time local. Já os uniformes do Flamengo, Corinthians e outros grandes clubes do Brasil e do exterior são vendidos em diversos pontos da cidade. Para achar uma camisa do Nacional de Manaus tive que peregrinar por muitas lojas daquela cidade. Adquiri o único exemplar disponível numa loja de materiais esportivos. Essa é a dura realidade da maioria dos clubes brasileiros. Sem apoio de empresas, dos governos e das próprias torcidas os clubes definham lentamente, restando torcer por clubes de outras regiões do país ou da Europa.

Pelo menos aqui no Pará é situação é um pouco melhor. Não é nada difícil adquirir uma camisa do São Raimundo, em Santarém. O mesmo não se pode falar da do São Francisco. Em Belém, por onde você olha há torcedores do Remo e do Paysandu desfilando orgulhosos com seus "mantos sagrados" pelas ruas da cidade. Porém, a falta de profissionalismo, o desleixo e a corrupção se fazem presente nos clubes. Se não fizermos nada para reverter a atual situação do futebol paraense poderemos enfrentar no futuro a mesma saga que hoje se vivencia em Porto Velho, Manaus e São Luis.

Mesmo sem divisão: LEÃO, nós te amamos!!!

sábado, 5 de novembro de 2011

Belém e a imundice

Nasci e me criei em Belém. Por apenas dois anos e meio estive fora da cidade, período em que residi em Manaus. Tenho dificuldades para me ver ver vivendo em outro lugar. Nossa cidade é encantadora. Amigos que vêm por essas bandas se maravilham com a hospitalidade das pessoas, as comidas típicas, as vendedoras do Ver o Peso, a variedade de sabores dos sorvetes, o Teatro da Paz e por aí vai. Ouvir falar bem da nossa cidade é sempre muito bom ao nosso ego.


Entretanto, não podemos fechar os olhos a uma triste realidade: nossa Belém é imunda. O lixo está "democraticamente" espalhado na periferia e no centro da cidade. A outrora metrópole da Amazônia parece ter sucumbido ao lixo. É lixo nos ônibus, nos quintais, nas frentes das casas e dos prédios, nas calçadas, nas praias, nos rios que circundam a cidade e nos igarapés que a recortam. Desde as bitucas de cigarro até móveis, colchões etc. E não se pode dizer que isso ocorre por "mal hábito dos pobres", como alguns preconceituosos brandam sem cessar. É ou não comum vermos pitboys em seus carros importados lançando latas e mais latas de cervejas pelas ruas da cidade? Veja a Doca, por exemplo. Todos têm culpa independentemente da renda. Contudo, não se pode desconhecer que para quem mora na periferia, lugares em que muitas vezes o carro do lixo sequer entra, a situação é bem mais complicada. Então temos um misto de incompetência governamental e de pouca noção de cidadania, que juntas transformam nossa cidade nesse lixão a céu aberto.

Um "pequeno" detalhe. Os governos tucanos se vangloriam de terem realizado a Macrodrenagem da Bacia do Una. A maior obra de infraestrutura urbana da América latina, dizem eles. Enchem o peito emplumado para afirmar que gastaram cerca de R$ 700 milhões na obra. A maior parte emprestada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e com recursos do governo federal. Pois bem, eu lhes pergunto: Onde estão as estações de tratamento? Gastaram uma fortuna na dragagem, na instalação de fossas sépticas e na ampliação das redes de esgoto e de água e absolutamente nada na construção dessas estações? Os igarapés se tornaram grandes valões onde toda espécie de imundice se movimenta de um lado para outro. Peço desculpas aos lasanheiros e lasanheiras, mas para mim isto é uma junção de burrice, mal caratismo e - vamos dizer - mal uso do dinheiro público. Numa linguagem chula podemos afirmar o seguinte: a bosta captada de nossas casas está sendo jogada tal como antes do Projeto de Macrodrenagem nos rios onde captamos água para beber. E essa é a loucura da história, porque o tratamento fica ainda mais caro. Coitado do nosso dinheirinho...

Voltemos ao lixo - desculpem, não resisti. O nosso "honesto" e "competente" prefeito Duciomar Costa está movendo mundos e fundos para garantir a privatização do tratamento do lixo na Estação do Aurá. Primeiro, porque isso lhe garantirá muitos fundos
- principalmente nas futuras campanhas eleitorais, inclusive a do ano que vem. Segundo, com esses fundos ele vai viver no melhor dos mundos. Basta ver a singela evolução patrimonial do ilustre edil, de seus familiares e alguns amigos do peito (haja peito) nos últimos sete anos em que Dudu esteve a frente da prefeitura de Belém.

Os projetos sociais que havia no Aurá foram desmontados por Duciomar Costa. Justamente projetos de largo alcance que fizeram Belém receber vários prêmios da UNICEF e de outras instituições. Crianças foram retiradas do local por conta de serem atendidas pelo Bolsa Escola e houve o desenvolvimento de um trabalho interessante junto aos pais. Infelizmente tudo foi jogado no lixo.

A coleta do lixo já é algo ineficiente e foi privatizada há tempos. Agora, Dudu nos diz que com a privatização do Aurá tudo vai melhorar. Vai mesmo? Dudu é um privatista. Fez de tudo para tirar da COSANPA a atribuição de prestar os serviços de abastecimento de água e de coleta e de tratamento do esgoto. Para buscar a universalização dos serviços e assim melhorar as condições de vida de todos os habitantes de Belém? Não! Para repassá-los a grandes grupos privados. E se alguém acha que isso seria o melhor para a nossa cidade, pergunte a quem mora em Manaus se está plenamente satisfeito com a multinacional francesa que hoje é responsável por essa atividade na capital amazonense.

A coletiva seletiva de lixo em Belém é uma piada. Simplesmente não existe. O que vemos são ações pontuais. Até uma grande rede de supermercados da cidade iniciou a sua própria coleta seletiva. Enquanto isso, na Sala da Justiça, Dudu força o seu poderoso cérebro pra encontrar mais uma coisa para vender...

Brincadeiras a parte é preciso dizer que sinto vergonha de ver a situação a que chegamos. Eu que viajo bastante fico um tanto quanto abatido a cada volta. De constatar que a noção de cidadania ainda é algo distante na nossa comunidade e que o mal caratismo e a corrupção dão as cartas em altas esferas do poder local. Nos resta cantar?

Joga fora no lixo, joga fora no lixo...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tempos sombrios... E de alguma esperança!

Sou um leitor ávido. Sempre fui. Ao mesmo tempo busco acompanhar os acontecimentos imediatamente próximos de mim, como também aqueles que ocorrem em paragens distantes. E devo confessar a vocês que ando vivenciando um misto de sensações, nem sempre boas.

Desde o ano passado o mundo árabe vem sendo sacudido por levantes populares contra as tiranias, as más condições de vida, por democracia e liberdade. Isto em si mesmo é um fato da mais alta relevância, porque se, de um lado, esses movimentos se levantaram contra todas as formas de opressão; de outro, não significaram a adesão automática ao extremismo que tentou ganhar maior espaço político nessas sociedades. Porém, não há como desconhecer também o papel nefasto que as grandes potências mundiais, em particular o Tio Sam e a União Europeia, vem desempenhando nessa região por conta de seus interesses geopolíticos e econômicos.


Essas ditaduras foram financiadas, armadas, treinadas e apoiadas politicamente por estadunidenses e europeus por décadas para fazer frente à "ameaça comunista" e ao "terrorismo", bem como para assegurar o livre acesso de suas poderosas corporações econômicas às riquezas naturais daqueles países, em particular ao petróleo. Nunca é demais lembrar a grande proximidade de Kadafi com os italianos - e suas empresas petrolíferas -, de Bin Laden e de Hosni Mubarak com os Estados Unidos, apenas para citar alguns exemplos.

A incerteza é a principal certeza que temos no momento. Ou seja, ninguém sabe ao certo se os levantes populares resultarão realmente em sociedades democráticas e em países soberanos, ou se estes apenas mudarão de feitores. Isto porque a repressão desencadeada contras as populações pelos "novos" regimes continua sendo a tônica para debelar os enormes conflitos existentes.

Por outro lado, na Europa, crescem vertiginosamente os grupos extremistas de direita. Recentemente a chanceler alemã afirmou que a tentativa de uma "sociedade multicultural" fracassou. O que realmente ela quis dizer com isso? É uma regressão às teses da "raça ariana"? Na Holanda, Áustria, França, Itália, Inglaterra, Espanha, Alemanha e outros países dominados por governos conservadores se expandem movimentos xenófobos concomitantemente ao endurecimento de políticas anti-imigrantes. Recentemente o governo inglês expulsou ciganos de uma área e ateou fogo no acampamento.

As rebeliões pelas ruas de diversas cidades na Inglaterra se iniciaram por conta da morte de mais um jovem negro pela polícia. Esses jovens são comumente parados nas ruas, molestados e humilhados por policiais. São pobres, filhos de imigrantes e vivem nas periferias. A repressão contra eles foi violenta. A polícia chegou a prender as mães de alguns dos "revoltosos" como se tivessem alguma culpa pelos atos dos filhos. Crianças também foram presas. A grande imprensa, o governo, os endinheirados e a maior parte dos políticos ficaram "horrorizados", defenderam prisões e condenações sumárias aos "terroristas" e a censura aos blogs, exigiram ter acesso ao conteúdos das mensagens trocadas pelos internautas nas redes sociais, tal qual foi executado pelos regimes autoritários árabes, num claro atentado às liberdades individuais.


Nos Estados Unidos ganha força o movimento Ocupa Wall Street que luta contra o poder avassalador do sistema financeiro, grande responsável pela mais grave crise econômica estadunidense desde a II Guerra Mundial. Naquele país a política foi capturada pelo capital financeiro. É ele quem dá as cartas: elege parlamentares e governos, determina a política econômica e se apossa da maior fatia da riqueza nacional. O número de pobres e desempegados é imenso e, na melhor das hipóteses, não piorará nos próximos anos. A educação nos EUA atende predominantemente os ricos. Quem é pobre jamais terá acesso às universidades de ponta, estas profundamente vinculadas às grandes empresas, assim como não tem acesso a um sistema de saúde estruturado para atendê-lo. Faltam professores de Matemática, Física, Biologia e outras disciplinas básicas em grande parte das escolas públicas dos EUA. Isto porque não há interesse dos jovens pelo magistério. Enquanto isso o fosso entre ricos e pobres aumenta a cada ano, como bem demonstram as pesquisas mais recentes. E qual a resposta governamental? Prisões e agressões aos manifestantes. Se você quiser ter uma visão do domínio do capital financeiro sobre a vida estadunidense assista o filme Inside Job.


No Chile, jovens estudantes se rebelam contra o governo exigindo maiores investimentos na educação pública. O ensino foi privatizado com a ascensão do ditador Pinochet ao poder e essa situação se manteve durante os "governos democráticos". Mais repressão, prisões e processos na Justiça contra os manifestantes. Um jovem estudante morreu vítima da bala assassina da polícia.

Na Bolívia, indígenas marcharam centenas de quilômetros até a capital La Paz para protestar contra a construção de uma rodovia que atravessaria o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS). Empreendimento financiado pelo Brasil através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), e cuja construção estaria a cargo de uma grande empreiteira brasileira. A repressão contra os indígenas foi violenta: tiros, prisões, crianças separadas de seus pais e uma pessoa assassinada pelas forças policiais. Repressão esta cometida por um governo que possui um indígena no seu comando, Evo Morales.


No Brasil, o governo federal ignora as denúncias da sociedade civil sobre as diversas ilegalidades cometidas pelo Estado brasileiro para garantir a construção de Belo Monte. Contudo, já é possível constatar os impactos negativos dessa obra: crescimento expressivo da violência contra mulheres e crianças, centenas de famílias sem teto por não terem onde morar devido o abusivo aumento do preço dos aluguéis, carestia, assaltos, assassinatos etc. Tudo em nome do "progresso" e do "desenvolvimento" (para quem?).

Apesar de tudo o que citamos acima há quem ainda se indigna e vai à luta. Esse é o aspecto positivo da coisa. O que nos faz acreditar firmemente que tudo ainda pode ser mudado.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Pensar não dói: antídoto à "preguiça burocrática" - Parte I

No dia 30 de agosto último escrevi um post propondo um debate com vocês a partir do seguinte mote: o que cada um e cada uma de nós faria se estivesse à frente de algum governo? Particularmente acho que há possibilidade de se fazer bem mais do que os sucessivos gestores e gestoras vêm realizando. Quando alguém assume um cargo no executivo normalmente começa dizendo que a administração anterior promoveu o caos, que as contas públicas não fecham, que foi incompetente etc. Não podemos negar que esses problemas realmente acontecem. Contudo, uma dúvida me assalta a mente: por que não fazem diferente se são capazes de identificar os erros anteriores? Não sei quanto a vocês, mas eu estou cansado do mais do mesmo.
Tudo bem, eu sei que há muitas experiências interessantes acontecendo nos quatro cantos do país, abarcando governos federal, estaduais e municipais: Orçamentos Participativos, Congresso da Cidadania, melhoria da gestão pública e por aí vai. Todavia, meu sentimento é que muitas pessoas se tornam pobres de espírito quando assumem cargos públicos.

Chega de lenga-lenga e vamos ao que interessa. Abaixo desenvolvo o primeiro exemplo concreto do que eu faria se estivesse à frente do governo do Estado do Pará. Hoje eu vou tratar de uma atividade econômica que a meu ver merece mais atenção por parte do poder público por conta do seu grande potencial de geração de empregos, renda e tributos.

Enquanto as sucessivas administrações preocuparam-se em dar todo tipo de vantagens às grandes empresas mineradoras, em especial à Vale, do agronegócio e eletrointensivas - como a ALBRAS aqui em Barcarena - que receberam e/ou ainda recebem muitos bilhões de reais em incentivos fiscais, abatimentos no imposto de renda, empréstimos subsidiados, isenções e outras benesses, atividades econômicas baseadas na exploração intensiva de recursos naturais, que geram poucos empregos e estão voltadas quase que exclusivamente ao atendimento das demandas dos mercados externos, outras ficam relegadas ao limbo. É o caso, por exemplo, da indústria da moda.
Essa indústria movimenta bilhões de dólares por ano, emprega milhares de pessoas de diferentes especializações e se constitui numa abrangente cadeia produtiva, capaz de gerar renda em escala ampliada e elevada receita aos cofres públicos. Fico pasmo quando vejo na TV propagandas de empresas do Nordeste e do Centro-Sul do Brasil que vêm a Belém realizar "Feiras de Moda" no Centur para venderem seus produtos. Isto sem falar nas pessoas que se deslocam da capital e/ou do interior do estado para ir à Goiânia, Fortaleza, Natal e São Paulo, entre outras, de onde trazem sacolas e mais sacolas de roupas.

A Amazônia é conhecida mundialmente. Imaginem vocês os ganhos que poderíamos alcançar no ramo da moda se soubéssemos utilizar com inteligência o fato de nos encontramos na Amazônia. Roupas, jóias, bolsas e outros assessórios, além de produtos de beleza, com a "cara" da nossa região - utilizando cipós, palhas, essências, pedras preciosas e semi-preciosas e outros mais. Tudo isto associado à realização de inúmeros eventos: feiras, simpósios, cursos, festivais, workshops, congressos etc., estimulando assim uma ampla gama do setor de serviços (hotéis, restaurantes, transportes, turismo, publicidade, designer...) e outros segmentos, como a produção de artesanato. Dar conta disso exigiria, entre outras questões, um intenso trabalho de qualificação profissional, envolvendo desde a abertura de novos cursos em universidades até o aperfeiçoamento de mão de obra já envolvida com a indústria da moda. Adicionemos a tudo isto a necessidade da construção de espaços adequados e a melhoria da infraestrutura (aeroportos, mobilidade urbana e saneamento). Ufa! A lista é grande...

O fato é que as ações dos governos paraenses em relação à indústria da moda, a meu ver, foram descontínuas, fragmentadas e pouco efetivas. Essa indústria nunca foi tratada com seriedade e a persistência necessárias para que se consolidasse em nosso estado. As iniciativas parecem mais lance para a mídia ou para atender as demandas de gente próxima aos "poderosos" de plantão do que um trabalho sério para impulsionar essa atividade econômica.

Enquanto isso temos o São José Liberto, local onde são vendidas jóias, artesanato, móveis e outros produtos, cujas atividades parecem encerrar-se em si mesmas naquele lugar (nem o site de vendas funciona realmente). Ao que tudo indica não há qualquer perspectiva de ampliação, apesar do enorme talento demonstrado por ourives, artesãos e outros que mostram as infinitas possibilidades que a Amazônia inspira.

Lasanheiros e Lasanheiras... É isso o que penso. E por incrível que pareça não dói. Portanto, mandem suas contribuições do que vocês fariam se assumissem a condução de um governo.

domingo, 11 de setembro de 2011

Por uma discussão mais consistente sobre a Divisão do Pará

Salve salve lasanheiros e lasanheiras.

É com imenso prazer que informo aos nossos (poucos) leitores que chegamos à nossa 80º (octogésima) postagem aqui no #LasanhaComFarinha. E nada mais justo que fazer uma postagem interessante e de bom conteúdo. É o que vou tentar, vamos lá.

Costumo pensar que uma roda de amigos num barzinho é um excelente termômetro da sociedade sobre temas polêmicos. Além daqueles tradicionais como política, religião e futebol, certas temáticas de época costumam gerar discursos efusivos, tempos em tempos. Essas discussões muitas vezes não tem uma base teórica lá muito apurada, no entanto reflete de forma bastante fiel o modo como a população ao todo enxerga a tal problemática.

Como ficaria o estado do Pará em termos geográficos.
A bola da vez das mesas de bar daqui do meu glorioso estado do Pará é a possível divisão do estado, no fim do ano. Não pretendo, com essa postagem, dizer a vocês no que votar. Na verdade, eu não sou muito diferente dos que não possuem a tal base teórica, porém ainda assim espero contribuir, de alguma forma, nas conclusões próprias, de cada um de vocês, ao fim do ano.

Na época que eu fazia cursinho, em 2007, um certo professor de geografia dizia que "os argumentos de quem quer dividir o estado são ridículos. Mas os argumentos dos que não querem dividir são piores ainda". Antes, eu não entendia muito bem o que ele queria dizer com essa ideia, mas hoje eu compreendo melhor. A discussão pela divisão do estado, como em qualquer discussão, se baseia nos interesses pessoais de cada pessoa: o desmembramento faz todo sentido pra quem mora nos possíveis estados e causa repulsa em quem mora no possível futuro Pará recortado.

É um fenômeno realmente impressionante o que tem acontecido aqui por essas bandas: uniões nunca imaginadas e prol de uma ou outra decisão. Explico: "Nunca antes na história desse" estado os grupos "O Liberal" (ORM) e "Diário do Pará" (RBA) defenderam tanto a mesma ideia. E isso tem uma lógica muito grande, pois ambos os grupos de comunicação vão perder bastante influência política. O poder de barganha com determinados políticos e segmentos da sociedade civil vai diminuir consideravelmente. Em contra-partida, nessa discussão os partidos políticos praticamente se desfizeram, pois os deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos que são do interior do estado mostram um apoio frenético à divisão. Veja bem, existem políticos do interior em todos os partidos, ou seja, independente de visão política os que são dos possíveis novos estados apoiam a divisão, enquanto que os da capital, região metropolitana e nordeste do Pará não querem a divisão.

Não existe nessa discussão PT, PSDB, PMDB, DEM, PSOL, PV ou outro: tudo depende de que lugar é o político. Na gestão do PT, que terminou no ano passado, a então governadora Ana Júlia Carepa defendia o estado unido, enquanto que seu vice (Odair Corrêa, se não me falha a memória) que é de Santarém era um dos maiores entusiastas da criação dos novos estados. 

Slogan da propaganda a favor da
manutenção da união do estado
A população em geral parece compartilhar da visão de seus políticos. Na região que irá continuar sendo Pará, mesmo que ocorra a divisão, é raríssimo ver alguém contra a divisão do estado. Predomina aqui o mesmo argumento vago de que vai ser gasto bilhões de reais na construção da infra-estrutura necessária aos novos estados. Por que é vago esse argumento? Porque é justamente o que a classe política local e mais os que vão perder poder de influência, como os grupos citados anteriormente, querem que a gente pense. Vejam bem, eu não estou aqui defendendo a divisão do estado, apenas quero mostrar que é preciso argumentos mais consistentes do que esse, pois todo ano os governos em geral desperdiçam bilhões em outras coisas, e até mesmo com desvio. Pra mim esse não é um argumento suficiente, e é o único que a população em geral usa. Ah não, tem outro também: "esses caras só querem dividir o estado pra roubar mais dinheiro pra lá!". Outro argumento que a imprensa vai martelar na nossa cabeça quando o horário político começar.

Slogan da propaganda a favor da divisão do estado.
Por outro lado, a população do interior do estado é quase unânime quanto a criação dos novos estados. O argumento deles é que vai trazer progresso o fato de terem autonomia de decidir o que querem pra eles. Puro engano. Isso é o que os políticos de lá querem que a população acredite. Se isso vai acontecer, é outra história. Fato é que muitos dos nossos amigos interioranos não se consideram paraenses. Isso ficou bastante visível pra mim quando fui à cidade de Santarém, oportunidade a qual pude perceber que eles possuem muito mais ligação com Manaus do que com Belém. Podemos ver várias faixas pró-Carajás nos jogos do Águia de Marabá, pela série C do campeonato brasileiro.

Visto isso, outro argumento usado por quem quer a união do estado é que a divisão do estado ia quebrar toda a identidade cultural da população paraense. Mas que idiotice! Os caras nem se consideram paraenses, imagina ter cultura paraense. O mais hilário é ver as propagandas do Diário do Pará na televisão, com a temática "Orgulho de ser paraense" e 95% das imagens mostradas são de Belém. Quer dizer que ter orgulho de ser paraense é ser de Belém?

To com medo de parecer que eu quero que o Pará seja dividido, mas são apenas pensamentos sobre a ignorância e até a hipocrisia que muitos dos que defendem a união do estado possuem. É mais que claro, meus amigos, que tudo isso gira em torno de interesses políticos e pessoais. Tem gente que é contra só por ser do contra, e não pode ser assim. É uma decisão importantíssima que deve ser tomada com muito conhecimento do assunto. Devemos analisar, por exemplo, a migração que esses novos estados vão sofrer, caso sejam criados. Marabá e Santarém tem capacidade pra absorver essa gente toda que vai pra lá? Essas cidades possuem infra-estrutura necessária pra todas as transformações que vão ocorrer? Belém não ficaria melhor com 500 mil pessoas a menos, circulando na cidade? Pense: menos engarrafamentos, menos filas nos hospitais e até quem sabe menos violência?

Temos que pensar no todo, o que é melhor para os quase 7 milhões de pessoas que habitam esse estado. O que é mais vantajoso pra todos nós. Não podemos nos prender a certas opiniões tendenciosas. Os jornais de nível nacional também se encaixam nesse perfil. Espero realmente que ao começar a propaganda gratuita no rádio e televisão, os argumentos de todos, seja contra ou a favor, tenham uma melhor base teórica, para que dia 11 de dezembro façamos a melhor escolha.

Beijo do gordo! Uou!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

11 de setembro: o domínio pelo medo.

Dia 11 de setembro de 2011. Dez anos se passaram desde o ataque às Torres Gêmeas. Cerca de 3.000 inocentes assassinados por imbecilidade, ódio, intolerância, estupidez. É comum ouvirmos de importantes (e outros não tão importantes) comentaristas políticos que o planeta não é mais o mesmo desde então. Isto é verdade.

O grande intelectual estudunidense Noam Chomsky, nascido na Filadelfia. em 1928, publicou anos atrás um livro em que ele mostra o uso do medo como arma política utilizada pelo Tio Sam para estender seu poder a todos os continentes. O medo continua sendo um elemento da mais elevada importância para que os sucessivos governos dos EUA canalizem o apoio da população do país - e de outros também - às suas políticas externas. Dois exemplos a seguir.

Com Ronald Reagan, no início da década de 1980, o objetivo era livrar os EUA de um possível ataque nuclear em massa da então União Soviética. Este foi o mote para o início do projeto Guerra nas Estrelas que previa, entre outras ações, a constituição de uma rede sofisticada de satélites militares com o objetivo de formar um escudo que permitisse a destruição dos mísseis soviéticos ainda no espaço. Foram trilhões de dólares gastos na indústria bélica. A União Soviética entrou em colapso, vários países foram constituídos e o ataque não aconteceu.

Com George Bush (Baby Bush), o ataque de 11 de setembro serviu de mote para a chamada guerra preventiva, que nada mais é que o direito outorgado pelos EUA a si mesmo para invadir qualquer pais que considerem hostil a seus interesses. Com isso, os estadunidenses simplesmente rasgaram os acordos internacionais, desmoralizaram a Organização das Nações Unidas (ONU) e se auto-proclamaram os imperadores mundiais.

Sem os soviéticos para representar o mal no mundo era crucial encontrar um novo inimigo. Eis que chega o dia 11 de setembro de 2001: os ataques às torres gêmeas de Nova Iorque caíram com o uma luva para os Falcões do Pentágono e a indústria bélica estadunidense. A extrema direita ficou exultante. "Viva, encontramos o nosso novo inimigo!", gritaram Bush e todos aqueles que vivem do medo da população. A partir daquele momento os muçulmanos passaram a ser a "bola da vez".

De uma hora pra outra antigos aliados transformaram-se quase que por encanto em assassinos cruéis que deveriam ser punidos a qualquer custo. Foi assim que Sadam Hussein e Bin Laden - antigos colaboradores da Agência Central de Inteligência (CIA), armados, treinados e financiados por esta - tiveram seus dias contados. O Iraque foi invadido sob o pretexto de que possuía armas de destruição em massa. Pura mentira. Nada jamais foi encontrado naquele país. Bin Laden, aliado dos EUA na luta contra os soviéticos no Afeganistão, foi recentemente assassinado. Como panos de fundo político e econômico vinculados a esses dois acontecimentos estão as enormes reservas de petróleo iraquiano, a fantástica jazida de lítio e outros minerais estratégicos para a nova revolução tecnológica em andamento (usados em computadores e satélites, por exemplo) encontrados no Afeganistão, ou dutos de petróleo que atravessam este país e que são importantíssimos ao "Ocidente" e por aí vai.

Os ataques às torres gêmeas foram magistralmente utilizados por Bush e seus comparsas para estender seu domínio de forma avassaladora nos EUA e no mundo. O medo disseminado todos os dias pelos grandes meios de comunicação, que reproduriam incessantemente os discursos oficiais resultou, entre outras medidas, na aprovação do Ato Patriótico. Com o Ato Patriótico os poderes do governo Bush foram alargados. A partir daquele momento a CIA e o Federal Bureau of Investigation (FBI) poderiam interceptar ligações telefônicas, abrir correspondências, vasculhar a vida privada de pessoas (como o uso do cartão de crédito e mesmo os emails) quando considerassem necessário na luta contra os terroristas. Os direitos civis estadunidenses, duramente conquistados através de lutas memoráveis como a capitaneada pelo pastor negro Matin Luther King Jr. foram jogados na lata do lixo.

A partir de 11 de setembro de 2011 todo qualquer estadunidense e/ou estrangeiro residente naquele país passou a ser encarado como inimigo em potencial. O medo foi disseminado na sociedade. A paranóia tomou conta de mentes e corações, pois, o vizinho, o leiteiro, o entregador de pizza ou o jardineiro, nunca se sabe, qualquer um deles poderia ser um terrorista disfarçado, pronto para cometer atos insanos.

Pelo menos 200 pessoas encontram-se presas sem qualquer comprovação de ligação com terroristas nos EUA. Muitos foram encarcerados apenas por professarem a religião islâmica, terem viajado a países do Oriente Médio ou outros considerados perigosos pelo Tio Sam. O Jornal da Record do dia 08 de setembro mostrou o caso de duas famílias muçulmanas vivendo essa situação nos Estados Unidos. Num dos casos o FBI introduziu um informante entre a família. Este forjou provas contra quatro rapazes (muçulmanos de origem albanesa). A "justiça" estadunidense com base nas mentiras criadas mantêm os jovens presos e pode condená-los ao cárcere pro resto das suas vidas. Um ex-agente do FBI entrevistado disse que esses informantes se multiplicaram aos milhares nos EUA após o ataque às torres gêmeas, recebem dinheiro do governo para gerar informações de interesse do governo na sua "luta contra o terror". Segundo ele, quando não possuem nada de interessante esses informantes forjam provas.

Devemos lamentar e condenar o assassinato das 3.000 pessoas ocorrido em 11 de setembro de 2001? Evidentemente que sim. Todavia, não podemos fechar os olhos para o fato de que todos os dias centenas de civis inocentes são assassinados por forças militares estadunidenses ao redor do planeta, como no Iraque e no Afeganistão. São vários os casos já comprovados de execuções sumárias contra homens, mulheres e crianças promovidas por forças especiais do Tio Sam. Não podemos esquecer que o Tio Sam armou, financiou e treinou as polícias secretas de Muamar Kadhafi, Sadam Hussein e de muitos outros ditadores para as usarem contra civis inocentes e opositores aos seus regimes. Esse foi o caso da ditadura brasileira, cujos militares foram devidamente treinados sobre a "arte de torturar" para obter informações de "terroristas".


Não, as homenagens que devemos prestar às 3.000 pessoas assassinadas em Nova Iorque não devem e nem podem nos fazer esquecer os atos criminosos dos Estados Unidos que ceifam a vida de homens, mulheres e crianças inocentes todos os dias pelo mundo. Estes também merecem ser lembrados e pranteados. Acima de tudo merecem que a justiça seja feita. Não por loucos suicidas, mas pela punição dos que estão e/ou estiveram nos altos escalões do governo dos EUA.

E a grande desgraça disso tudo é que o mundo não ficou mais seguro...

Lasanheiros e lasanheiras, esta é a minha opinião.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Medo e suas vantagens

Olá blogueiros de plantão!

Saudades? Espero que sim. Mas eu sei que a maioria nem reparou minha ausência. Brincadeiras a parte, queria me explicar falando que não postei ultimamente por dois fatores, férias e preguiça. XD

Então vamos ao que realmente interessa! Hoje vou falar sobre um sentimento. Paixão, raiva, amor? Não, acho que sobre esses sentimentos os grupos de pagode já nos deixaram saturados, se bem que o sentimento que pretendo falar aparece freqüentemente nas letras de música de pagode. O Medo.

Não é de hoje que o medo é retratado.
Vocês já pararam pra analisar como esse sentimento é intrigante? Se não, queria que vocês fizessem uma auto-análise e tentassem perceber como esse sentimento é fundamental na vida de vocês. Vamos lá, três minutinhos antes de continuarem a leitura. Já? Legal não? Aqui vão algumas percepções que tive sobre o medo e espero que vocês se identifiquem.

Agora pensem, se todo mundo fosse corajoso e o medo não existisse? Que viagem né? Imaginem a quantidade de homens que morreriam ou seriam assaltados voltando da casa de suas namoradas, três da manhã, a pé, da Terra Firme (nada contra o pessoal da Terra Firme. É nozes manolos) ou o pessoal que comeria açaí com jaca. Brincadeira, eu acho que não faz mal. Poderia dar mil exemplos, mas todos nos levariam a mesma conclusão: o medo é tão fundamental quanto à coragem.

Quem aí não tem medo de filme de terror? A grande maioria com certeza já se assustou com algum filme ou uma cena que seja. Sempre fica aquela sensação: “Porra, nunca vou querer que isso aconteça comigo”. E alguns minutos depois que o filme acaba, ficamos com um certo receio, escabreados, olhando para trás dentro de nossas próprias casas, como se o Jason fosse sair do banheiro e matar todo mundo. E onde quero chegar com todo isso? Em algo simples e que vocês devem saber: o medo nos mantém alerta para qualquer eventualidade, desde o Jason sair do banheiro ou para algum ladrão que invada nossas casas. Apenas um exemplo pessoal, o Jason não esta no seu banheiro... Eu acho.

Lembram daquele ditado “mas vale um covarde vivo que um corajoso morto”? Cara, a mais pura verdade. Isso não é papo de covarde, isso é papo de quem tem muito a perder na vida. Penso que todos nós não queremos morrer, pois temos sonhos ou pessoas que dependem de nós. Vocês acham que é certo reagir a um assalto sabendo que se tem um filho pra criar? Nunca no Brasil. Vocês acham que é certo brigar com 5 (famoso 5 contra 1), só pra mostrar que é o “fodão”, mesmo sabendo que vai levar uma surra, enquanto eu sei que minha mãe esta me esperando inteiro em casa? Realmente, não rola.

Pessoal, não estou dizendo que a coragem é menos importante que o medo, pois sabemos que sem ela também não estaríamos aqui. Ela é necessária em várias ocasiões, assim como o medo. Já que eu estou falando de coragem e medo, vou falar algo pessoal. Em alguns momentos da vida fiz ou consegui algumas coisas mais pelo medo do que pela coragem. Bem, eu explico. Por exemplo, andar de bicicleta.

Eu realmente não gostava, tinha medo de cair, mas quis aprender, pois tinha receio que meus amigos ficassem rindo de mim por não saber andar de bicicleta. Ou seja, o medo de ser “encarnado” foi maior que o medo de cair o que gerou em mim, coragem para aprender. É assim povo, se pararmos para pensar descobriremos inúmeras situações que envolvem medo e coragem, não necessariamente nessa ordem.
Agora sem dúvida nenhuma, o maior medo da grande maioria das pessoas, é a morte. Para quem possui uma religião, legal, fica mais fácil encarar a morte. Mas agora imagina o povo que não possui nenhuma, ou que, apesar de freqüentar uma, não é completamente convicto. Se ainda não entenderam onde quero chegar, vamos lá. Imagina que você esta prestes a morrer. (Mas já?) Agora pensem que depois da morte não tem nada, nada mesmo, sem movimento, sem essa voz em nossas cabeças, sem luz... Tudo acabou ali naquele instante... Não sei quanto a vocês, mas para mim é um sentimento angustiante, que me faz ter mais medo da morte. Sinceramente, prefiro acreditar que depois da morte ainda exista uma outra vida, parece que assim, minha cabeça fica mais calma.

Meus caros leitores, essas são as minhas percepções sobre do que é o medo e como ele influência na minha vida. Espero que tenham se identificado, caso contrario, comentem sobre o que é “medo” para vocês, pois o tema é muito abrangente e que também possui detalhes mais técnicos, que claro, pela minha ignorância não foram abordados.

E para finalizar, queria dedicar essa postagem a todos meus amigos que compareceram no meu babychá ou babybeer, para alguns, mas especialmente (sem “puxação” de saco, mas já puxando) para o meu amigo Alexandre. É... Esse mesmo, o dono do Blog. Estava pensando em fazer um depoimento em forma de post, mas parei pra pensar e iria ficar muito meloso. Mas falando sério agora: cara, “obrigadão” de coração, por toda força e todo companheirismo que você me proporcionou durante esses, praticamente, 4 anos. Sem mencionar seus pais, que sempre me trataram bem, abrindo as portas de sua casa para que eu pudesse freqüentar e hoje me sinto praticamente da família. Seu Guilherme e Dona Regina, muito obrigado também de coração, o BabyChá foi sensacional e nunca irei esquecer todo o carinho que vocês me deram. E Lucas, meu filho vai te ganhar no PES, espere e verá.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pensar não dói!

Galera, tenho pensado muito ultimamente sobre o que eu faria se tivesse a possibilidade de estar a frente de um governo. A conclusão que cheguei é que seria possível fazer muito mais se as pessoas realmente tivessem interesse de executar ações em benefício da comunidade. Todo governante que entra reclama que faltam recursos, que o governante anterior deixou tudo "quebrado". Mas o que propõem? Muitas vezes o mais do mesmo. Então resolvi colocar no papel algumas propostas que considero relevantes. Os posts que seguirão a partir de agora terão um objetivo bem preciso: estimular o debate sobre políticas públicas que realmente beneficiem a maioria da população.

Vocês, leitores e leitoras do Lasanha, estão intimados a ler e comentar os posts e apresentar suas sugestões. Que tal? Vamos fazer uma grande corrente de reflexão sobre o que seria possível para melhorarmos Belém, o Pará e o Brasil. Sintam-se todos e todas estimulados(as). Abraços.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Desabafos e lamentações Lasanheiras

Salve salve gente boa!

Estava eu aqui na biblioteca me lamentando por não fazer a prova de Análise Real (nem me pergunte por quê não quis fazer essa prova) quando adentra no recinto o meu grande amigo Tico. Como bom matemático eu pensei um pouco e foi só somar 2 + 2: Eu e o Tico estamos aqui de bobeira, e nós dois somos blogueiros do Lasanha, o que nós podemos fazer? Um post conjunto!

Bem, meus caros amigos, eu (Tico) não fazer a prova, normal. Mas encontrar o Alexandre aqui realmente me surpreendeu, e nada melhor que uma postagem para afogar nossas mágoas. E agora, sobre o que falar?

Sinceramente? Eu não to afim de falar nada de relacionado à crítica ou a polêmica. Preciso rir um pouco. Que tu acha de contar uma piada, Tico?

Piada? Sinceramente, hoje estou um pouco desanimado para piadas, mas se tu quiser posso te contar aquela do cara que vai ser Pai e não tem onde cair morto, quer ler?

Haha! Essa eu já sei! Tenho um amigo na minha sala nessa situação! Hueaheuahuae... Não não, vamos fazer o que a gente sempre faz no blog mesmo: falar mal de alguém ou alguma coisa. Que vai ser agora?

Hum...Que tal falarmos das peculiaridades da vida na faculdade? Ou se quiser, podemos falar mal do Professor de Análise?

Não, tu é doido é? Isso ainda vai dar merda. Bora falar de coisa séria. Ou quase séria. Que tal abrir o coração aqui no blog e falar sobre nossas perspectivas de futuro, profissional e acadêmico? Cara, não é terrivelmente assustador pensar que ano que vem tu não tem nada garantido? Saber que tu vai ter que trabalhar ou se matar pra passar em concurso ou num Mestrado? E depois tu pensar "Isso se eu me formar, porque meu TCC tá triste ainda!"...

Como um belo vagabundo que eu sou, não pensei em metade dessas indagações que tu fez. Mas falando sério agora, são várias as minhas preocupações, todas essas que  tu colocaste com a mais fundamental de todas, no meu caso: meu filho que vem por aí. Do meu TCC ainda não saiu nada. Concurso? Realmente, ainda estou preocupado em ser aprovado este ano. Ainda não me vejo em uma sala de aula, não me sinto capacitado, sem mencionar que não era bem isso que eu queria para a minha vida. Cara, acredito que o futuro é muito incerto, principalmente no meu caso, não me prendo pensando muito nessas coisas. Mas e tu, se pudesse escolher uma outra profissão, qual seria?

Outra profissão... Eu gosto da ideia de ser professor! Mas falando do geral, eu gosto muito da ideia de inclusão social, e educação é excelente ramo pra isso. Mas não é o único: esporte é um ótimo agente de inclusão social. Como eu não faria Educação Física por não gostar de Biologia, eu faria jornalismo pra poder trabalhar na parte esportiva desse ramo. Mas a gente tem que se formar primeiro, né? Por enquanto tenho que me focar nisso. Sabe o que é a coisa mais frustrante pra mim na atualidade? Todo mundo que me encontra, quase todo os dias, me perguntam como tá o meu TCC. E o que é pior é não saber o que responder... Cara, to sentindo estar fazendo vestibular de novo, toda aquela pressão, toda aquela cobrança...

Cara, apesar da vida sempre me trazer para a realidade, ainda me considero um sonhador. Ainda me imagino sendo jogador de futebol, sendo Dj, um dos meus Hobbies favoritos, ou fazendo shows por ai de comedy stand up. Acho que serei avacalhado por esse ultimo trecho. Mas o que tenho de concreto é o fato de me tornar professor, então, mais pelo meu filho do que por qualquer outra coisa, vou me agarrar no que eu tenho agora. Têm certeza que não quer escutar aquela piada do cara que vai ser pai?

Pois é bicho, depois tu conta. Já to melhor depois desse desabafo. Tenho ciência de que esse blog não tem como foco falar dos problemas individuais e pessoais dos seus colaboradores. Mas eu choro, o blog é nosso mesmo e a gente faz o que quiser, não é mesmo? Até porque, se alguém não gostou, não sei porque então leu até aqui. Mas não se preocupe, na próxima postagem o blog volta ao normal. O problema é que eu sei que meus pais leem isso aqui. To é lascado quando eu chegar em casa. Mas relaxa, no fim, tudo vai dar certo!

Ainda bem que minha mãe não sabe ler (rsrs). Brincadeiras a parte, eu também me sinto melhor depois desse desabafo. Creio que todos possuem algum tipo de problema e dividi-los com alguém é de muita relevância. Logo, o que concluímos com tudo isso? Não falte suas provas para escrever em um blog, que você vai acabar escrevendo algumas merdas na internet.

Bem galera esse post foi apenas para matar o tempo, esperamos que vocês gostem, senão sinto muito, quem perdeu alguns minutos da vida foram vocês. Só pra finalizar, se tiverem qualquer sugestão de tema pra essa parada, só mandar via comentário ou Twitter (@BlogLasanha). Até mais pessoal!