quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Pensar não dói: antídoto à "preguiça burocrática" - Parte I

No dia 30 de agosto último escrevi um post propondo um debate com vocês a partir do seguinte mote: o que cada um e cada uma de nós faria se estivesse à frente de algum governo? Particularmente acho que há possibilidade de se fazer bem mais do que os sucessivos gestores e gestoras vêm realizando. Quando alguém assume um cargo no executivo normalmente começa dizendo que a administração anterior promoveu o caos, que as contas públicas não fecham, que foi incompetente etc. Não podemos negar que esses problemas realmente acontecem. Contudo, uma dúvida me assalta a mente: por que não fazem diferente se são capazes de identificar os erros anteriores? Não sei quanto a vocês, mas eu estou cansado do mais do mesmo.
Tudo bem, eu sei que há muitas experiências interessantes acontecendo nos quatro cantos do país, abarcando governos federal, estaduais e municipais: Orçamentos Participativos, Congresso da Cidadania, melhoria da gestão pública e por aí vai. Todavia, meu sentimento é que muitas pessoas se tornam pobres de espírito quando assumem cargos públicos.

Chega de lenga-lenga e vamos ao que interessa. Abaixo desenvolvo o primeiro exemplo concreto do que eu faria se estivesse à frente do governo do Estado do Pará. Hoje eu vou tratar de uma atividade econômica que a meu ver merece mais atenção por parte do poder público por conta do seu grande potencial de geração de empregos, renda e tributos.

Enquanto as sucessivas administrações preocuparam-se em dar todo tipo de vantagens às grandes empresas mineradoras, em especial à Vale, do agronegócio e eletrointensivas - como a ALBRAS aqui em Barcarena - que receberam e/ou ainda recebem muitos bilhões de reais em incentivos fiscais, abatimentos no imposto de renda, empréstimos subsidiados, isenções e outras benesses, atividades econômicas baseadas na exploração intensiva de recursos naturais, que geram poucos empregos e estão voltadas quase que exclusivamente ao atendimento das demandas dos mercados externos, outras ficam relegadas ao limbo. É o caso, por exemplo, da indústria da moda.
Essa indústria movimenta bilhões de dólares por ano, emprega milhares de pessoas de diferentes especializações e se constitui numa abrangente cadeia produtiva, capaz de gerar renda em escala ampliada e elevada receita aos cofres públicos. Fico pasmo quando vejo na TV propagandas de empresas do Nordeste e do Centro-Sul do Brasil que vêm a Belém realizar "Feiras de Moda" no Centur para venderem seus produtos. Isto sem falar nas pessoas que se deslocam da capital e/ou do interior do estado para ir à Goiânia, Fortaleza, Natal e São Paulo, entre outras, de onde trazem sacolas e mais sacolas de roupas.

A Amazônia é conhecida mundialmente. Imaginem vocês os ganhos que poderíamos alcançar no ramo da moda se soubéssemos utilizar com inteligência o fato de nos encontramos na Amazônia. Roupas, jóias, bolsas e outros assessórios, além de produtos de beleza, com a "cara" da nossa região - utilizando cipós, palhas, essências, pedras preciosas e semi-preciosas e outros mais. Tudo isto associado à realização de inúmeros eventos: feiras, simpósios, cursos, festivais, workshops, congressos etc., estimulando assim uma ampla gama do setor de serviços (hotéis, restaurantes, transportes, turismo, publicidade, designer...) e outros segmentos, como a produção de artesanato. Dar conta disso exigiria, entre outras questões, um intenso trabalho de qualificação profissional, envolvendo desde a abertura de novos cursos em universidades até o aperfeiçoamento de mão de obra já envolvida com a indústria da moda. Adicionemos a tudo isto a necessidade da construção de espaços adequados e a melhoria da infraestrutura (aeroportos, mobilidade urbana e saneamento). Ufa! A lista é grande...

O fato é que as ações dos governos paraenses em relação à indústria da moda, a meu ver, foram descontínuas, fragmentadas e pouco efetivas. Essa indústria nunca foi tratada com seriedade e a persistência necessárias para que se consolidasse em nosso estado. As iniciativas parecem mais lance para a mídia ou para atender as demandas de gente próxima aos "poderosos" de plantão do que um trabalho sério para impulsionar essa atividade econômica.

Enquanto isso temos o São José Liberto, local onde são vendidas jóias, artesanato, móveis e outros produtos, cujas atividades parecem encerrar-se em si mesmas naquele lugar (nem o site de vendas funciona realmente). Ao que tudo indica não há qualquer perspectiva de ampliação, apesar do enorme talento demonstrado por ourives, artesãos e outros que mostram as infinitas possibilidades que a Amazônia inspira.

Lasanheiros e Lasanheiras... É isso o que penso. E por incrível que pareça não dói. Portanto, mandem suas contribuições do que vocês fariam se assumissem a condução de um governo.

domingo, 11 de setembro de 2011

Por uma discussão mais consistente sobre a Divisão do Pará

Salve salve lasanheiros e lasanheiras.

É com imenso prazer que informo aos nossos (poucos) leitores que chegamos à nossa 80º (octogésima) postagem aqui no #LasanhaComFarinha. E nada mais justo que fazer uma postagem interessante e de bom conteúdo. É o que vou tentar, vamos lá.

Costumo pensar que uma roda de amigos num barzinho é um excelente termômetro da sociedade sobre temas polêmicos. Além daqueles tradicionais como política, religião e futebol, certas temáticas de época costumam gerar discursos efusivos, tempos em tempos. Essas discussões muitas vezes não tem uma base teórica lá muito apurada, no entanto reflete de forma bastante fiel o modo como a população ao todo enxerga a tal problemática.

Como ficaria o estado do Pará em termos geográficos.
A bola da vez das mesas de bar daqui do meu glorioso estado do Pará é a possível divisão do estado, no fim do ano. Não pretendo, com essa postagem, dizer a vocês no que votar. Na verdade, eu não sou muito diferente dos que não possuem a tal base teórica, porém ainda assim espero contribuir, de alguma forma, nas conclusões próprias, de cada um de vocês, ao fim do ano.

Na época que eu fazia cursinho, em 2007, um certo professor de geografia dizia que "os argumentos de quem quer dividir o estado são ridículos. Mas os argumentos dos que não querem dividir são piores ainda". Antes, eu não entendia muito bem o que ele queria dizer com essa ideia, mas hoje eu compreendo melhor. A discussão pela divisão do estado, como em qualquer discussão, se baseia nos interesses pessoais de cada pessoa: o desmembramento faz todo sentido pra quem mora nos possíveis estados e causa repulsa em quem mora no possível futuro Pará recortado.

É um fenômeno realmente impressionante o que tem acontecido aqui por essas bandas: uniões nunca imaginadas e prol de uma ou outra decisão. Explico: "Nunca antes na história desse" estado os grupos "O Liberal" (ORM) e "Diário do Pará" (RBA) defenderam tanto a mesma ideia. E isso tem uma lógica muito grande, pois ambos os grupos de comunicação vão perder bastante influência política. O poder de barganha com determinados políticos e segmentos da sociedade civil vai diminuir consideravelmente. Em contra-partida, nessa discussão os partidos políticos praticamente se desfizeram, pois os deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos que são do interior do estado mostram um apoio frenético à divisão. Veja bem, existem políticos do interior em todos os partidos, ou seja, independente de visão política os que são dos possíveis novos estados apoiam a divisão, enquanto que os da capital, região metropolitana e nordeste do Pará não querem a divisão.

Não existe nessa discussão PT, PSDB, PMDB, DEM, PSOL, PV ou outro: tudo depende de que lugar é o político. Na gestão do PT, que terminou no ano passado, a então governadora Ana Júlia Carepa defendia o estado unido, enquanto que seu vice (Odair Corrêa, se não me falha a memória) que é de Santarém era um dos maiores entusiastas da criação dos novos estados. 

Slogan da propaganda a favor da
manutenção da união do estado
A população em geral parece compartilhar da visão de seus políticos. Na região que irá continuar sendo Pará, mesmo que ocorra a divisão, é raríssimo ver alguém contra a divisão do estado. Predomina aqui o mesmo argumento vago de que vai ser gasto bilhões de reais na construção da infra-estrutura necessária aos novos estados. Por que é vago esse argumento? Porque é justamente o que a classe política local e mais os que vão perder poder de influência, como os grupos citados anteriormente, querem que a gente pense. Vejam bem, eu não estou aqui defendendo a divisão do estado, apenas quero mostrar que é preciso argumentos mais consistentes do que esse, pois todo ano os governos em geral desperdiçam bilhões em outras coisas, e até mesmo com desvio. Pra mim esse não é um argumento suficiente, e é o único que a população em geral usa. Ah não, tem outro também: "esses caras só querem dividir o estado pra roubar mais dinheiro pra lá!". Outro argumento que a imprensa vai martelar na nossa cabeça quando o horário político começar.

Slogan da propaganda a favor da divisão do estado.
Por outro lado, a população do interior do estado é quase unânime quanto a criação dos novos estados. O argumento deles é que vai trazer progresso o fato de terem autonomia de decidir o que querem pra eles. Puro engano. Isso é o que os políticos de lá querem que a população acredite. Se isso vai acontecer, é outra história. Fato é que muitos dos nossos amigos interioranos não se consideram paraenses. Isso ficou bastante visível pra mim quando fui à cidade de Santarém, oportunidade a qual pude perceber que eles possuem muito mais ligação com Manaus do que com Belém. Podemos ver várias faixas pró-Carajás nos jogos do Águia de Marabá, pela série C do campeonato brasileiro.

Visto isso, outro argumento usado por quem quer a união do estado é que a divisão do estado ia quebrar toda a identidade cultural da população paraense. Mas que idiotice! Os caras nem se consideram paraenses, imagina ter cultura paraense. O mais hilário é ver as propagandas do Diário do Pará na televisão, com a temática "Orgulho de ser paraense" e 95% das imagens mostradas são de Belém. Quer dizer que ter orgulho de ser paraense é ser de Belém?

To com medo de parecer que eu quero que o Pará seja dividido, mas são apenas pensamentos sobre a ignorância e até a hipocrisia que muitos dos que defendem a união do estado possuem. É mais que claro, meus amigos, que tudo isso gira em torno de interesses políticos e pessoais. Tem gente que é contra só por ser do contra, e não pode ser assim. É uma decisão importantíssima que deve ser tomada com muito conhecimento do assunto. Devemos analisar, por exemplo, a migração que esses novos estados vão sofrer, caso sejam criados. Marabá e Santarém tem capacidade pra absorver essa gente toda que vai pra lá? Essas cidades possuem infra-estrutura necessária pra todas as transformações que vão ocorrer? Belém não ficaria melhor com 500 mil pessoas a menos, circulando na cidade? Pense: menos engarrafamentos, menos filas nos hospitais e até quem sabe menos violência?

Temos que pensar no todo, o que é melhor para os quase 7 milhões de pessoas que habitam esse estado. O que é mais vantajoso pra todos nós. Não podemos nos prender a certas opiniões tendenciosas. Os jornais de nível nacional também se encaixam nesse perfil. Espero realmente que ao começar a propaganda gratuita no rádio e televisão, os argumentos de todos, seja contra ou a favor, tenham uma melhor base teórica, para que dia 11 de dezembro façamos a melhor escolha.

Beijo do gordo! Uou!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

11 de setembro: o domínio pelo medo.

Dia 11 de setembro de 2011. Dez anos se passaram desde o ataque às Torres Gêmeas. Cerca de 3.000 inocentes assassinados por imbecilidade, ódio, intolerância, estupidez. É comum ouvirmos de importantes (e outros não tão importantes) comentaristas políticos que o planeta não é mais o mesmo desde então. Isto é verdade.

O grande intelectual estudunidense Noam Chomsky, nascido na Filadelfia. em 1928, publicou anos atrás um livro em que ele mostra o uso do medo como arma política utilizada pelo Tio Sam para estender seu poder a todos os continentes. O medo continua sendo um elemento da mais elevada importância para que os sucessivos governos dos EUA canalizem o apoio da população do país - e de outros também - às suas políticas externas. Dois exemplos a seguir.

Com Ronald Reagan, no início da década de 1980, o objetivo era livrar os EUA de um possível ataque nuclear em massa da então União Soviética. Este foi o mote para o início do projeto Guerra nas Estrelas que previa, entre outras ações, a constituição de uma rede sofisticada de satélites militares com o objetivo de formar um escudo que permitisse a destruição dos mísseis soviéticos ainda no espaço. Foram trilhões de dólares gastos na indústria bélica. A União Soviética entrou em colapso, vários países foram constituídos e o ataque não aconteceu.

Com George Bush (Baby Bush), o ataque de 11 de setembro serviu de mote para a chamada guerra preventiva, que nada mais é que o direito outorgado pelos EUA a si mesmo para invadir qualquer pais que considerem hostil a seus interesses. Com isso, os estadunidenses simplesmente rasgaram os acordos internacionais, desmoralizaram a Organização das Nações Unidas (ONU) e se auto-proclamaram os imperadores mundiais.

Sem os soviéticos para representar o mal no mundo era crucial encontrar um novo inimigo. Eis que chega o dia 11 de setembro de 2001: os ataques às torres gêmeas de Nova Iorque caíram com o uma luva para os Falcões do Pentágono e a indústria bélica estadunidense. A extrema direita ficou exultante. "Viva, encontramos o nosso novo inimigo!", gritaram Bush e todos aqueles que vivem do medo da população. A partir daquele momento os muçulmanos passaram a ser a "bola da vez".

De uma hora pra outra antigos aliados transformaram-se quase que por encanto em assassinos cruéis que deveriam ser punidos a qualquer custo. Foi assim que Sadam Hussein e Bin Laden - antigos colaboradores da Agência Central de Inteligência (CIA), armados, treinados e financiados por esta - tiveram seus dias contados. O Iraque foi invadido sob o pretexto de que possuía armas de destruição em massa. Pura mentira. Nada jamais foi encontrado naquele país. Bin Laden, aliado dos EUA na luta contra os soviéticos no Afeganistão, foi recentemente assassinado. Como panos de fundo político e econômico vinculados a esses dois acontecimentos estão as enormes reservas de petróleo iraquiano, a fantástica jazida de lítio e outros minerais estratégicos para a nova revolução tecnológica em andamento (usados em computadores e satélites, por exemplo) encontrados no Afeganistão, ou dutos de petróleo que atravessam este país e que são importantíssimos ao "Ocidente" e por aí vai.

Os ataques às torres gêmeas foram magistralmente utilizados por Bush e seus comparsas para estender seu domínio de forma avassaladora nos EUA e no mundo. O medo disseminado todos os dias pelos grandes meios de comunicação, que reproduriam incessantemente os discursos oficiais resultou, entre outras medidas, na aprovação do Ato Patriótico. Com o Ato Patriótico os poderes do governo Bush foram alargados. A partir daquele momento a CIA e o Federal Bureau of Investigation (FBI) poderiam interceptar ligações telefônicas, abrir correspondências, vasculhar a vida privada de pessoas (como o uso do cartão de crédito e mesmo os emails) quando considerassem necessário na luta contra os terroristas. Os direitos civis estadunidenses, duramente conquistados através de lutas memoráveis como a capitaneada pelo pastor negro Matin Luther King Jr. foram jogados na lata do lixo.

A partir de 11 de setembro de 2011 todo qualquer estadunidense e/ou estrangeiro residente naquele país passou a ser encarado como inimigo em potencial. O medo foi disseminado na sociedade. A paranóia tomou conta de mentes e corações, pois, o vizinho, o leiteiro, o entregador de pizza ou o jardineiro, nunca se sabe, qualquer um deles poderia ser um terrorista disfarçado, pronto para cometer atos insanos.

Pelo menos 200 pessoas encontram-se presas sem qualquer comprovação de ligação com terroristas nos EUA. Muitos foram encarcerados apenas por professarem a religião islâmica, terem viajado a países do Oriente Médio ou outros considerados perigosos pelo Tio Sam. O Jornal da Record do dia 08 de setembro mostrou o caso de duas famílias muçulmanas vivendo essa situação nos Estados Unidos. Num dos casos o FBI introduziu um informante entre a família. Este forjou provas contra quatro rapazes (muçulmanos de origem albanesa). A "justiça" estadunidense com base nas mentiras criadas mantêm os jovens presos e pode condená-los ao cárcere pro resto das suas vidas. Um ex-agente do FBI entrevistado disse que esses informantes se multiplicaram aos milhares nos EUA após o ataque às torres gêmeas, recebem dinheiro do governo para gerar informações de interesse do governo na sua "luta contra o terror". Segundo ele, quando não possuem nada de interessante esses informantes forjam provas.

Devemos lamentar e condenar o assassinato das 3.000 pessoas ocorrido em 11 de setembro de 2001? Evidentemente que sim. Todavia, não podemos fechar os olhos para o fato de que todos os dias centenas de civis inocentes são assassinados por forças militares estadunidenses ao redor do planeta, como no Iraque e no Afeganistão. São vários os casos já comprovados de execuções sumárias contra homens, mulheres e crianças promovidas por forças especiais do Tio Sam. Não podemos esquecer que o Tio Sam armou, financiou e treinou as polícias secretas de Muamar Kadhafi, Sadam Hussein e de muitos outros ditadores para as usarem contra civis inocentes e opositores aos seus regimes. Esse foi o caso da ditadura brasileira, cujos militares foram devidamente treinados sobre a "arte de torturar" para obter informações de "terroristas".


Não, as homenagens que devemos prestar às 3.000 pessoas assassinadas em Nova Iorque não devem e nem podem nos fazer esquecer os atos criminosos dos Estados Unidos que ceifam a vida de homens, mulheres e crianças inocentes todos os dias pelo mundo. Estes também merecem ser lembrados e pranteados. Acima de tudo merecem que a justiça seja feita. Não por loucos suicidas, mas pela punição dos que estão e/ou estiveram nos altos escalões do governo dos EUA.

E a grande desgraça disso tudo é que o mundo não ficou mais seguro...

Lasanheiros e lasanheiras, esta é a minha opinião.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Medo e suas vantagens

Olá blogueiros de plantão!

Saudades? Espero que sim. Mas eu sei que a maioria nem reparou minha ausência. Brincadeiras a parte, queria me explicar falando que não postei ultimamente por dois fatores, férias e preguiça. XD

Então vamos ao que realmente interessa! Hoje vou falar sobre um sentimento. Paixão, raiva, amor? Não, acho que sobre esses sentimentos os grupos de pagode já nos deixaram saturados, se bem que o sentimento que pretendo falar aparece freqüentemente nas letras de música de pagode. O Medo.

Não é de hoje que o medo é retratado.
Vocês já pararam pra analisar como esse sentimento é intrigante? Se não, queria que vocês fizessem uma auto-análise e tentassem perceber como esse sentimento é fundamental na vida de vocês. Vamos lá, três minutinhos antes de continuarem a leitura. Já? Legal não? Aqui vão algumas percepções que tive sobre o medo e espero que vocês se identifiquem.

Agora pensem, se todo mundo fosse corajoso e o medo não existisse? Que viagem né? Imaginem a quantidade de homens que morreriam ou seriam assaltados voltando da casa de suas namoradas, três da manhã, a pé, da Terra Firme (nada contra o pessoal da Terra Firme. É nozes manolos) ou o pessoal que comeria açaí com jaca. Brincadeira, eu acho que não faz mal. Poderia dar mil exemplos, mas todos nos levariam a mesma conclusão: o medo é tão fundamental quanto à coragem.

Quem aí não tem medo de filme de terror? A grande maioria com certeza já se assustou com algum filme ou uma cena que seja. Sempre fica aquela sensação: “Porra, nunca vou querer que isso aconteça comigo”. E alguns minutos depois que o filme acaba, ficamos com um certo receio, escabreados, olhando para trás dentro de nossas próprias casas, como se o Jason fosse sair do banheiro e matar todo mundo. E onde quero chegar com todo isso? Em algo simples e que vocês devem saber: o medo nos mantém alerta para qualquer eventualidade, desde o Jason sair do banheiro ou para algum ladrão que invada nossas casas. Apenas um exemplo pessoal, o Jason não esta no seu banheiro... Eu acho.

Lembram daquele ditado “mas vale um covarde vivo que um corajoso morto”? Cara, a mais pura verdade. Isso não é papo de covarde, isso é papo de quem tem muito a perder na vida. Penso que todos nós não queremos morrer, pois temos sonhos ou pessoas que dependem de nós. Vocês acham que é certo reagir a um assalto sabendo que se tem um filho pra criar? Nunca no Brasil. Vocês acham que é certo brigar com 5 (famoso 5 contra 1), só pra mostrar que é o “fodão”, mesmo sabendo que vai levar uma surra, enquanto eu sei que minha mãe esta me esperando inteiro em casa? Realmente, não rola.

Pessoal, não estou dizendo que a coragem é menos importante que o medo, pois sabemos que sem ela também não estaríamos aqui. Ela é necessária em várias ocasiões, assim como o medo. Já que eu estou falando de coragem e medo, vou falar algo pessoal. Em alguns momentos da vida fiz ou consegui algumas coisas mais pelo medo do que pela coragem. Bem, eu explico. Por exemplo, andar de bicicleta.

Eu realmente não gostava, tinha medo de cair, mas quis aprender, pois tinha receio que meus amigos ficassem rindo de mim por não saber andar de bicicleta. Ou seja, o medo de ser “encarnado” foi maior que o medo de cair o que gerou em mim, coragem para aprender. É assim povo, se pararmos para pensar descobriremos inúmeras situações que envolvem medo e coragem, não necessariamente nessa ordem.
Agora sem dúvida nenhuma, o maior medo da grande maioria das pessoas, é a morte. Para quem possui uma religião, legal, fica mais fácil encarar a morte. Mas agora imagina o povo que não possui nenhuma, ou que, apesar de freqüentar uma, não é completamente convicto. Se ainda não entenderam onde quero chegar, vamos lá. Imagina que você esta prestes a morrer. (Mas já?) Agora pensem que depois da morte não tem nada, nada mesmo, sem movimento, sem essa voz em nossas cabeças, sem luz... Tudo acabou ali naquele instante... Não sei quanto a vocês, mas para mim é um sentimento angustiante, que me faz ter mais medo da morte. Sinceramente, prefiro acreditar que depois da morte ainda exista uma outra vida, parece que assim, minha cabeça fica mais calma.

Meus caros leitores, essas são as minhas percepções sobre do que é o medo e como ele influência na minha vida. Espero que tenham se identificado, caso contrario, comentem sobre o que é “medo” para vocês, pois o tema é muito abrangente e que também possui detalhes mais técnicos, que claro, pela minha ignorância não foram abordados.

E para finalizar, queria dedicar essa postagem a todos meus amigos que compareceram no meu babychá ou babybeer, para alguns, mas especialmente (sem “puxação” de saco, mas já puxando) para o meu amigo Alexandre. É... Esse mesmo, o dono do Blog. Estava pensando em fazer um depoimento em forma de post, mas parei pra pensar e iria ficar muito meloso. Mas falando sério agora: cara, “obrigadão” de coração, por toda força e todo companheirismo que você me proporcionou durante esses, praticamente, 4 anos. Sem mencionar seus pais, que sempre me trataram bem, abrindo as portas de sua casa para que eu pudesse freqüentar e hoje me sinto praticamente da família. Seu Guilherme e Dona Regina, muito obrigado também de coração, o BabyChá foi sensacional e nunca irei esquecer todo o carinho que vocês me deram. E Lucas, meu filho vai te ganhar no PES, espere e verá.