tag:blogger.com,1999:blog-61599722409536829212024-03-05T09:43:24.407-03:00Uma mistura do Pará com o resto do mundo.Um blog que fala de tudo que nos interessa, em nível regional, nacional, mundial e até mesmo interplanetário. A lasanha italiana com a farinha paraense, juntos, fazem parte de um dos cardápios mais originais já existentes... Degustem a partir de agora um pouco dessa interessante mistura. ^^Alexandre Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/07768061656617443082noreply@blogger.comBlogger115125tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-17527680609983035682013-06-18T13:06:00.000-03:002013-06-19T16:08:30.140-03:00Belém do Pará na contramão do Brasil<div style="text-align: justify;">
Começo essa postagem admitindo que errei ao fazer algumas interpretações sobre o Movimento Passe Livre, na semana passada. Não errei exatamente como o Arnaldo Jabor, que em uma semana <a href="http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-da-globo/v/arnaldo-jabor-fala-sobre-onda-de-protestos-contra-aumento-nas-tarifas-de-onibus/2631566/">meteu o cacete no movimento em rede nacional de televisão</a> e na outra <a href="http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/2013/06/17/AMIGOS-EU-ERREI-E-MUITO-MAIS-DO-QUE-20-CENTAVOS.htm">pediu desculpas via rádio</a>. Na verdade eu analisava em uma conversa casual na minha casa de que eu achava totalmente válidas as manifestações ocorridas, até então, em São Paulo, mas que o aumento da passagem de ônibus não justificava tanto vandalismo, como se viu pela televisão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Puro engano, meus amigos. Dois enganos na verdade. O primeiro deles foi achar que os protestos eram apenas por 20 centavos e o segundo por acreditar no que eu vi pela tv e achar que o vandalismo começou pelos manifestantes. Temos inúmeras provas de que a culpa de tamanha depredação não foi, em sua maioria, dos manifestantes (<a href="http://br.noticias.yahoo.com/blogs/blog-ultrapop/camundongos-031304587.html">prova 1</a>, <a href="http://br.noticias.yahoo.com/blogs/michel-blanco/stayin-alive-122715016.html;_ylt=AvELwLN4Y2.6_nYOnudj80Zbs8B_;_ylu=X3oDMTFlaTZtbmVsBG1pdANCbG9nIEluZGV4IEJ5IEFsbARwb3MDMQRzZWMDTWVkaWFCbG9nSW5kZXg-;_ylg=X3oDMTFqcjQ1cnZqBGludGwDYnIEbGFuZwNwdC1icgRwc3RhaWQDBHBzdGNhdANibG9ncwRwdANzZWN0aW9ucw--;_ylv=3">prova 2</a>, <a href="http://www.facebook.com/photo.php?fbid=10200757119463335&set=a.1632425843520.2088256.1022875139&type=1&theater">prova 3</a>, entre outras).</div>
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Qualquer um que passar meia hora na internet vai ver inúmeras análises sobre como e porquê tudo isso está acontecendo no Brasil. A minha é a de que tínhamos já há algum tempo várias condições necessárias que geraram toda essa insatisfação popular. Há muito nos deparamos com inúmeras denúncias de corrupção dos mais diversos partidos, assim como o mal gasto do dinheiro público, os sucessivos aumentos dos salários dos deputados, Feliciano na Câmara, Calheiros na presidência do Senado, altíssimos impostos, a precarização dos serviços prestados pelo Estado, o abuso das grandes empresas privadas à nossa saúde, meio ambiente e bem estar. Se não houvesse tanta insatisfação anteriormente, a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=YY1wXxhYt1M">Dilma não teria pego uma vaia tão grande no sábado passado</a>. Porém até mesmo a Copa das confederações, a Copa do Mundo e as Olímpíadas não foram suficientes para gerar o estopim do que está acontecendo. Na verdade a gota d'água não foram nem esses 20 centavos em São Paulo: a culpa do estopim foi da grande imprensa nacional e da polícia militar de São Paulo.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYFEYAUbIPZdjwRY63ZlEYRynwSJ22lRcjGlrMMdky1o24Xgg0fFugDXPmGjW2csxHEZiQpf9izQNozgAo4aPrepL1yv66vJgADtA5w6PWaCW-XQia08dpszxJS-PwMpoBmoPxM37U-tkP/s1600/16-06-20132.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYFEYAUbIPZdjwRY63ZlEYRynwSJ22lRcjGlrMMdky1o24Xgg0fFugDXPmGjW2csxHEZiQpf9izQNozgAo4aPrepL1yv66vJgADtA5w6PWaCW-XQia08dpszxJS-PwMpoBmoPxM37U-tkP/s320/16-06-20132.jpg" width="320" /></a></div>
<h1 class="headline" style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, clean, sans-serif; line-height: 1.21em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Ao lado de Joseph Blatter, Dilma é vaiada na abertura da Copa das Confederações</span></h1>
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Os grandes responsáveis pelos protestos adquirirem caráter nacional foram o Governador Geraldo Alckmin e o Prefeito Fernando Haddad, ambos de São Paulo (estado e capital). <a href="http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/06/alckmin-disse-ser-intoleravel-acao-de-baderneiros-durante-protestos-em-sp.html">Chamar os manifestantes de baderneiros e dizer que não ia negociar com eles</a> foi um tiro no pé. A grande imprensa também teve contribuição vital para a geração do estopim, quando na quinta-feira, dia 13/06, pediu em seus editoriais uma ação mais enérgica dos policiais, o que culminou até então na noite mais violenta dos protestos. Pronto, agora sim o estopim fora aceso. Os jornais mudaram completamente de estratégia depois da quinta-feira, com vários repórteres feridos nos confrontos e os inúmeros vídeos feitos pelos próprios manifestantes denunciando a truculência da polícia paulista. Ficou claro que eles perderam a batalha da informação. Vale ressaltar que o meu vídeo preferido é esse a seguir:</div>
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<br /></div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/3PwWvK2caiE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Mas o vídeo que o grupo denominado Anonymous fez com a nova música d'O Rappa foi sensacional também:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/jHihfXW4v08?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por falar nessa música, a <a href="http://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/vem-pra-rua-fiat-tira-campanha-ar-ap%C3%B3s-230316111.html;_ylt=Al2GToqVeiN2cgpY_kNRrIxbs8B_;_ylu=X3oDMTFmaDA3cTI5BG1pdANCbG9nIEluZGV4IEJ5IEFsbARwb3MDMTMEc2VjA01lZGlhQmxvZ0luZGV4;_ylg=X3oDMTFqcjQ1cnZqBGludGwDYnIEbGFuZwNwdC1icgRwc3RhaWQDBHBzdGNhdANibG9ncwRwdANzZWN0aW9ucw--;_ylv=3">Fiat resolveu tirar o comercial do ar depois dela ser usada nos protestos</a>. Ou seja, meus amigos, toda aquela insatisfação que já ocorria, somada com o aumento da tarifa de ônibus, mais a reação dos governantes e a truculência dos policiais geraram as manifestações que estamos vendo Brasil a fora. <a href="http://g1.globo.com/brasil/protestos-2013/infografico/platb/">Ontem mais de 50 protestos foram contabilizados em diferentes cidades do Brasil</a>. Houve tentativa de invasão da sede do governo de São Paulo, do Rio de Janeiro e Paraná. Em Brasília os manifestantes tomaram o Congresso Nacional. Não se via algo parecido no Brasil desde o movimento dos "Caras Pintadas", que pedia o Impeachment do então Presidente Collor, há 21 anos atrás.</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUdBkEbKKlXJCenuA8e-qnPRQUb5bZOEHZfvvdRHWu9xcpOhEEcN_aE2lu6fEETAMsM7eGT1oe4By3MpkayIt4wpddY_aMjYhhZfAkLGZqHPj_9D2PWDn4L2JDsjrRLVefqZgUWTd4bmXo/s1600/Bras%C3%ADlia+tomada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUdBkEbKKlXJCenuA8e-qnPRQUb5bZOEHZfvvdRHWu9xcpOhEEcN_aE2lu6fEETAMsM7eGT1oe4By3MpkayIt4wpddY_aMjYhhZfAkLGZqHPj_9D2PWDn4L2JDsjrRLVefqZgUWTd4bmXo/s320/Bras%C3%ADlia+tomada.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Brasília tomada por manifestantes, dia 17/06/2013.</span></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ontem também houve diversos abusos, principalmente no Rio de Janeiro, que reuniu 100 mil pessoas nos protestos. Não deixem de ver o vídeo a seguir, não consigo pensar em outra coisa senão uma guerra civil:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/qbB7341eqig?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como o movimento se tornou nacional, aqui em Belém nos mobilizamos também, tanto como forma de apoio aos demais estados como pra reinvindicar nossas próprias demandas. "Pare Belo Monte!", "Vem pra rua", "Copa do Mundo não, queremos Educação!", entre outros cânticos foram entoados. <a href="http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/06/manifestacao-em-belem-reuniu-10-mil-pessoas-diz-policia-militar.html">O protesto reuniu pelo menos 13 mil pessoas</a> e foi COMPLETAMENTE pacífico, de ambos os lados. Muitos jovens, que fazem universidade e até que ainda estão no Ensino Médio estavam presentes, assim como outros setores da sociedade civil, como o movimento de mulheres, associações específicas de estudantes, e alguns poucos militantes de partidos políticos, como podemos ver nesse <a href="http://www.facebook.com/photo.php?v=10200839172975870&set=vb.1660340148&type=2&theater">vídeo lindo, como todo mundo cantando o hino nacional</a>.</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRJX5wfOaAeTLfpf46bwt2MsQg3X4LGjsGTmQbnXa8kVg3aEO1ZnQ-ysaQFhwN2IXlmVJBrUdNtCkGUkYYwRHDHZnNxe_gtMDPrUstNJBn0Ox2BJKbh_2NDdNAz0g-Oe72igsGtesWZ6ne/s1600/Bel%C3%A9m+acordou.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRJX5wfOaAeTLfpf46bwt2MsQg3X4LGjsGTmQbnXa8kVg3aEO1ZnQ-ysaQFhwN2IXlmVJBrUdNtCkGUkYYwRHDHZnNxe_gtMDPrUstNJBn0Ox2BJKbh_2NDdNAz0g-Oe72igsGtesWZ6ne/s320/Bel%C3%A9m+acordou.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Pelo Facebook, eu vi muitas manifestações de agradecimento à polícia militar do Pará, por terem acompanhado todo o trajeto da manifestação, sem em nenhum momento ter feito qualquer tentativa de intimidação ou algo do tipo. Muitos se surpreenderam com essa posição, ainda mais com uma instituição que ficou marcada <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Eldorado_dos_Caraj%C3%A1s">pelo massacre que ocorreu em Eldorado dos Carajás há 17 anos atrás</a> (do então governador Almir Gabriel, que era do mesmo partido do atual governador Simão Jatene, do PSDB), além de toda violência vista nos outros estados. Eu confesso que desconfio e muito da polícia do nosso estado (já peguei porrada sem motivos, junto com meu irmão e amigos, depois de um jogo do Clube do Remo, no Mangueirão), mas realmente foi muito boa a posição deles na nossa manifestação. Ainda assim, eu não me surpreendi com isso: seria no mínimo idiotice a polícia sentar o cacete na gente, visto a grande repercussão do que aconteceu nos outros estados. Duvido muito se a posição seria a mesma se esse nosso protesto tivesse ocorrido na semana passada, junto com o início dos protestos em São Paulo.</div>
<div style="text-align: justify;">
É justamente por isso o motivo do título dessa postagem. Belém vai, graças a Deus, na contramão no resto do Brasil, justamente pelo fato de não ter havido violência ontem. Posso estar muito errado (e espero estar), mas acho sinceramente que o caráter pacífico do nosso ato de ontem vai fazer com quem as pessoas acalmem os ânimos e que os demais protestos sejam menores. O governo do Estado e a Prefeitura (que são governados pelo mesmo partido) não tem nenhum interesse que o que tá acontecendo nos outros estados aconteça aqui também, e passaram a seguir a nova estratégia da mídia nacional de elogiar e tornar válidas as manifestações, e canalizar tudo que há de ruim para o governo federal.</div>
<div style="text-align: justify;">
É fácil ver a mudança da grande mídia nacional. Como vimos anteriormente, o Jabor mudou completamente de discurso, mas uma análise mais profunda mostra a tentativa de fazer tudo se voltar contra o governo federal. Na verdade não acho que ele está tão errado, realmente o governo federal tem muitos problemas de gestão, e a Copa do Mundo é um enorme exemplo disso, mas daí a dizer que a Dilma ou o PT são os únicos responsáveis pelo problemas da nação, é demais. Precisamos tomar cuidado pra mídia não nos manipular e tentar conduzir os nossos protestos. A falta de liderança do movimento, justamente por ser feito por várias pessoas que resolveram se unir, pode facilitar essa nova tentativa de manipulação da mídia. Precisamos urgentemente discutir os rumos do movimento, chamar mais pessoas pra causa e não parar de lutar pelos nossos direitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Belém do Pará, que deu um exemplo pro Brasil, vamos à luta!</div>
Alexandre Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/07768061656617443082noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-3667570475553573572013-06-07T23:52:00.001-03:002013-06-07T23:52:35.190-03:00Santo Agostinho e o tempo.<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQfW9XafuAyQGxwh9FBklS9P76Ibxxem-xb3gMlk6zs2EKP6UeHFvDhfrZkL5LUM5hAPCYfTaxFo3Ff7s7Tp4nXO_4VRjHEb6W7Cct1A0sjz9-Lj2P3wJL-iKryL1cMKXkwbC4g4hQ_FW9/s1600/Santo+Agostinho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQfW9XafuAyQGxwh9FBklS9P76Ibxxem-xb3gMlk6zs2EKP6UeHFvDhfrZkL5LUM5hAPCYfTaxFo3Ff7s7Tp4nXO_4VRjHEb6W7Cct1A0sjz9-Lj2P3wJL-iKryL1cMKXkwbC4g4hQ_FW9/s1600/Santo+Agostinho.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #44454b; font-size: 12px; line-height: 17px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Santo Agostinho de Hipona<br />(354-430)</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que é o tempo? Santo Agostinho se colocou tal indagação há muitos séculos atrás, mas demonstrou dificuldade em dizer o que o tempo é: <span style="line-height: 115%;">“</span><span style="line-height: 115%;">(...) E no entanto, haverá noção mais
familiar e mais conhecida usada em nossas conversações? Quando falamos dele,
certamente compreendemos o que dizemos; o mesmo acontece quando ouvimos alguém
falar do tempo. Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se
quiser explicar a quem indaga, já não sei. (...)</span><span style="line-height: 115%;">” </span><span style="line-height: 115%;">(</span><span style="line-height: 115%;">Santo Agostinho. Confissões. </span><span style="line-height: 115%;">Tradução: Alex Marins – São Paulo: Martin
Claret, 2002</span><span style="line-height: 21px;">, p. </span><span style="line-height: 115%;">268). Não há como negar que quando alguém fala do tempo para nós parece não haver qualquer dúvida quanto ao seu significado, mas você seria capaz de afirmar o que é o tempo? C</span></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">onceituar o tempo talvez seja um dos maiores problemas que se colocam ao conhecimento humano desde priscas eras. Portanto, não fique "bolado" por isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para Santo Agostinho, Deus é o criador de tudo o que há no universo, inclusive o tempo. Ou seja, a existência de Deus não se dá no tempo, porque este é fruto da criação divina. Daí ser um absurdo, de acordo com aquele doutor da Igreja Católica, alguém perguntar o que fazia Deus antes de criar o universo, simplesmente porque não haveria o <i>antes</i>. Então, não havia sentido tratar de algo inexistente antes de Deus tê-lo criado:</span></div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se
algum espírito leviano, vagando por tempos imaginários anteriores à criação, se
admirar que o Deus Todo-Poderoso, tu, que criaste e conservas todas as coisas,
ó autor do céu e da terra, tenha-te mantido inativo até o dia da criação, por
séculos sem conta, que esse desperte e tome consciência do erro que gera sua
admiração. Como, pois, poderiam transcorrer os séculos se tu, criador, ainda
não os tinha criado? E poderia o tempo fluir se não existisse? E como poderiam
os séculos passar, se jamais houvessem existido? Portanto, como és o criador e
todos os tempos, – se é que houve algum tempo antes da criação do céu e da
terra – como se pode afirmar que ficaste ocioso? Pois também criaste esse mesmo
tempo, e este não poderia passar antes que o criasse.</span></span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(...) <span style="line-height: 115%;">Se
porém antes do céu e da terra não havia tempo algum, porque perguntam o que
fazias </span><i style="line-height: 115%;">então</i><span style="line-height: 115%;">? Não poderia haver </span><i style="line-height: 115%;">então </i><span style="line-height: 115%;">se não existia o tempo (p. 266-267).</span></span></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> Se tomarmos como base as afirmações de Santo Agostinho chegamos à conclusão de que o tempo não é eterno, no sentido filosófico da <i>sempiternidade</i>, já que o tempo teria uma datação por ter nascido em determinado momento. Nesse caso, somente Deus seria <i>sempiterno</i>, enquanto o tempo não:</span></div>
<blockquote class="tr_bq">
<div class="MsoListParagraph" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto; tab-stops: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entendemos
confusamente por eternidade duas coisas, que convém distinguir. A eternidade
pode significar, como em Santo Agostinho, e antes dele em Parmênides, Platão e
Plotino, o Ser presente que não tem passado nem futuro. Ver as coisas sob o
prisma da eternidade, como preconiza Espinosa, é considerá-las presentes à
razão, em sua totalidade. Mas o senso
comum entende por eternidade o que chamamos, na tradição filosófica, de
sempiternidade (<i>sempiternitas</i>), quer
dizer, uma duração que não se esgota jamais, com um futuro que nunca pára de
advir ou de chegar, e um passado que cresce incessantemente: um tempo que nunca
acaba de passar, tal qual um disco que não pára de girar... “sempiternamente”<b>. </b>É
assim que o crente comum imagina a vida eterna no paraíso: um tempo sem fim que
adentra pelos séculos dos séculos, ao passo que, de um ponto de vista
teológico, a felicidade eterna do paraíso consiste em <i>ser</i> plenamente sem a expectativa de um futuro que ainda não teria
chegado, sem os lamentos de um passado que já teria transcorrido, mas na
contemplação da glória eternamente presente do Ser divino.</span></div>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ora, o mundo não é eterno no sentido de sempiterno: o mundo não existiu sempre, seu passado não é infinito; </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">os terráqueos que somos atribuímos-lhe uma existência de uns 15 bilhões de anos aproximadamente... A menos que um período de contração, ou outro fator desconhecido, tenha precedido este período de expansão, e que o </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">Big Bang</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;"> tenha-se seguido à desagregação (</span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">big crunch</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">) de um universo precedente; neste caso não haveria </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">eternidade</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">, mas na verdade </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;">sempiternidade</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px;"> do mundo.</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se existe <i>eternidade</i> do </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px; text-align: justify;">mundo, esta não se refere à sua existência material mutável, mas às suas leis, à sua ordem.</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px; text-align: justify;">(</span><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify;"><span style="line-height: 18px;">PIETTRE,</span></b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px; text-align: justify;"> Bernard. Filosofia e ciência do tempo/Bernard Piettre; tradução: Maria Antonia Pires de Carvalho Figueiredo. – Bauru, SP: EDUSC, 1997</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 18px; text-align: justify;">p. 198-200).</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ocorre, porém, que para Santo Agostinho há somente o presente. Nem passado e nem futuro existem realmente. O primeiro porque já passou. O segundo porque ainda não chegou. Nesse caso, o passado só se apresenta para nós enquanto memória; e o futuro enquanto esperança. Já o presente seria a percepção direta que temos dele. Por conseguinte, os três tempos existentes para Santo Agostinho são: o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro. Essa perspectiva influenciou pensadores de diversas matizes teóricas, inclusive alguns marxistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entretanto, há quem afirme que o tempo agostiniano é o <i>tempo da alma</i> e não o <i>tempo do mundo</i>. Contudo, isso é uma história...</span></div>
Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-31234716769134117652013-05-19T20:25:00.000-03:002013-05-21T11:26:20.699-03:00Deus, a Arca de Noé, o salvamento dos dinossauros e a ciência.<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW6xkx5CGmkk1n5zdafP8IBphQVYHCkqs2QTCPJEJsA9DkZyHRUaDzQLw8YK-Sx0QEbCbybz-XR_2Je_N-XdeMCXYhiKhkZJVwsmHVBNGLJcTRaLXMdBXlgen17AO_xv-Mg4Fxy6uG29oF/s1600/Arca+de+No%C3%A9.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW6xkx5CGmkk1n5zdafP8IBphQVYHCkqs2QTCPJEJsA9DkZyHRUaDzQLw8YK-Sx0QEbCbybz-XR_2Je_N-XdeMCXYhiKhkZJVwsmHVBNGLJcTRaLXMdBXlgen17AO_xv-Mg4Fxy6uG29oF/s320/Arca+de+No%C3%A9.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Arca de Noé</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Três situações. A primeira: Há alguns dias atrás um grupo de participantes da Convenção Americana de Paleontologia resolveu visitar o Museu da Criação, localizado no norte do estado de Kentucky. O tal museu foi edificado por membros de várias denominações religiosas que contestam a Teoria da Evolução das Espécies, elaborada por Charles Darwin. Segundo os organizadores do museu, a Terra, o universo, os dinossauros, o <i>homo sapiens</i> e tudo mais têm apenas 6.000 anos de idade. Ou seja, Deus teria criado a um só tempo tudo o que há ou existiu no nosso planeta. Para os <i>criacionistas </i>os dinossauros morreram por causa do dilúvio em 2.348 a.C., mas cerca de 50 espécies foram salvas por Noé em sua arca. Todavia, como explicar a diversidade de plantas e animais existentes em nosso planeta em tão pouco tempo? A resposta dada é que "Deus forneceu aos organismos ferramentas especiais para mudar rapidamente". Simples assim!</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEHWLIuIS3zK5utEcIDo_gDfPDEWLrTGESOVcQwFt88HaGAzZY2nJ-65TUgiu4c4eo5opMeZAHdTmtBjbrUI7UxqyNJKBVeTMvrt9q2kDezDEth1jT-D5w7KUoS29FhAV4gjhzsDotyALx/s1600/Lutero.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEHWLIuIS3zK5utEcIDo_gDfPDEWLrTGESOVcQwFt88HaGAzZY2nJ-65TUgiu4c4eo5opMeZAHdTmtBjbrUI7UxqyNJKBVeTMvrt9q2kDezDEth1jT-D5w7KUoS29FhAV4gjhzsDotyALx/s200/Lutero.jpg" width="192" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Martinho Lutero</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda: Em 1539, Martinho Lutero (1483-1546) se mostrava inconformado com a teoria apresentada pelo cônego polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), que situava o Sol no centro do sistema planetário e não mais a Terra. Até o Renascimento o pensamento hegemônico era que o nosso planeta ocupava o centro do universo. Tal ideia de Copérnico, segundo Lutero e a própria Igreja Católica, ia de encontro ao que estava na Bíblia, pois de acordo com a leitura literal que faziam das sagradas escrituras, Deus colocou a humanidade no epicentro do universo por ser sua imagem e semelhança. Lutero bradou contra Copérnico: "Este louco quer inverter todas a ciência da astronomia; mas as sagradas escrituras nos dizem (Josué 10,13) que Josué ordenou que o Sol parasse, não a Terra".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A terceira: Galileu Galilei (1564-1642), matemático, físico e astrônomo italiano, sofreu perseguição por parte da Igreja Católica que não aceitava suas conclusões posto que colocavam em xeque, entre outras coisas, a teoria que supunha Terra no centro do universo. Através de um livro lançado em 1610 intitulado <i>O Mensageiro das Estrelas</i> <i>(Sidereus Nuncius)</i> apresentou várias de suas descobertas: os satélites de Júpiter, as montanhas e as crateras da Lua e outras mais. Por conta do questionamento que fazia à teoria geocêntrica, formulada por Claudius Ptolomeu (85-165) e que respondia aos interesses e expectativas da Igreja Católica e de outras denominações cristãs, foi duramente perseguido pela Inquisição e somente não foi queimado na fogueira porque renunciou (oficialmente) às suas ideias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEign80UWR_d3qMaorbfwe09osWmzxTkQICxE1XIflOYICBdxUMnVf9WvlV1o4my4AdqM5L_BrxZ060jHHSrQ1aRZTHvisXDTw1-lTjfpftHe3yA4dyGgNoaqffpt9KC_F1_6Csf6uvPYxDz/s1600/Galileu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEign80UWR_d3qMaorbfwe09osWmzxTkQICxE1XIflOYICBdxUMnVf9WvlV1o4my4AdqM5L_BrxZ060jHHSrQ1aRZTHvisXDTw1-lTjfpftHe3yA4dyGgNoaqffpt9KC_F1_6Csf6uvPYxDz/s1600/Galileu.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Galileu Galilei</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Nos três casos citados percebe-se o conflito latente entre religião e ciência. Se, de um lado, os criacionistas nos remetem ao obscurantismo por conta da negação das conquistas científicas proporcionadas pela Teoria da Evolução das Espécies para a melhor compreensão do mundo em que vivemos; de outro, a ciência, não possui em si mesma a verdade. Aliás, a última edição da Revista <i>Ciência Hoje,</i> da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), traz uma interessante matéria intitulada <i>Confiabilidade em crise: até onde podemos acreditar na literatura científica?</i> A reflexão que a matéria suscita diz respeito a aparente objetividade da literatura científica da área biomédica e a ocultação dos conflitos de interesse, erros de pesquisas, o papel dos financiadores, assim como propugna maior transparência na apresentação e debate dos resultados das pesquisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso sempre ressaltar: a ciência não trabalha a partir de dogmas e é ciência justamente porque pode ser questionada. Esses são alguns dos aspectos cruciais que a diferencia da religião. Atualmente existem muitos pontos de atritos entre ciência e religião como os casos referentes ao aborto e aos estudos com células-tronco. Como enfrentá-los de maneira a atender essencialmente os interesses da sociedade e não somente de pequenos grupos - sejam eles econômicos, políticos ou religiosos - é, talvez, o grande desafio que se impõe a todos(as) nós. Contudo, o posicionamento de setores como os dos organizadores do Museu da Criação pouco ou nada ajudam ao bom diálogo.</div>
Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-88242598908385957602013-05-17T17:38:00.001-03:002013-05-17T17:44:28.345-03:00O Big Brother da vida real.<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Reflita sobre essas situações: a) Sua empresa construiu um novo programa de computador que colocará em xeque os serviços oferecidos por uma grande transnacional, pois tornará obsoleto um determinado serviço monopolizado por ela que, aliás, lhe rende milhões e milhões de dólares ao ano; b) Você é um ativista político que luta contra as tentativas do seu governo de implantar centenas de hidrelétricas na Amazônia que juntas promoverão a destruição de vastas extensões do território. As ações desenvolvidas por você e seu grupo criam enormes constrangimentos e prejuízos a poderosas empreiteiras e bancos vinculadas aos empreendimentos. Conseguiu mentalizar as duas situações? Vamos ao próximo passo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Nas duas situações você se tornou um estorvo e será preciso fazer algo para contê-lo de alguma forma. Então, os contrariados por você resolvem espioná-lo. A alternativa encontrada é introduzir um <i>drone</i> na sua residência a fim de vigiá-lo 24 horas por dia, durante os 07 dias da semana e 365 dias do ano. O <i>drone</i> em questão tem o formato de uma pequena mosca que permanece "colada" em você. Através desse dispositivo seus adversários sabem absolutamente tudo o que você você faz. O que você acha dessa situação?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8hbj24_3nmZJ6p74TKOjQzqX4U7L3I6-vSwMtWxBSLZIDjh3SGAs_-xe_xgRAs27aWI_RTv6MVmZRKnxaoZoy5l1cKKS0gzTFZWPP9RZzpnsZ-8BmN3wlkxSP-x1uEEsrnCIMspgACP1o/s1600/Drone.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8hbj24_3nmZJ6p74TKOjQzqX4U7L3I6-vSwMtWxBSLZIDjh3SGAs_-xe_xgRAs27aWI_RTv6MVmZRKnxaoZoy5l1cKKS0gzTFZWPP9RZzpnsZ-8BmN3wlkxSP-x1uEEsrnCIMspgACP1o/s320/Drone.jpg" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="line-height: 19.1875px; text-align: start;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: small;">Um tipo de <i>drone</i> utilizado pelos EUA no Afeganistão</span></td></tr>
</tbody></table>
</i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">Um </span><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">Veículo Aéreo Não Tripulado</span><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"> (</span><b style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">VANT</b><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">) ou </span><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">Veículo Aéreo Remotamente Pilotado</span><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"> (</span><b style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">VARP</b><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">), também chamado U</span><b style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">AV</b><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"> (do </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa" style="background-color: white; background-image: none; color: #0b0080; line-height: 19.1875px; text-align: start; text-decoration: none;" title="Língua inglesa">inglês</a><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"> </span><i style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">Unmanned Aerial Vehicle</i><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">) e mais conhecido como </span><i style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"><b>drone</b></i><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"> (</span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zang%C3%A3o" style="background-color: white; background-image: none; color: #0b0080; line-height: 19.1875px; text-align: start; text-decoration: none;" title="Zangão">zangão</a><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">, em inglês), é todo e qualquer tipo de </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Aeronave" style="background-color: white; background-image: none; color: #0b0080; line-height: 19.1875px; text-align: start; text-decoration: none;" title="Aeronave">aeronave</a><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"> que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses aviões são controlados à distância, por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão e governo humanos, ou sem a sua intervenção, por meio de </span><a class="mw-redirect" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Controlador_L%C3%B3gico_Program%C3%A1vel" style="background-color: white; background-image: none; color: #0b0080; line-height: 19.1875px; text-align: start; text-decoration: none;" title="Controlador Lógico Programável">Controladores Lógicos Programáveis</a><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"> (PLC) - ver Wikipedia. Se você acompanha de alguma forma pelos meios de comunicação a ocupação militar promovida pelos Estados Unidos no Afeganistão já ouviu falar dos <i>drones</i>. Aliás, no mesmo período em que ocorreu a explosão de uma bomba durante a maratona de Boston alguns poucos jornais noticiaram a morte de dezenas de civis afegãos, a maioria crianças, provocada pelas bombas lançadas por um <i>drone</i>.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">A última edição da revista <i>Scientific American</i> traz uma interessante reportagem alertando sobre os perigos à privacidade dos estadunidenses por conta de um possível uso intensivo e extensivo de <i>drones</i> no interior do próprio país. O debate no Congresso sobre esse assunto está paralisado. Enquanto isso, os órgãos de segurança dos Estados Unidos vêm investindo montanhas de dólares no aperfeiçoamento dos <i>drones</i>, com a possibilidade de que no futuro os mesmos adquiram o formato de uma simples mosca ou vespa para efetuar a vigilância de pessoas, por exemplo. <table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKmSE-6ilDml-1VZvp7_nVW6cItF5BIrfLWSA6VF3tlMQ25CbYhGpBytnnz9VY4sK27CmygO7ntCJ76cEIesB8aNXTKWu66sWDOv1FMJRIpTld5x1DLfVrDx2nK3EwW5isC8Q7wB2BpkTl/s1600/Mosca.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="203" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKmSE-6ilDml-1VZvp7_nVW6cItF5BIrfLWSA6VF3tlMQ25CbYhGpBytnnz9VY4sK27CmygO7ntCJ76cEIesB8aNXTKWu66sWDOv1FMJRIpTld5x1DLfVrDx2nK3EwW5isC8Q7wB2BpkTl/s320/Mosca.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mosca ou <i>drone</i>?</td></tr>
</tbody></table>
</span><span style="background-color: white; line-height: 19.1875px; text-align: start;">Entretanto, há quem refute tal possibilidade afirmando que tais "veículos" serão empregados no socorro a vítimas de catástrofes ou no combate às drogas, entre outras atividades legais. Quem garante que os <i>drones</i> não serão utilizados para o controle em massa da população quando não há sequer regras claras na legislação estadunidense sobre o assunto?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.1875px;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">O genial George Orwell tratou em seu livro <i>1984</i> do <i>Grande Irmão </i>(o <i>Big Brother</i>), este capaz de exercer o controle totalitário sobre a sociedade e seus cidadãos. Nada lhe escapava ao controle. Será que os <i>drones</i> vieram para confirmar que essa é uma possibilidade que se torna cada vez mais real? Pense nisso.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; line-height: 19.1875px; text-align: start;"></span><br />
<div style="text-align: right;">
</div>
<span style="background-color: white; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; line-height: 19.1875px; text-align: start;">
</span></div>
Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-85841049515319869322012-08-18T18:31:00.002-03:002012-08-18T18:44:48.892-03:00Sacramenta: um bairro de lutas e de muita história.<div style="text-align: justify;">
Moro numa parte do bairro da Sacramenta que anos atrás era quase que completamente alagada. É o que chamamos em Belém de "baixadas": regiões da cidade que ficam abaixo do nível dos rios que a circundam. Minha casa, assim como a grande maioria, era de madeira, construída sobre o Canal da Pirajá, anteriormente um dos muitos igarapés que atravessavam a capital paraense. Quando chovia as águas do igarapé invadiam nosso banheiro e por pouco não tomavam conta do andar térreo. Durante o inverno a situação piorava. Tínhamos que ir para o trabalho com os sapatos nãos mãos, pisando na lama até o momento em que parávamos em alguma casa mais adiante para lavarmos os pés e seguirmos viagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ7FOEaUpbUCbaQIFuZfhbBw7JLNJJBJzuF2xYbv4abqAkjyOmS-OX0iux5llezQHR_OpuJmYvEOIr6rpi2ausalHbscXfSB5cK3-S38iEeykBDfD7dZqMpBqgS7uiOeerXcJzBObwOTJM/s1600/Baixada+da+Bacia+do+Una.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ7FOEaUpbUCbaQIFuZfhbBw7JLNJJBJzuF2xYbv4abqAkjyOmS-OX0iux5llezQHR_OpuJmYvEOIr6rpi2ausalHbscXfSB5cK3-S38iEeykBDfD7dZqMpBqgS7uiOeerXcJzBObwOTJM/s400/Baixada+da+Bacia+do+Una.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Baixada de Belém - Bacia do Una</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
No dia que o meu filho Alexandre completava cinco anos caiu uma chuva torrencial que alagou completamente a Rua Nova, onde moramos até hoje. A altura da água chegava no joelho. Tentei persuadir a Regina a mudar o local da festa para a casa de uma das minhas irmãs, mas ela não aceitou dizendo que a comemoração tinha que ser na nossa residência. Ela chorava copiosamente, pois temia que ninguém participasse da comemoração. Qual não foi a nossa surpresa quando os/as amigos(as) começaram a chegar, com suas calças e saias suspensas até o joelho, sapatos nas mãos. Foi um momento de grande alegria, daqueles inesquecíveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSmSvaXSYfAFv1Mj1dOSPAAswOWZe4T28rewXz6artfnafDu-OS8kUFkGwYErKvn1KL19SO92EAQRG2ZjdbjS3az8BICW03k85KGOOvxH8dp7gFhAX7XOqsx8XmsCp_hRMVJCsfLgVg1JQ/s1600/Ditadura+I.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSmSvaXSYfAFv1Mj1dOSPAAswOWZe4T28rewXz6artfnafDu-OS8kUFkGwYErKvn1KL19SO92EAQRG2ZjdbjS3az8BICW03k85KGOOvxH8dp7gFhAX7XOqsx8XmsCp_hRMVJCsfLgVg1JQ/s320/Ditadura+I.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No local o Hotel Regente, na década de 60 foi a sede<br />
da União Acadêmica Paraense (UAP).<br />
Seu prédio e teatro foram destruídos sob<br />
o comando do coronel José Lopes de Oliveira</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Durante a ditadura militar e principalmente na década de 1980 se constituíram fortes movimentos sociais urbanos que lutavam por melhores condições de vida da população da periferia. A Sacramenta era um dos bairros mais mobilizados à época. Haviam três grandes lutas se desenvolvendo no período: 1) Na Área da Aeronáutica (desde o início do Canal da Pirajá, na Av. Dr, Freitas, até área que se convencionou chamar Malvinas, às margens do Canal São Joaquim). Aliás, nesta última os nomes das ruas são de pessoas que estiveram à frente das lutas pela permanência da população no local, ou das que apoiaram as ações do antigo Centro Comunitário Primeiro de Setembro: Claudio Bordalo, Carlos Augusto dos Santos Silva (o Guto), Raimundo Jorge Pires Bastos, Pe. João Beuckenboon, Dr. João Marques e outros; 2) Na Área Promorar (Canal do São Joaquim) contra as tentativas do Exército de remanejar compulsoriamente centenas de famílias para o que é hoje o bairro Providência, próximo ao aeroporto, e; 3) Na área denominada Ferro Costa, por conta da família (latifundiários urbanos) que se dizia proprietária da região onde moravam cerca de 5.000 famílias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na Área ferro Costa travamos intensas disputas com Jader Barbalho e seus aliados, que incluía naquela época a militância dos Partidos Comunista Brasileiro (PCB) e do Brasil (PC do B). Jader e seus assessores mais próximos estimularam gangues de arruaceiros a nos enfrentar nas ruas. Então, era muito comum os choques violentos, pois eles nos atacavam quando desenvolvíamos a mobilização da comunidade para lutar pela desapropriação da área e a titulação das posses. É impossível não lembrar de pessoas valorosas que se empenharam de corpo e alma nessa luta: seu Laudemar, Carlito Aragão, Alberdan Batista, Marciana, Irene, os/as integrantes do Movimento Jovem da Passagem "E"/MOPAE (Carlinhos Matos, Nei, Neia, Souza, Rosa e outros) e da Juventude Unida na Caminhada pela Libertação do Povo/JUCALP (Domício, Cabinho, Nana, Maria, Rosa, Lucia, Lucica, Graça e outros), ambos grupos jovens da Paróquia de São Sebastião que, inspirados na Teologia da Libertação, se integravam às lutas sociais. Também é preciso lembrar da participação ativa da base social dos Centros Comunitários Irmãos Unidos e Boa Esperança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Nas manifestações organizadas pela Comissão dos Bairros de Belém (CBB), como as grandes passeatas pelas ruas do centro, as organizações comunitárias da Sacramenta estavam entre os destaques. Chegávamos fazendo muito barulho: "Aguenta, aguenta, aguenta, chegou a Sacramenta!", bradávamos com todas as forças. Íamos em passeata do bairro até o centro para nos juntar aos outros movimentos sociais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji-YOZaGCIwjCkfo-Bnw3P0SVTC7udFmZapZ1A54Nd_FUQkXLG-Ig7VJ-FM4vMqVLT4ODPMMqHfGRH7F-oOHg16F9-EeiGssfppGTi8AjYcbVyxLWHJIdSuoVkCBHsh3MzTuc1bih8Mwqo/s1600/Bacia+do+Una.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji-YOZaGCIwjCkfo-Bnw3P0SVTC7udFmZapZ1A54Nd_FUQkXLG-Ig7VJ-FM4vMqVLT4ODPMMqHfGRH7F-oOHg16F9-EeiGssfppGTi8AjYcbVyxLWHJIdSuoVkCBHsh3MzTuc1bih8Mwqo/s320/Bacia+do+Una.jpg" width="244" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Na década de 1980 criamos a partir da antiga Área Ferro Costa o Movimento pela Urbanização Popular (MUP), que tinha como objetivo estratégico a urbanização da área influenciada pelo Canal da Pirajá. Moradores e moradoras como a Doninha, seu João Trindade, dona Lucinha, dona Maria, dona Rosa, Gilberto Saldanha, Regina Ferreira, seu Benedito, Jorge Cabeção, seu Aluísio e esposa, Pedro Peloso, Varela e outros(as) merecem todas as homenagens pelo que fizeram.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é possível negar a contribuição do MUP para a constituição posterior do Movimento em Defesa do Projeto de Macrodrenagem, que reunia centros comunitários de diferentes bairros da Bacia do Una, bem como do Movimento em Defesa dos Projetos de Saneamento, que incorporava entidades de Ananindeua que atuavam nas áreas onde estavam sendo (mal) executados o PROSEGE e o PROSANEAR, projetos de saneamento financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (BIRD), respectivamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na luta para melhorar as condições de vida na nossa área realizamos mutirões, assembleias, ocupação da Secretaria Municipal de Saneamento e muitas outras iniciativas. Lembro da vez em que Carlinhos Matos, Gilberto Saldanha, Domício Nunes e eu entramos em baixo do piso da retífica que se localizava bem no encontro dos canais da Pirajá e do Galo, bem ali no bairro do Acampamento, próximo à famosa ponte do Galo. Pois bem, tivemos que tomar "alguns" goles de cachaça pra enfrentar a empreitada. Era tanta sujeira, excrementos (merda, mesmo!), madeira, lata enfim, muito lixo, que impedia que as águas do Pirajá corressem livremente. O que era um grande problema quando se juntava maré alta com chuva torrencial. Tínhamos à época em torno de 20 anos. Lembranças da juventude...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: justify;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0-Gwdl6FIrppeHJhG_FdcCzeBBURYzHgyosteZgFWA-5H9pnYgf9PWlNeCMKhMeJ2RjWErrMWXKqko-VR2XX74faneYMNa49ZLUCl_5bwygqKnxFVS-bGIwz9dzyOUtHmX39qMg6MFEHL/s1600/DSC_0247.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0-Gwdl6FIrppeHJhG_FdcCzeBBURYzHgyosteZgFWA-5H9pnYgf9PWlNeCMKhMeJ2RjWErrMWXKqko-VR2XX74faneYMNa49ZLUCl_5bwygqKnxFVS-bGIwz9dzyOUtHmX39qMg6MFEHL/s320/DSC_0247.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">É o que vejo a partir da minha casa</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, olho do terraço da minha casa e vejo prédios altíssimos "se aproximando" da área em que moro. Vejo a população de menor poder aquisitivo saindo do local, assim como as casas de madeira sendo substituídas pelas de alvenaria. Uma parte considerável da atual população nem deve saber o que centenas de moradores e de moradoras passaram para garantir que a área fosse urbanizada. Devo confessar, porém, que tenho orgulho do que eu e tantos(as) outros(as) fizemos. Sinto que uma parte de mim está em cada rua, nesse pedaço de chão que, infelizmente, o capital imobiliário que tomar para si. Tudo sob as bençãos de Dudu e sua trupe.</div>
Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-4046269707140663612012-08-07T21:51:00.001-03:002012-08-07T22:11:03.716-03:00Um tiro, outro tiro e mais uma vida que se foi...<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbynItVO8ghes9Lf3PJZHVxo5Lzo5IaZsYaKRYLienY4noS04ZcM66sj9p8qQmhZp5rFf67OCK1uMjQmiNDtTuLuFxZiJxDaj-eHn_H75rYmPAmrzSQ8BfGKZJuTIpEdzF3XmQQ8c8d7K1/s1600/IMG_0956.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbynItVO8ghes9Lf3PJZHVxo5Lzo5IaZsYaKRYLienY4noS04ZcM66sj9p8qQmhZp5rFf67OCK1uMjQmiNDtTuLuFxZiJxDaj-eHn_H75rYmPAmrzSQ8BfGKZJuTIpEdzF3XmQQ8c8d7K1/s320/IMG_0956.JPG" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Emerson vestido com a camisa do<br />
"mais querido"</td></tr>
</tbody></table>
Ele tinha apenas 29 anos. Pai de três filhos do primeiro casamento e mais uma menina do segundo. Na noite do sábado, após deixar dois sobrinhos na casa do irmão, foi covardemente atingido por duas balas na nuca. Segundo dizem, o criminoso ainda efetuou mais dois disparos bem próximo do rosto, mas o revólver travou. Logo após o assassinato fugiu com o comparsa numa bicicleta O nome da vítima: Emerson. Esposo de uma das minhas sobrinhas.<br />
<br />
Local do crime: área próxima ao Canal do São Joaquim, na Sacramenta. A área é considerada "zona vermelha" pela Polícia Militar dada a intensidade de diferentes modalidades de violência: roubos, assassinatos, furtos, agressões, estupros etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A família ainda levou a vítima para o Pronto Socorro Municipal da 14 de Março, mas a mesma já chegou sem vida. E mesmo que estivesse viva fatalmente padeceria numa maca no corredor por causa da superlotação e da greve dos(as) funcionários(as).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Emerson era pai da minha linda sobrinha-neta Isabelle, carinhosamente chamada de "Bebelle". Ela tem apenas três anos. Não verá mais o pai, que era uma figura do bem. Torcedor do Remo, trabalhador, alimentava planos para a casa nova. Era funcionário da CTBEL e à noite fazia "bicos" como mototaxista. O corpo estirado no chão ficou encharcado de sangue.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyCXi7_9kIWLr2H_3zUOx_lYs9e2L_t_h0uzZ-49D2uhUChdYV4QvmKJCAVWnuNbLTbVrRLBKR29rWM32gCh_wPVVfhS4MR4MShQjQrz7fA2DEEUUM_gS3s0yU27cvjeCFDjiHOTCXrIp6/s1600/IMG_0848.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyCXi7_9kIWLr2H_3zUOx_lYs9e2L_t_h0uzZ-49D2uhUChdYV4QvmKJCAVWnuNbLTbVrRLBKR29rWM32gCh_wPVVfhS4MR4MShQjQrz7fA2DEEUUM_gS3s0yU27cvjeCFDjiHOTCXrIp6/s320/IMG_0848.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bebelle e meu filho Alexandre, o "padinho".</td></tr>
</tbody></table>
Corpo aliás que só foi entregue à família para o velório na tarde do domingo, aumentando ainda mais o sofrimento de todos(as) que o aguardavam para as últimas homenagens. Durante o período que esperamos pelo corpo fiquei observando tudo o que ocorria à minha volta.<br />
<br />
Da casa dos pais do Emerson dá pra ver a caixa d'água do Conjunto Paraíso dos Pássaros, assentamento que recebeu as centenas de famílias remanejadas compulsoriamente pelo Projeto de Macrodrenagem da Bacia do Una. De paraíso, apenas o nome. Ironia tucana para uma situação precária. Entre a casa onde me encontrava e a caixa d'água, muito mato, muito lixo, muito abandono. Por várias vezes vi pessoas levando seu lixo e o jogando na beira do canal. Também vi urubus, gatos, cães e um idoso revirando os restos. Sim, um homem de idade avançada catando sobras.<br />
<br />
Também vi muitas crianças. Algumas claramente desnutridas, magras, de baixa estatura, cabelos desgrenhados, brincando na vala com suas "embarcações", ou num velho velocípede "incrementado" que levava sempre um pequeno ser a toda velocidade. Entre as brincadeiras as que envolviam tiros e revólveres faziam parte do "cardápio" da imaginação mirim.<br />
<br />
Vi pré-adolescentes sentados embaixo das torres de alta tensão ouvindo o "treme" nos seus celulares, todos requebrando animadamente ao som dos mais novos sucessos do gênero. Um deles me chamou especial atenção porque se parece muito com um jovem que vi crescer, que era amigo dos meus filhos, que me chamava de tio e que sempre demonstrou muito carinho por todos aqui de casa. Agora, está confinado num presídio. Confesso que aquela situação me provocou uma forte dor no peito: de aflição, de tristeza, de revolta, de vergonha pelo que estamos fazendo, por ação ou omissão, às nossas crianças. Lembrei da licitação do governo estadual que pagou cerca de R$ 63,00 por uma xícara de café. Enquanto isso, não há coleta de lixo, não há creches, não há muita esperança ali, às margens do Canal São Joaquim.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinsSsYllkjWGC75Yh-rSfUyxX4Y-_IyA-Asjz4u0D7z_AR0NfDC6QwlzbyyJQAK0lCUTWzVeT6VEZXFW2DHwMgwsVd1SqdlNx9hE0da0nZi65Ss4fSqRFRwEj0Gk_pmJvgnI7Wca-5Rj5-/s1600/Periferia+de+Bel%C3%A9m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinsSsYllkjWGC75Yh-rSfUyxX4Y-_IyA-Asjz4u0D7z_AR0NfDC6QwlzbyyJQAK0lCUTWzVeT6VEZXFW2DHwMgwsVd1SqdlNx9hE0da0nZi65Ss4fSqRFRwEj0Gk_pmJvgnI7Wca-5Rj5-/s320/Periferia+de+Bel%C3%A9m.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Periferia de Belém</td></tr>
</tbody></table>
Conversei com o filho mais velho do Emerson. Uma figurinha centrada nas ideias, mas completamente desamparada, perdida, naquele momento. Estava perto quando ele falou sobre os tiros que ouviu, do medo que sentiu por lembrar que o pai saíra momentos antes, da queda da cama com o rosto no chão quando alguém bradou: "mataram o teu pai". Também ouvi a filha narrar as condições em que a mãe encontrou o corpo no chão. Foi de cortar o coração.<br />
<br />
Quando o corpo finalmente chegou a situação ficou dramática: mãe, avó, irmãs, amigos(as) desmaiaram quase que ao mesmo tempo. Foi um corre-corre. Eu e meu filho carregamos a avó para a casa ao lado. Outros socorreram as demais. Vi a mãe do Emerson abraçar minha sobrinha, lamentando a dor que aquela morte lhe provocava.<br />
<br />
Foi um domingo terrível. Nem vou falar sobre o estado do corpo. O que me dói até este momento que escrevo é lembrar que não vamos mais ver o Emerson, que ele não vai mais ao campo com a gente assistir os jogos do Remo, que a filhinha dele dificilmente vai lembrar dos momentos que viveram juntos.<br />
<br />
Um tiro, outro tiro e uma vida que se foi... Um número na estatística. Revoltante!</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-39166069519604842632012-08-03T23:35:00.000-03:002012-08-04T11:21:32.574-03:00E o Big Bang não foi o início?<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWL_WZgUopDWUtEp0SkkIDVgjg7WZ5ZUvzDzzQt7emrCBSFe-FQiTyyyajV9xCETeAx7sTJ84vl5nbPFxqR8MUXmS0hyphenhyphen4rljOdu2jsTkLdvj3Gf6BkgmTO8oWnk6XGmZ7R6-W3xVhcIZX6/s1600/Big+Bang.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="294" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWL_WZgUopDWUtEp0SkkIDVgjg7WZ5ZUvzDzzQt7emrCBSFe-FQiTyyyajV9xCETeAx7sTJ84vl5nbPFxqR8MUXmS0hyphenhyphen4rljOdu2jsTkLdvj3Gf6BkgmTO8oWnk6XGmZ7R6-W3xVhcIZX6/s320/Big+Bang.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A teoria do <i>Big Bang</i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O Lasanha, como vocês todos(as) sabem, é interplanetário. Então, resolvi tratar agora de algo realmente grande. A maioria de nós leu, ouviu ou aprendeu na escola que este universo nasceu a partir de uma grande explosão: o <i><b>Big Bang</b></i>. Essa teoria ganhou fôlego com a descoberta do astrônomo estadunidense Edwin Hubble de que o universo encontra-se em plena expansão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De acordo com a teoria do <i>Big Bang</i>, em algum momento remoto do passado ocorreu um fato extraordinário e dele resultou tudo o que está a nossa volta, inclusive nós mesmos. Portanto, também temos o cosmos dentro de nós compondo a nossa estrutura corporal. Não é fantástico?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Através de intrincados e complexos cálculos matemáticos atingimos a capacidade de saber o que aconteceu a menos de um segundo após a colossal explosão que nos trouxe até aqui. Contudo, ainda não somos capazes de explicar o que provocou a mesma. As controvérsias teóricas são muitas e parecem restritas a um mundo complemente estranho ao da maioria das pessoas.<br />
<br />
Segundo Prigogine, dizer que o universo surgiu a partir de uma singularidade provoca diversos problemas, pois “a ciência só pode descrever fenómenos repetíveis. Se se deu um fenómeno único, uma singularidade como o <i>Big Bang</i>, eis que nos encontramos perante um elemento que introduz aspectos quase transcendentais, que escapam à ciência” (PRIGOGINE, Ilya. O Nascimento do Tempo. Tradução de Marcelina Amaral. Edições 70, Lda. Lisboa / Portugal, 2008, p. 57). Como adotar, portanto, uma explicação da origem de tudo fundada num fenômeno singular?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdk756ZKdm33px5QSlodhfdiZpWgVAdtVXPS9km4XKXQ9k1i-SthRbXmf9-LABVEZWhvKV8gOwTinO9x0IQEMyGmhJSHtdGU1Tckf-jxsc11I32BTQKO5v3LORwcBKwzGzKITeBWXWa9zu/s1600/Universo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdk756ZKdm33px5QSlodhfdiZpWgVAdtVXPS9km4XKXQ9k1i-SthRbXmf9-LABVEZWhvKV8gOwTinO9x0IQEMyGmhJSHtdGU1Tckf-jxsc11I32BTQKO5v3LORwcBKwzGzKITeBWXWa9zu/s320/Universo.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
De acordo com Prigogine, o universo é o resultado “de uma instabilidade que sucedeu a uma situação que a precedeu; em síntese, o universo terá resultado de uma mudança de fase em grande escala” (Idem, p. 33). Caso Prigogine e os/as demais cientistas que apoiam esse ponto de vista estiverem corretos(as), havia algo anterior a este universo onde estamos. O que? Aí é que a "porca torce o rabo", pois não há sequer palavras adequadas para explicar esse "antes", apenas para citar uma única dificuldade que surge a partir dessa explicação: “Se o universo tem verdadeiramente uma história e, portanto, um passado e um começo, ele deveria ter surgido do nada. Mas como o ser poderia surgir do nada? Não seria preciso então repensar os conceitos de “ser” e “nada” ao mesmo tempo em que somos levados a repensar os conceitos de espaço e de tempo?” (PIETTRE, Bernard. Filosofia e ciência do tempo/Bernard Piettre; tradução: Maria Antonia Pires de Carvalho Figueiredo. – Bauru, SP: EDUSC, 1997, p. 162). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUPlp-rrw4Q7KJFhSNMtdDw6gVjS_LEash6Mr4cA0Zjfnh3YBMGRRSa3mWXuKdwDnF10tRU4iif5IFn4p2dIhxHtgHSDhGiI10NBhfvnhXWMaviGbG825jdESm63yME1NAJU_0L8ZXdBYr/s1600/Edwin+Hubble.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUPlp-rrw4Q7KJFhSNMtdDw6gVjS_LEash6Mr4cA0Zjfnh3YBMGRRSa3mWXuKdwDnF10tRU4iif5IFn4p2dIhxHtgHSDhGiI10NBhfvnhXWMaviGbG825jdESm63yME1NAJU_0L8ZXdBYr/s200/Edwin+Hubble.jpg" width="164" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edwin Hubble</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Outra questão interessante: se havia algo anterior a este universo, então, podemos imaginar que o <i>Big Bang</i> não se trata verdadeiramente de uma singularidade, mas de um fenômeno que pode ter ocorrido várias e várias vezes. Nesse caso, diferentemente do que imaginou o matemático alemão Rudolf Clausius, o universo não caminha para a sua <i>morte térmica</i>, justamente porque ele não é um sistema fechado. Ou seja, nosso universo seria apenas a "fase" de um processo cósmico que poderíamos dizer infinito. Um fenômeno repetitivo capaz de ser explicado pela ciência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nem vamos falar aqui das teorias que defendem a ideia dos múltiplos universos. Ou seja, que esta nossa casa é apenas uma em meio a tantas outras. Ou ainda, daquelas que afirmam a multiplicidade das dimensões do tempo, dos universos paralelos, "buraco da minhoca" etc. É muita viagem. Porém, convém dizer que são teorias sérias e fundamentadas em muitos cálculos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu, um humilde historiador, devo dizer que me encontro muito mais próximo das ideias de Prigogine do que da tese de que tudo surgiu com o <i>Big Bang</i>. E você?</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-23383941623186034842012-07-30T22:30:00.001-03:002012-07-30T23:51:30.826-03:00Equilíbrio?<div style="text-align: justify;">
É muito comum ouvirmos conselhos acerca da importância de encontrarmos nossos pontos de equilíbrio. Médicos, amigos e familiares sempre nos dizem isso quando passamos por momentos de aflição, doenças ou dificuldades. "Mente sã, corpo são", diz o enunciado bastante conhecido do público. Contudo, você já parou pra pensar no significado do que vem a ser realmente "equilíbrio"?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8TbgW-gRrs-tglhiGOYsiql-3KbFTtbZ07eQ21DaRHshdkNyVzp1P8u9YXkNa9d5Q-T6P28Pl_Fa8s8IcED7VdTEyAmaqidUgP6CkxWdV7bkrzEB3NQ_VQ-ENgWAzds0C5cQqBr_ghDe0/s1600/Prigogine.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="199" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8TbgW-gRrs-tglhiGOYsiql-3KbFTtbZ07eQ21DaRHshdkNyVzp1P8u9YXkNa9d5Q-T6P28Pl_Fa8s8IcED7VdTEyAmaqidUgP6CkxWdV7bkrzEB3NQ_VQ-ENgWAzds0C5cQqBr_ghDe0/s200/Prigogine.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ilya Prigogine</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Pois bem, um corpo em estado de equilíbrio é um corpo sem vida, pois a morte é, na verdade, o momento em que atingimos plenamente o estado de equilíbrio. A vida existe, em essência, por conta do desequilíbrio. Células morrem e outras nascem todos os dias até o momento em que o número daquelas que perecem é superior ao daquelas que surgem. Órgãos funcionam plenamente porque há desequilíbrio entre eles e não o contrário. Se pensarmos do ponto de vista da física, a entropia máxima - grosso modo, podemos dizer que entropia significa "estado de desordem" de um sistema termodinâmico - é justamente o ponto culminante do equilíbrio, onde a "desordem" já não existe. Por conseguinte, ela representa a impossibilidade do surgimento da novidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo o filósofo Bernard Piettre, a "instabilidade e o desequilíbrio são, em compensação, a condição do surgimento de uma ordem” (PIETTRE, Bernard. Filosofia e ciência do tempo/Bernard Piettre; tradução: Maria Antonia Pires de Carvalho Figueiredo. – Bauru, SP: EDUSC, 1997, p. 150-151). Diferentemente do que imagina o senso comum o caos não produz tão somente desordem, mas também um novo tipo de ordem. Exemplo: o nosso universo. Eis o que nos diz o químico Ilya Prigogine:</div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Um título como <i>As leis do caos</i> pode parecer paradoxal. Existem leis do caos? O caos não é, por definição, “imprevisível”? Veremos que não é assim, mas a noção de caos nos obriga, em vez disso, a reconsiderar a de “lei da natureza”. Na perspectiva clássica, uma lei da natureza estava associada a uma descrição determinista e reversível no tempo, em que o futuro e o passado desempenhavam o mesmo papel. A introdução do caos obriga-nos a generalizar a noção de lei da natureza e nela introduzir os conceitos de probabilidade e de irreversibilidade. (...) mas o que gostaria de ressaltar nesse contexto é o papel fundamental do caos em todos os níveis de descrição da natureza, quer microscópico, quer macroscópico, quer cosmológico (PRIGOGINE, Ilya. As leis do caos. Tradução Roberto Leal Ferreira. – São Paulo: Editora UNESP, 2002.2002, p. 11).</blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Tendemos a imaginar que a nossa própria evolução enquanto espécie se deu de uma forma tão harmônica, que o que somos hoje parecia estar determinado desde priscas eras. Ledo engano: somos fruto da desordem, do desequilíbrio, de probabilidades que se concretizaram, do acaso. Entretanto, conhecemos muito bem o desenho que mostra a nossa evolução desde um certo tipo de primata até a constituição atual. Não parece algo bem natural?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3hVEbNj2xUL_EnaZ0591phiiBhaTOmSuBsuJw2pBwl4j9VUSuWkhWPlO8Tf-dGd0sjy-1MoWbYOQpE-eLEGkI6cxL8khgPPzh4EkcxGCi7qFT4pjELtlwTfv4JpqrPpSNFaC0PhvdQcUj/s1600/Evolu%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3hVEbNj2xUL_EnaZ0591phiiBhaTOmSuBsuJw2pBwl4j9VUSuWkhWPlO8Tf-dGd0sjy-1MoWbYOQpE-eLEGkI6cxL8khgPPzh4EkcxGCi7qFT4pjELtlwTfv4JpqrPpSNFaC0PhvdQcUj/s400/Evolu%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Evolução da nossa espécie</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Resgatar a noção de probabilidade, acaso, desequilíbrio/equilíbrio é importante até mesmo para refletirmos sobre o nosso presente e as perspectivas futuras. Aliás, faz-se necessário incorporar também outra noção: a bifurcação. Na história, são justamente nos momentos de bifurcação que se colocam na mesa as múltiplas possibilidades. A história, afirmou o marxista francês Bensaïd, “já não segue doravante o traçado único que lhe daria sentido. Ele explode em galhos e ramos sempre recomeçados. Cada ponto de bifurcação crítico coloca suas próprias questões e exige suas próprias respostas” (BENSAÏD, Daniel. Marx, o Intempestivo: grandezas e misérias de uma aventura crítica. (séculos XIX e XX)/Daniel Bensaïd; tradução de Luiz Cavalcanti de Menezes Guerra. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1999, p. 60-61). Tal reflexão nos leva a questionar a ideia de que o capitalismo se constitui no estágio supremo da humanidade, ou que não há outra alternativa para o desenvolvimento da Amazônia a não ser entupi-la de hidrelétricas, expandir a monocultura da soja ou do eucalipto, ou ainda que o mercado de carbono (a mercantilização da natureza) seja o caminho para mantermos a floresta em pé. Não! A história é um livro em aberto e ela ainda está sendo escrita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, amigas e amigos admiradores(as) do Lasanha: quando alguém chamar de você de desequilibrado(a), pode não ser de todo ruim. Ao menos mostra que você está vivo(a). Abraços.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-33937778306683853722012-07-27T19:04:00.002-03:002012-07-28T09:39:04.349-03:00Motivos para apoiar Edmilson Rodrigues: Parte I.<div style="text-align: justify;">
Ao longo do tempo o PT buscou tirar algumas lições das suas diversas experiências administrativas espalhadas pelo país. Tal conhecimento ficou conhecido como o <i>Modo Petista de Governar</i>. Os dois eixos indicados como os principais diferenciadores das administrações petistas em relação às demais eram a participação popular e a inversão de prioridades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVdMM_2DXTSDtaOJ4DN66t6CoUhcTJq9GXcqRpIyU4ceM8OfXE0NqRTeI3RrD3Vo-_2vrJNMK9DKUlNhMYpCCu1HhUuhXp5wzL3QJ5GmL5apeVbEa6Gp74CW0OlwOuShFIyGGq-uhCbTaQ/s1600/Modo+Petista+de+Governar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVdMM_2DXTSDtaOJ4DN66t6CoUhcTJq9GXcqRpIyU4ceM8OfXE0NqRTeI3RrD3Vo-_2vrJNMK9DKUlNhMYpCCu1HhUuhXp5wzL3QJ5GmL5apeVbEa6Gp74CW0OlwOuShFIyGGq-uhCbTaQ/s400/Modo+Petista+de+Governar.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Modo Petista de Governar</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white;">A participação popular se mostrou importante para a democratização do Estado e o controle social não somente sobre as políticas governamentais, mas também no que diz respeito à atuação da iniciativa privada e seus efeitos sobre a sociedade. O PT incentivou a constituição de conselhos a fim de favorecer a gestão compartilhada, bem como de instrumentos democráticos como o Orçamento Participativo. Além disso, o PT estimulou a mobilização social e a democratização da informação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
A inversão de prioridades representou um novo olhar sobre o público e o bem público. Parcelas da população historicamente excluídas do acesso a equipamentos públicos e das políticas governamentais passaram ao centro das preocupações das gestões petistas. O OP foi, sem dúvida alguma, uma importante ferramenta de distribuição mais equitativa dos recursos orçamentários que, aliado a diferentes programas e projetos de inclusão social, possibilitou a melhoria das condições de vida de grandes contingentes populacionais.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU9BFPs_q-0vRuYg12NlOK45cPt3f1mL2WKCFf46GrHdO2kn1Ukw9dhy2Za0oMD1jIDCkEYwSDpiT4aMl_yNR2-c54gK83vLK6w5oJYL6CDGYaZmAjR0BHfWOV7Pbc_cvzEM5wt8UE0Fhh/s1600/Participa%C3%A7%C3%A3o+Popular.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="143" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU9BFPs_q-0vRuYg12NlOK45cPt3f1mL2WKCFf46GrHdO2kn1Ukw9dhy2Za0oMD1jIDCkEYwSDpiT4aMl_yNR2-c54gK83vLK6w5oJYL6CDGYaZmAjR0BHfWOV7Pbc_cvzEM5wt8UE0Fhh/s320/Participa%C3%A7%C3%A3o+Popular.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Participação Popular</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">Entretanto, com o passar do tempo, esses dois eixos já não eram suficientes para distinguir as administrações petistas de outras de caráter liberal ou mesmo conservador. Isto porque a direita percebeu que esse </span><i style="background-color: white;">Modo Petista de Governar</i><span style="background-color: white;"> não somente melhorava a vida da população, como também tornava o partido uma grande "máquina eleitoral" ao desmontar seus redutos históricos e escantear suas lideranças da vida pública. Esse fato foi particularmente notável no Nordeste brasileiro, mas também na Amazônia. O que fez a direita? Também passou, a seu modo, a executar ações de "inversão de prioridades" calcadas, evidentemente, no assistencialismo, e de "participação da sociedade", ainda que fortemente controlada. Essa situação exigiu do PT um passo ainda mais ousado. Daí surgiu o terceiro eixo: a disputa pela hegemonia. Ou seja, não bastava distribuir melhor os recursos e/ou chamar a população para o debate político. Era necessário ainda constituir uma força contra-hegemônica visando mudanças estruturais na sociedade a longo prazo, e em grande parte isso deveria passar necessariamente pelo aprofundamento da democracia:</span><br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">De modo geral, podemos dizer que o processo de democratização expresso na "ampliação" da esfera pública gerou, ao mesmo tempo, um problema a ser resolvido e os meios de sua solução. O problema consiste em superar a contradição existente entre, por um lado, a socialização da participação política e, por outro, a apropriação não social dos mecanismos de governo da sociedade. Nessa medida, a plena realização socialista do homem não requer apenas a supressão da apropriação privada dos meios de produção, que são frutos do trabalho coletivo: requer também a eliminação da apropriação não social (privatista) das alavancas de poder, <b>ou seja, a realização do que Marx chamou de "autogoverno dos produtores associados". Superar a alienação econômica é condição necessária, mas não suficiente, para a realização integral das potencialidades abertas pela crescente socialização do homem; essa realização implica também o fim da alienação política, o que, no limite, torna-se realidade mediante a reabsorção dos aparelhos estatais pela sociedade que os produziu e da qual eles se alienaram (é esse, de resto, o sentido da tese marxiana do "fim do Estado")</b>. COUTINHO, Carlos Nelson. Contra a Corrente: Ensaios sobre democracia e socialismo. - São Paulo : Cortez, 2000, p. 29 (grifo nosso).</span></blockquote>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoRHDGFluv1h2llz9RTlD8pj4V9K3OEX0h2JKsBsnsyWoVF1bvEQcWMx7l_KNUA8xvVm7UCj0z9_5HxCRgrNpoX4_J_AbEJlpwErqgfXqfq0pS2mFROETAfGkYcXmAcNxvyvN5rVqb8D-W/s1600/Edmilson+Rodrigues.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoRHDGFluv1h2llz9RTlD8pj4V9K3OEX0h2JKsBsnsyWoVF1bvEQcWMx7l_KNUA8xvVm7UCj0z9_5HxCRgrNpoX4_J_AbEJlpwErqgfXqfq0pS2mFROETAfGkYcXmAcNxvyvN5rVqb8D-W/s1600/Edmilson+Rodrigues.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edmilson Rodrigues</td></tr>
</tbody></table>
Creio que a experiência que vivenciamos em Belém com o Congresso da Cidade se alimentou fortemente desse desejo de realizar a disputa pela hegemonia com os segmentos conservadores da sociedade. O Congresso, apesar de alguns bons estudos desenvolvidos por pesquisadores(as) da UFPA, ainda não foi suficientemente analisado e, portanto, tiradas as lições devidas. Da minha parte, considero aquela experiência ainda mais avançada do que o OP de Porto Alegre, pois conseguiu efetivamente atrair múltiplos olhares e vivências para a construção de uma nova cidade: homossexuais, idosos(as), jovens, negros(as), portadores(as) de necessidades especiais, moradores(as) da periferia, servidores(as) públicos(as), afrodescendentes, ONGs, movimentos sociais, enfim, uma gama enorme de atores sociais envolveram-se de corpo e alma nas reflexões e nas decisões de interesse público. Tudo passou a ser do nosso interesse. Lembro das mobilizações que realizamos contrárias ao desmonte do porto de Belém, que o governo do PSDB queria impor. Também me vem à lembrança as ações de denúncia e de combate à manipulação dos índices que serviam para o cálculo do repasse dos recursos oriundos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Servições (ICMS); manobra dos tucanos para asfixiar o governo do Edmilson Rodrigues.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibJLL-9wp2Xr05Tiwf6IPMjwGiSZ0pbb2duzUsyrMsBWKG2OKyFAPWJ5YvbKVUF6RPLsigLap-L-Ph3NnsOuVouSBLTnROaI8kR2qsuiBTPId77z2bK3_TiKIZVXMIrzK0lrCU6A3W2gNp/s1600/Edmilson+Rodrigues+I.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="203" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibJLL-9wp2Xr05Tiwf6IPMjwGiSZ0pbb2duzUsyrMsBWKG2OKyFAPWJ5YvbKVUF6RPLsigLap-L-Ph3NnsOuVouSBLTnROaI8kR2qsuiBTPId77z2bK3_TiKIZVXMIrzK0lrCU6A3W2gNp/s320/Edmilson+Rodrigues+I.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Combatendo a exclusão e a desigualdade sociais</td></tr>
</tbody></table>
Com o Congresso da Cidade passamos a ter uma visão mais abrangente e mesmo mais generosa sobre Belém e seu futuro. Logicamente que uma quantidade enorme de pessoas contribuíram para a realização dessa fabulosa experiência. Algumas bastante conhecidas, a maioria anônima. Todavia, não há como negar o papel decisivo desempenhado pelo então prefeito Edmilson Rodrigues. Ele não somente estimulou como foi o mais enfático defensor da iniciativa. E isto não é pouco, pois não são muitas as pessoas que decidem partilhar o poder com outros.<br />
<br />
Por outro lado, Edmilson Rodrigues sempre teve muito claro os limites impostos pela institucionalidade burguesa. Daí a sua contínua vontade de romper com essas amarras, a fim de garantir a efetiva participação da sociedade. É alguém que mesmo tendo plena consciência das suas atribuições legais teima em não sujeitar-se a elas, como um fantoche. É alguém que ainda sonha, luta e vive por uma outra sociedade, que não se rendeu ao desenvolvimentismo econômico como a única utopia.</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-56005736163682748122012-07-21T19:57:00.000-03:002012-07-23T22:21:34.491-03:00Incompetência, lixo e desleixo.<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
</div>
Participei hoje pela manhã de uma caminhada com alunas do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Essas estudantes já encontram-se dando aulas para alunos(as) da primeira a quarta séries, incluindo Geografia e História. Foi um "tour" pela Estação das Docas, Ver o Peso e Feliz Lusitânia. O evento objetivou mostrar a essas alunas as mudanças ocorridas na cidade desde a sua fundação, abordar fatos históricos marcantes ocorridos naque área, as alterações nas funções dos prédios e outros espaços ao logo do tempo e sobre as formas de abordar a geografia com alunos(as) das séries iniciais. <span style="background-color: white;">A ideia da caminhada foi da Regina Ferreira que está ministrando a disciplina Geografia da Amazônia naquela universidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIRQJkvQQ5Q9GdXUfQoJaEil_AlChLlHXq4obpsvZDwLblubTq8cmNFtUjqcf6buG5zhkyUm5Z-ENgtw5vbqEY42Lqa5QrV3Ejl3_zlNDwBz1t-O4n1FvU5puIe7nkZt2GWHmkT2pvE2M4/s1600/Ver-o-Peso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIRQJkvQQ5Q9GdXUfQoJaEil_AlChLlHXq4obpsvZDwLblubTq8cmNFtUjqcf6buG5zhkyUm5Z-ENgtw5vbqEY42Lqa5QrV3Ejl3_zlNDwBz1t-O4n1FvU5puIe7nkZt2GWHmkT2pvE2M4/s400/Ver-o-Peso.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nosso maravilhoso Ver-o-Peso</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white;">Fui convidado para participar da atividade por ser historiador. Uma das coisas que sempre chamou minha atenção diz respeito ao desconhecimento da nossa história por grande parte de nós belenenses. Dos conflitos envolvendo cabanos e forças legalistas que resultou na morte de Antonio Vinagre, ocorrida na esquina das atuais Frutuoso Guimarães com a João Alfredo. Das tentativas de Diogo Antonio Feijó de </span><span style="background-color: white;">convencer os ingleses a invadir a Amazônia para destruir a revolta popular cabana. Das estruturas de metal oriundas da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos no Mercado do Ver-o-Peso e nos galpões da Estação das Docas. As pressões de moradores locais sobre famílias de imigrantes japoneses e alemães durante a Segunda Guerra Mundial - não esqueço de uma foto sensacional retratando isso e que foi publicada pelo jornal Folha do Norte. Bem, os exemplos são abundantes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_mBSh87UMvsSIr4x-JAp987Hjke7KBGMU1whtOqesUMq6yQH7_Xux7yBmkicLwzkefIe5xNMtyoLvD2srn8SPNHIUdUc0bKigksLK3CuG-EsNbQzzLV8wxTizHN1o9_iFru12f1O8F3wR/s1600/Cabanagem.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_mBSh87UMvsSIr4x-JAp987Hjke7KBGMU1whtOqesUMq6yQH7_Xux7yBmkicLwzkefIe5xNMtyoLvD2srn8SPNHIUdUc0bKigksLK3CuG-EsNbQzzLV8wxTizHN1o9_iFru12f1O8F3wR/s320/Cabanagem.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Revolucionários(as) Cabanos(as)</td></tr>
</tbody></table>
Recordo que somente fui estudar a Cabanagem quando entrei na UFPA, pois a ditadura militar simplesmente baniu o movimento cabano dos currículos escolares. Daí a importância do resgate dessa história com a Aldeia Cabana e outras iniciativas. Todavia, as forças conservadoras buscam ainda hoje manter sepultada a Cabanagem. Tanto é que a atual administração municipal se refere ao equipamento público da Av. Pedro Miranda como Aldeia Amazônica em vez de Aldeia Cabana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre fico empolgado quando foco a nossa história. Não obstante, esse post foi escrito para expressar a minha revolta com o estado atual do Complexo Ver-o-Peso, em particular da Feira do Açaí. Senti tanta saudade de como era aquela feira durante o governo do Edmilson Rodrigues, então no PT. Além de local de trabalho de centenas de pessoas envolvidas direta ou indiretamente com a produção e a comercialização do açaí, era também ponto de encontros, de boas conversas, de comidas típicas, de shows, de ouvir música regional, de estar perto de artistas da nossa terra. O que vi durante a caminhada? Lixo, muito lixo em dezenas de sacos amontoados ou simplesmente espalhado pelo chão. A Ladeira do Castelo está destruída, com o calçamento todo arrebentado. Os prédios históricos deteriorados. Enfim, senti profunda vergonha daquilo ali. Como levar amigos que vêm nos visitar para um local daquele, sem estrutura, policiamento precário, sem higiene? Como passear com a família num ambiente nessa situação?<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-DwG0u7u89SA1VPiwKetOVrHa0GMdD2NaFZlpYpW9ZMK2FmS_TIdIPgeS3Hyd04SiDi85wKB5ltMAe-98fZlPp9_r-mIpe-PXGAF64QraMQxH729ylU9AlLy3xwwT_Mc1Bgb5SZEEUeb0/s1600/Ver-o-Peso+lixo+I.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-DwG0u7u89SA1VPiwKetOVrHa0GMdD2NaFZlpYpW9ZMK2FmS_TIdIPgeS3Hyd04SiDi85wKB5ltMAe-98fZlPp9_r-mIpe-PXGAF64QraMQxH729ylU9AlLy3xwwT_Mc1Bgb5SZEEUeb0/s1600/Ver-o-Peso+lixo+I.jpg" style="cursor: move;" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O abandono criminoso do Ver-o-Peso</td></tr>
</tbody></table>
Sob todos os aspectos a Feira do Açaí e adjacências encontram-se em estado lastimável: segurança, higiene, sanitário, comodidade, atendimento etc. É culpa de quem? De quem continua trabalhando dia e noite naquele local para sobreviver, ou de quem abandonou completamente esse ponto importante da cidade? Aquela área do Ver-o-Peso é, como outras na cidade, importante na formação da nossa própria identidade cultural. Infelizmente temos um "doutor" em "traquinagens" na prefeitura, cuja maior preocupação é gerir seus bens materiais, que cresceram como nunca nesses oitos anos de governo, além da continuidade da sua carreira política.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
O Complexo Ver-o-Peso está uma vergonha! Seu abandono expressa a canalhice do bloco de poder que se assenhorou desse ente do Estado que é a prefeitura. Duciomar e sua corja querem mais que aquilo tudo se exploda a fim de que, quem sabe um dia, entupir a área de prédios com quarenta andares. Para eles pouco importa história, cultura e identidade, mas tão somente o tilintar das trinta moedas...<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvTkZR3KpVfC_k6fv0kmqIKnmjEbZ0JYZfasNwISqufOK-HK6y3TTU6SS6hNL5lNVRCThzf9y_NOUbHMafDzGvCz6P9muS46RjEiuPZZ3h-ct9Tnj5tgkSwKwB0NiRt5uCLVPusgNKmyam/s1600/DSC08634.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvTkZR3KpVfC_k6fv0kmqIKnmjEbZ0JYZfasNwISqufOK-HK6y3TTU6SS6hNL5lNVRCThzf9y_NOUbHMafDzGvCz6P9muS46RjEiuPZZ3h-ct9Tnj5tgkSwKwB0NiRt5uCLVPusgNKmyam/s320/DSC08634.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estudantes de Pedagogia da UEPA<br />e sua professora Regina Ferreira.</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-31238127799672998702012-07-21T00:16:00.000-03:002012-07-21T19:20:11.287-03:00Belém merece ser uma cidade justa, democrática e sustentável.<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Basta ter alguma sensibilidade para perceber que Duciomar Costa foi uma tragédia para Belém. Seus oito anos de mandato significaram não somente o desconstrução das conquistas sociais e democráticas alcançadas durante o governo de Edmilson Rodrigues, como também a completa privatização do Estado. Todavia, é preciso reconhecer que durante muito tempo fizemos uma leitura equivocada da capacidade política do atual edil. Tal análise foi extremamente nefasta ao conjunto dos movimentos sociais com atuação na capital.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgczNtv5T7YoMnbgHYQTKIZfzzTsAaBTbjoFtdhgnyDc_51gS29DiApfE4EFSAW91Sp4wfHW6iUe5Z4-XyKXNG-mHswTqwQgKmrIBCJQR00gZ4IZtSo47iRSZGzQpmh5oqyEDJkcUrygrQG/s1600/Duciomar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgczNtv5T7YoMnbgHYQTKIZfzzTsAaBTbjoFtdhgnyDc_51gS29DiApfE4EFSAW91Sp4wfHW6iUe5Z4-XyKXNG-mHswTqwQgKmrIBCJQR00gZ4IZtSo47iRSZGzQpmh5oqyEDJkcUrygrQG/s320/Duciomar.jpg" width="245" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dudu: mais rico, mais influente, mais ambicioso.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Duciomar Costa nos pareceu uma figura despreparada, frágil e sem capacidade de liderança. De certa forma criamos uma caricatura dele e acabamos acreditando nela. O episódio do diploma falso de médico nos convenceu que aquele sujeito, além de não possuir qualquer senso de ética, era simplesmente ridículo. Um idiota que certamente "daria com os burros n'água".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entretanto, o que vemos ao final de seu governo é que ele foi capaz de constituir em torno de si o mais amplo e poderoso arco de alianças de forças políticas e econômicas que se assenhoraram do Estado por meio de assistencialismo mesclado com autoritarismo, corrupção e nepotismo, e que auferiram vultosos lucros com a mercantilização do espaço urbano. De um modo geral podemos dizer que estão com Duciomar os capitais imobiliário (incorporadoras, latifundiários urbanos e imobiliárias) e financeiro (bancos e financeiras), empresários (construção civil, transporte, prestadoras de serviço, proprietários de redes de supermercados, grupos que comandam shopping centers etc.), a mídia corporativa e ainda possui influência nada desprezível sobre o Judiciário. Além disso, conta com forte apoio de grupos religiosos (alguns extremamente conservadores), lideranças comunitárias e sindicais, partidos fisiológicos e outros. Evidentemente que isto ocorreu em outras administrações municipais de direita, mas tenho dúvidas que algo semelhante com essa amplitude e capacidade de articulação haja existido.</div>
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<br /></div>
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Duciomar se tornou o homem de confiança da direita "tupiniquim". Uma das suas principais lideranças, e nem a possível derrota de seu candidato vai abalar essa condição. A menos que ocorra uma reviravolta no Judiciário, que os movimentos sociais urbanos saiam de sua condição letárgica, ou que as forças que assumam a prefeitura resolvam fazer uma devassa no governo capitaneado pelo PTB.</div>
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<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS2R4pL32t6609ERrKl-KEENrOI_Ll2KB5Qml8WUOeaZrXrI46qjpsxshtNJY4-PNaXj3jyuf-jG_QcYVH3kxwzeEUMyz_Rt4ihJ7cSY1xLB_02zzGLr8DEQifjQsxs1xrGKNehmNwyCY1/s1600/Edmilson+Rodrigues.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS2R4pL32t6609ERrKl-KEENrOI_Ll2KB5Qml8WUOeaZrXrI46qjpsxshtNJY4-PNaXj3jyuf-jG_QcYVH3kxwzeEUMyz_Rt4ihJ7cSY1xLB_02zzGLr8DEQifjQsxs1xrGKNehmNwyCY1/s320/Edmilson+Rodrigues.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edmilson Rodrigues: esperança de dias melhores para Belém.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A oposição na Câmara de Vereadores foi incapaz de criar grandes embaraços ao atual prefeito. Não podemos negligenciar o fato de que o mesmo detinha o controle do legislativo. Contudo, também não temos como esquecer as alianças estabelecidas entre o PT e Duciomar para viabilizar a campanha pela reeleição de Ana Julia, bem como para garantir a vitória de Dilma Roussef no Pará.</div>
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<br /></div>
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Ao que tudo indica, Dudu terminará seu mandato mais rico, mais influente e ainda mais ambicioso. Como diria uma das personagens do seriado Chaves: "Quem poderá nos salvar?".</div>
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Creio que o candidato mais bem preparado para fazer frente a esse bloco de poder que se apossou da prefeitura é Edmilson Rodrigues (PSOL), mas isso será objeto de um outro post.</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-83293901452728717882012-07-16T19:24:00.000-03:002012-07-16T22:40:42.356-03:00Adeus, PT!<div style="text-align: justify;">
Ainda a pouco entreguei meu pedido de desfiliação ao Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT). Oficialmente permaneci vinculado ao PT desde 1982. Portanto, dos meus 45 anos de vida, 30 foram como integrante desse partido. Contudo, desde 1997 já não tinha militância partidária, mas apenas participação esporádica em alguns eventos.</div>
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKBdWVZaiAHqONcPzPEst-d67bhKIQ9_ccpp2KkyqCmG53KSsavVeGvwQhBPnJConKWX3ilSKE_ETHyFRU55OYk8T5HiTVeMDF9c7LVsEkrMwNEsZbC5TQIYHpkhdyJR7NEOCf_mSO719Q/s1600/PT.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKBdWVZaiAHqONcPzPEst-d67bhKIQ9_ccpp2KkyqCmG53KSsavVeGvwQhBPnJConKWX3ilSKE_ETHyFRU55OYk8T5HiTVeMDF9c7LVsEkrMwNEsZbC5TQIYHpkhdyJR7NEOCf_mSO719Q/s320/PT.png" width="320" /></a></div>
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Entrei no PT em meio à campanha eleitoral. Naquele longínquo 1982 fiz campanha para militantes do meu bairro e pelo "voto camarão". Explico. É que houve uma manobra interna do grupo do candidato a governador e uma parte da militância resolveu não fazer campanha para o majoritário. Daí o termo "voto camarão": sem o cabeça da chapa.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fui membro do grupo denominado "Articulação". Em 1985 um coletivo de petistas da Sacramenta, bairro em que vivo até hoje, se juntou a outros do município de Santarém, cujos expoentes naquela época eram Geraldo Pastana, um grande amigo e atualmente prefeito do município de Belterra, Avelino Ganzer, então vice-presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Valdir Ganzer, que em 1986, juntamente com Edmilson Rodrigues, compôs a bancada do PT na Assembleia Legislativa do Pará. Aliás, os dois conseguiram aprovar importantes artigos na Constituição Estadual de interesse dos(as) trabalhadores(as).</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse grupo evidenciava diversas influências: marxista (de base maoista), cristã (Teologia da Libertação), do recente movimento sindical do ABC paulista e da pedagogia do oprimido formulada pelo educador Paulo Freire. Os outros grupos políticos que integravam o PT do Pará não sabiam ao certo como nos rotular, pois fomos chamados de o "braço do Sendero Luminoso" (grupo guerrilheiro do Peru de tradição maoista) até de agentes infiltrados. O fato é que apostávamos muito fortemente nos camponeses como atores sociais importantes para o processo de construção do socialismo no Brasil, e a maior parte da esquerda ortodoxa via o campesinato como "um movimento pequeno burguês". Somente com o surgimento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) anos mais tarde, além da crescente capacidade de mobilização do "mundo rural" é que essa esquerda começou a mudar de opinião. É engraçado porque até hoje nenhuma das chamadas "revoluções socialistas" foram efetivamente realizadas pelo operariado. Em todas elas o campesinato teve papel fundamental, mesmo na Russia, em 1917.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRbHOn4s6cv7dimRfu-NkTXgu_KbKC_cYkZSfw22o7QxPnNIwIE2lFQHqTfFBtGHCoTHWgHxSmF16glqx3_-pIDD5q7qPy_VGqsQqn0_fjqTEeQFVWuqZzMk66XAM8_q7nSEcTy4KWw6pw/s1600/Paulo+Freire.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRbHOn4s6cv7dimRfu-NkTXgu_KbKC_cYkZSfw22o7QxPnNIwIE2lFQHqTfFBtGHCoTHWgHxSmF16glqx3_-pIDD5q7qPy_VGqsQqn0_fjqTEeQFVWuqZzMk66XAM8_q7nSEcTy4KWw6pw/s320/Paulo+Freire.jpg" width="319" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Paulo Freire: um dos mestres da educação popular.</td></tr>
</tbody></table>
Também nos orientávamos pela ideia de que para organizar o povo era necessário estar no meio dele, viver como ele, sentir o que ele sentia. Daí a preocupação enorme que tínhamos com a educação popular. Defendíamos a tese de que ninguém conscientiza ninguém, as pessoas se conscientizam ao participarem do processo de construção de uma nova sociedade. Há algo mais "Paulo Freire" do que isso? Essa perspectiva guardava influência cuja origem era a Ação Popular (AP), antes desta se vincular ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) durante a ditadura militar. Criamos o nosso próprio "Método de Trabalho de Base". O Ranulfo Peloso, por exemplo, contribuiu anos mais tarde na elaboração de muitos materiais pedagógicos do MST que, sem dúvida alguma, incorporaram algumas das contribuições desse método.</div>
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<br /></div>
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Por outro lado, tínhamos preocupação em não permitir o surgimento de desigualdades no grupo, ainda mais depois que alguns membros elegeram-se para cargos nos legislativos municipal e estadual, além de prefeituras. Nossa política interna de salários era rigorosa: os militantes com cargos no legislativo ou no executivo, por exemplo, recebiam apenas quatro salários mínimos e os demais militantes liberados recebiam dois. Os salários eram administrados pelo grupo. Tal prática funcionou por um bom período, mas depois se tornou fonte de conflitos e de intrigas. A tese era clara: não podíamos nos afastar do povo. Certo ou errado, maluca ou utópica, tal concepção tinha um sentido muito grande de generosidade, de entrega, de fazer as coisas por ideal e não por dinheiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Alguns membros do coletivo participaram de cursos em Cuba. A disciplina interna era muito valorizada. Lembro da vez em que o Pedro Peloso (o hoje deputado Airton Faleiro o acompanhou por solidariedade) teve que carregar um botijão de gás do Centro de Formação Chico Roque, na comunidade São Brás, até a sede de Santarém por que o mesmo esqueceu de comprar a botija e não havia luz no local. Creio que são 12 km de distância. Isto em 1985. Lembro disso com certa ironia, pois os grupos petistas que se intitulavam "revolucionários" nem de perto chegavam ao nosso grau de disciplina.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvvd0v96XTfAw-B_nXALINDoJviXBQdLEiJVp5fZhaoT6OF2ecI_hrlf5o2LIxqpKsQUBIqxnZz8DScrtNitA9cK6b4XJFT2GJGKjenK5MiS2xudOkhFLrsfTXheglveVyQguumgHqHJli/s1600/Diretas+J%C3%A1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvvd0v96XTfAw-B_nXALINDoJviXBQdLEiJVp5fZhaoT6OF2ecI_hrlf5o2LIxqpKsQUBIqxnZz8DScrtNitA9cK6b4XJFT2GJGKjenK5MiS2xudOkhFLrsfTXheglveVyQguumgHqHJli/s320/Diretas+J%C3%A1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Diretas Já!</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white;">Durante todo esse período vivi momentos de profunda tristeza, como os assassinatos de lideranças valorosas e, acima de tudo, bons amigos, entre eles o Dema (na Transamazônica) e Jaime Teixeira. Também tive muitos momentos de felicidade, como a luta pelas Diretas Já, a conquista de diversos sindicatos de trabalhadores rurais, as grandes mobilizações populares em Belém, como as realizadas pela Comissão dos Bairros de Belém (CBB) e o Movimento pela Urbanização Popular (MUP), na Sacramenta, que na década de 1980 já lutava pela macrodrenagem da Bacia do Una.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Não posso esquecer das lutas que desenvolvíamos no meu querido bairro. Nos confrontamos com a família Ferro Costa e conquistamos o titulo de posse para mais de 5.000 famílias. Enfrentamos o Ministério da Aeronáutica e conseguimos que a população permanecesse na área que hoje é conhecida como Malvinas </span><span style="background-color: white;"> </span><span style="background-color: white;">(no caminho do aeroporto Julio Cesar)</span><span style="background-color: white;">, bem como em toda extensão que vai desde o antigo galpão da Transporte Aéreo da Bacia Amazônica (TABA), na Tv. Dr. Freitas com a Av. Pedro Miranda, até a Pedro Alvares Cabral. Nas Malvinas fazíamos mutirão todos os finais de semana, roçando a área para que fossem construídas casas. A Polícia da Aeronáutica, fortemente armada, derrubava as casas durantes o dia e a população reerguia tudo durante a noite. Na área que hoje é o Canal do São Joaquim (da Av. Julio Cesar até a Artur Bernardes) lutamos contra o Exército e a remoção forçada da população para o Conjunto Promorar, hoje chamado Providência (bem perto do aeroporto). Fomos vitoriosos em todas essas lutas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMp_-2qgdOnUfCfyuHbhWJ5zJQ1FZzQMYkW_Sa5OHPYMBs-S8EAgxYFySzenbiFrs1_lwhw8FhCXekkuC8ZWJX0zmDdPHHFg6CPWxYwMazIC0WR9ZlGRwKZmN20jAwZKr__1V83ThnzyTj/s1600/Leonardo+Boff.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMp_-2qgdOnUfCfyuHbhWJ5zJQ1FZzQMYkW_Sa5OHPYMBs-S8EAgxYFySzenbiFrs1_lwhw8FhCXekkuC8ZWJX0zmDdPHHFg6CPWxYwMazIC0WR9ZlGRwKZmN20jAwZKr__1V83ThnzyTj/s320/Leonardo+Boff.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Leonardo Boff: um dos expoentes da Teologia da Libertação.</td></tr>
</tbody></table>
Muito disso devemos aos padres João Beuckenboon e Tiago Van Winden. Não esqueço das palavras do Pe. João quando um grupo do Apostolado da Oração, de linha conservadora, questionou-o sobre o porquê de os/as integrantes da Pastoral da Juventude estarem envolvidos(as) com a organização dos(as) moradores(as) do bairro e com a Teologia da Libertação. Disse ele: "Eu não preparo os jovens para a paróquia e sim para o mundo". Guardo um sentimento de gratidão e apreço por esses dois padres. Muito do que tenho de bom dentro de mim devo a eles. O PT do Pará também deve.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fazer campanha eleitoral para os candidatos petistas era um prazer naquela época. Passávamos horas preparando manualmente os materiais de campanha (quem não lembra do reco-reco, da máquina de estencil, do mimeógrafo a álcool?). Eu e outros amigos chegávamos a trabalhar dezoito horas por dia. Perguntem ao Carlinhos Matos, à Regina Ferreira, ao Claudio Bordalo, ao Jorginho Bastos, à Julinha, ao Lucídio, ao Alberdan Batista, ao Domício Nunes, ao Gilberto Saldanha, ao Getúlio Jales, ao Carlito Aragão e tantos(as) outros(as). Carregávamos escadas, tintas, latas, goma e pincéis pela madrugada. Enfrentamos os cabos eleitorais do antigo PFL no tapa. Em 1986, o grupo que fazia campanha não tinha nem o que comer. A esposa do Nazareno Noronha, comovida com a nossa situação, nos arranjou um saco (de 60 kg) com pescoço de galinha. Foi a nossa refeição por muitos dias. Lembra, Toninha Arcanjo? Também enfrentamos as forças da repressão em plena ditadura militar quando o então presidente Figueiredo veio a Belém. Muitos(as) companheiros(as) ficaram cercados(as) pelas tropas de choque na Igreja da Santíssima Trindade.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com o finado amigo José Ricardo (o famoso Cabinho) passei um dos maiores "perrengues" da minha vida. Na esquina da Passagem "B" com a Tv. Enéas Pinheiro fomos atacados por um "anti-petista" que avançou sobre nós e outros amigos com uma faca na mão em plena madrugada. Ao fugirmos nos deparamos com um policial que atirou a queima-roupa na nossa direção. Acho que nunca corri tanto na minha vida. Tempos depois o policial veio a participar da luta que desenvolvemos pelo projeto de macrodrenagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Vivi também fatos pitorescos. Certo dia o amigo Carlinhos Boução, então membro do Partido Revolucionário Comunista (PRC), convidou-me para ir até á casa dele a fim de lermos juntos as resoluções do congresso do partido. Quando estava na parada de ônibus, um amigo meu de infância que trabalhava na Polícia Civil ofereceu-me carona. Qual não foi a surpresa do Boução quando o carro da polícia estacionou na porta da casa dele. Nem sei se ele lembra desse episódio.</div>
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<br /></div>
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Outro que me ocorre foi quando a prelazia de Cametá organizou um debate sobre a constituinte com candidatos a deputado federal, em 1986. Estavam lá o Geraldo Pastana, o Humberto Cunha, o Ademir Andrade e o Gerson Peres. Terminado o evento um grupo de partidários do Gerson Peres avançou sobre o Humberto Cunha ofendendo-lhe com palavrões. Lembro de uma figura que abriu uma revista na qual havia uma grande ilustração com a foice e o martelo. O problema era que a rua onde se realizou o evento estava em obras e havia muitos paralelepípedos soltos. Alguns mais exaltados pegaram pedras e ameaçavam jogar no Humberto. Passei a bater fotos da situação e quando percebi um sujeito mal encarado veio na minha direção. Corri e mais adiante parei. Alguns companheiros petistas vinham logo atrás e me senti protegido. De repente a figura passa por mim de bicicleta e alguns metros depois a atira no chão. Quando me dei conta o cara estava com um revólver calibre 38. Apontou a arma pra mim e disse: "tu vai morrer seu filho da puta". Somente deu tempo de mirar a janela de uma casa e correr em sua direção. A proprietária assustada fechou a mesma imediatamente. Encurralado peguei alguns socos, tive os óculos quebrados, mas me recusava a entregar a câmera. Quando a figura apontou a arma novamente na minha cara a galera do PT chegou gritando, a senhora abriu a janela e eu dei um pulo olímpico para dentro da casa. Estava salvo.</div>
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<br /></div>
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Há uns seis anos atrás estava com o meu filho caçula na loja Magazan, da Doca de Souza Franco, onde encontrei o Gerson Peres e uma criança que parecia ser o neto dele. Disse ao meu filho Lucas: "olha lá o cara cujo capanga quis atirar em mim". Ele imediatamente falou: "vai lá pai, dá-lhe uma surra nele". Naquele dia eu fui acometido de uma crise de riso.</div>
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<br /></div>
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Bem, eu poderia escrever uma quantidade enorme de laudas relatando muitas experiências que vivi no PT. Boas e más. Quem sabe um dia publico um livro de memórias. Reconheço que devo muito a esse partido. Meus sentimentos de liberdade, solidariedade, justiça e outros se consolidaram na militância política. Conheço dezenas de pessoas espalhadas por essa Amazônia que acreditam no PT, e que fazem dele um importante instrumento da luta política. São dedicadas, honestas e comprometidas com a transformação social. Todavia, não acredito mais que haja qualquer possibilidade de mudar os rumos do partido, pois as mesmas não têm poder para alterar a lógica dominante nele.</div>
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<br /></div>
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No passado, tínhamos os trotskistas, os "igrejeiros", os leninistas, os maoistas e outros agrupamentos políticos que se digladiavam para definir a linha partidária. Hoje, os grupos se organizam em torno dos mandatos. É o grupo do deputado "X", do vereador "Y". Cada um aposta em estratégias que lhes garantam a renovação dos próprios mandatos. Esse foi um dos motivos que me fizeram abandonar a Articulação em 1997 e deixar de ter uma vida partidária a partir de então.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em contrapartida, temos petistas históricos que estão sendo criminalizados(as) por defenderem os direitos humanos. Vide o que acontece em Altamira com as pessoas que lutam contra Belo Monte. A legislação ambiental está sendo destruída para dar vazão aos interesses dos grandes grupos econômicos que querem se apoderar de vastas extensões de terras e dos recursos nelas contidas. A própria Constituição Federal vem sendo modificada para garantir a entrada de mineradoras e madeireiras em terras indígenas. Áreas de preservação são reduzidas (Floresta Nacional de Itaituba I e II) para viabilizar a construção de hidrelétricas nos rios Teles Pires e Tapajós de grande interesse das empresas do agronegócio (ADM, Bunge, Maggi, Cargil etc.). O desenvolvimentismo é a nova "utopia" de grande parte da esquerda no comando do país. Infelizmente.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0vgQBMr4kn2gjiC2zg7qZpnvFL9g1jxhnHIUT_7S2ZoT39fxZRgy7RALOdME-wOQ9eALxEAfY9whm-kD27R5yjyAipxnx6si7j_Y_AILH1RM1yA2X1sdpo-KoZQUgVx4R3Fq_9_Biykqv/s1600/Belo+Monte.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0vgQBMr4kn2gjiC2zg7qZpnvFL9g1jxhnHIUT_7S2ZoT39fxZRgy7RALOdME-wOQ9eALxEAfY9whm-kD27R5yjyAipxnx6si7j_Y_AILH1RM1yA2X1sdpo-KoZQUgVx4R3Fq_9_Biykqv/s400/Belo+Monte.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A destruição provocada por Belo Monte</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white;">Saio, mas não renego as minhas origens. Tenho muitos(as) amigos(as) no PT e farei de tudo para não perder essas amizades. Não penso em associar-me a qualquer outra agremiação partidária, mas não deixarei de fazer política. Vou entregar-me mais do que nunca a fortalecer a resistência contra o atual modelo de desenvolvimento, e humildemente contribuir para manter acesa a utopia por uma nova sociedade, pelo fim do capitalismo.</span></div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-70053753264651008642012-06-29T02:19:00.001-03:002012-06-29T02:35:56.247-03:00Criminosos que incriminam<div style="text-align: justify;">
Você deve estar acompanhando o noticiário sobre a renhida resistência de indígenas, ribeirinhos, mulheres, jovens, agricultores familiares, pastorais sociais e outros segmentos contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, lá em Altamira (PA). Pois bem, há um grupo de lideranças que está sendo criminalizado por conta da última ocupação no canteiro de obras da Norte Energia. O absurdo da situação é que pessoas que sequer encontravam-se no município durante o ato dos movimentos sociais foram denunciadas pela Polícia Federal. É o caso, por exemplo, da Antonia Melo, liderança do movimento de mulheres daquela região.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZaHyQGZxOrtt50xCSEFfJq4Nu6Hsv52_MYjL-MqOTLbyozNiQ6DelQ34c814jll1hmOcwyFq6cnkxlu_WNVC4HV1-NLlqRd_Nz5kwT6b7B38NcrfqlwcSnpkcJ1H5ORfeg7tJvDBuEJ2_/s1600/Antonia+Melo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZaHyQGZxOrtt50xCSEFfJq4Nu6Hsv52_MYjL-MqOTLbyozNiQ6DelQ34c814jll1hmOcwyFq6cnkxlu_WNVC4HV1-NLlqRd_Nz5kwT6b7B38NcrfqlwcSnpkcJ1H5ORfeg7tJvDBuEJ2_/s320/Antonia+Melo.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Antonia Melo</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Quando ocorreu o ato a Antonia Melo estava no Rio de Janeiro participando da Cúpula dos Povos durante a Rio+20, abordando justamente as violações contra os direitos humanos provocadas pela ação/omissão dos governos federal, estadual e municipal, bem como pelo consórcio das empresas responsáveis pela construção da barragem. Ou seja, a denúncia da PF não se baseou em fatos, mas tão somente com a intenção de intimidar, pressionar, impor o medo naqueles(as) que lutam contra a estratégia suicida das elites políticas e empresariais que querem garantir o acesso, uso e controle irrestrito dos recursos naturais existentes na Amazônia aos grandes grupos econômicos nacionais e transnacionais, mesmo que isso provoque a desestruturação dos modos de vida de comunidades inteiras, a destruição da floresta, a contaminação da água e do ar, o inchaço das periferias urbanas, a falência do serviço público (incapaz de atender o aumento exponencial das demandas), o aumento das diferentes modalidades de violência, a expansão do consumo das drogas, o desaparecimento de espécies da fauna e da flora etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muitos falam sobre a ausência do Estado na Amazônia. Nada mais equivocado, pois, historicamente, o Estado brasileiro sempre se fez presente quando os interesses dos poderosos correram algum risco. Foi assim na Cabanagem, no assassinato de Quintino Lira pela Polícia Militar durante o primeiro mandato de Jader Barbalho no governo estadual, na proteção às propriedades dos latifundiários do Sul e Sudeste do Pará - que, diga-se de passagem, foram obtidas em grande parte através da grilagem de terras públicas -, no remanejamento forçado de populações ribeirinhas, indígenas ou de agricultores familiares para a construção das hidrelétricas de Samuel (RO), Balbina (AM) e Tucuruí (PA) e agora em Altamira, entre tantos outros exemplos. O Estado se faz ausente para alguns setores da sociedade amazônida, nunca para os poderosos: Federações das Indústrias, Federações da Agricultura, Zona Franca de Manaus, Vale, ALBRAS, ALUMAR, Norte Energia, Consórcio Energia Sustentável (RO), Consórcio Madeira Energia (RO), Maggi, Cargil, ADM, Eletronorte, Petrobras, madeireiras, agronegócio, Daniel Dantas, ALCOA etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgubI2KC3OFtKIOYSpvvavcgcR5IHQU8mMXmh7msfwN_akmNDuw5NZQUkCtLDNOH9bmiWWmI4Rj0XfY12aKivvyj3LHFCOtB9Vy0BIjfshfrF5JArB9GW77KPHbAgwb03-pspkKFS-gqYw9/s1600/Ocupa%C3%A7%C3%A3o+de+Belo+Monte.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgubI2KC3OFtKIOYSpvvavcgcR5IHQU8mMXmh7msfwN_akmNDuw5NZQUkCtLDNOH9bmiWWmI4Rj0XfY12aKivvyj3LHFCOtB9Vy0BIjfshfrF5JArB9GW77KPHbAgwb03-pspkKFS-gqYw9/s320/Ocupa%C3%A7%C3%A3o+de+Belo+Monte.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cerca de 200 índios Xikrin e Juruna estão acampados desde o dia 21<br />
nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto os representantes de organizações da sociedade civil são alvo de inquérito policial em Altamira, o Consórcio Norte Energia ignora as mais de 40 condicionantes a que foi obrigado acatar para que obtivesse a licença de instalação do canteiro de obras. Nesse caso, nem os governos e nem os poderes legislativos tomam as rédeas da situação para que o Consórcio cumpra com o que foi determinado. Prevaricam, fecham os olhos para as atrocidades cometidas contra a população (casas são derrubadas para forçar os moradores a saírem do local; escolas, hospitais e outros equipamentos públicos não foram construídos, as indenizações pelas benfeitorias dos ribeirinhos são baixíssimas, para citar apenas alguns exemplos), concedem incentivos fiscais e tributários indecentes, descumprem a legislação ambiental... Ou seja, quem comete crimes é quem incrimina. E o culpado é sempre o mordomo.</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-46807739757955033232012-06-20T19:34:00.000-03:002012-06-20T19:39:08.367-03:00Eleição de mentirinha?<div style="text-align: justify;">
Recentemente ocorreram novas eleições na Grécia e o partido conservador Nova Democracia foi vitorioso. Este deverá formar o governo em aliança com o Partido Socialista (Pasok). Ambos defendem a agenda neoliberal imposta pela Alemanha e FMI à Europa: corte nos gastos sociais, revisão das leis trabalhista e previdenciária, austeridade etc.. Sem dúvida alguma os dois partidos estão entre os principais responsáveis pela situação caótica em que vive a Grécia e a extrema dificuldade porque passa sua população. <span style="background-color: white;">Enquanto os bancos recebem fabulosas quantias de euros (aos bilhões) para se "salvar", a grande maioria dos gregos vive dias difíceis por conta do desemprego, do aumento da violência, do definhamento da democracia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJt-Wo_VNb6OmBmArBEeVxJzSjgA3CCeiNaXUQfPhsz6ZVHRDhjcWPN3bh3MwOHRAj1jOCs_xW_iXL_wr2UbRa6kg24K_jozEkIOTI0EEtnWL06yeHpIC2L0LPExdp4rlo9BwXWs8zJ7EJ/s1600/Gr%C3%A9cia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJt-Wo_VNb6OmBmArBEeVxJzSjgA3CCeiNaXUQfPhsz6ZVHRDhjcWPN3bh3MwOHRAj1jOCs_xW_iXL_wr2UbRa6kg24K_jozEkIOTI0EEtnWL06yeHpIC2L0LPExdp4rlo9BwXWs8zJ7EJ/s320/Gr%C3%A9cia.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Alguém poderá objetar a afirmação acima dizendo que a democracia, apesar das turbulências sociais e econômicas, está preservada na Grécia já que a Nova Democracia chega ao poder amparada na "vontade das urnas". Contudo, como nos ensina o dito popular, o"buraco é mais embaixo". A Alemanha e outros países europeus, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o conglomerado da mídia internacional e instituições financeiras do "velho continente" interviram de forma aberta nas eleições gregas, ao baterem na tecla de que a vitória do partido de esquerda Syriza levaria a Grécia a abandonar o euro enquanto moeda única, bem como resultaria no aprofundamento da crise que já é bastante grave. Eis o que nos diz um artigo publicado recentemente no site OperaMundi sobre essa questão:</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">A crise da dívida iniciou entre 2004 e 2009, quando a Nova Democracia estava no poder e não só multiplicou por dois a dívida grega, como também maquiou as contas do país: apresentou um déficit de 6% do PIB quando, na verdade, este alcançava 16%. A Europa celebrou segunda-feira a vitória da Nova Democracia como uma salvação do euro. Nada pode ser mais falso: nenhum partido, nem sequer a coalizão de esquerda radical Syriza, optou por sair da moeda única. Berlim e os meios de comunicação fizeram um grandioso trabalho de manipulação: “não acreditamos neles, por isso votamos por Nova Democracia tapando o nariz”, dizia ontem um jovem eleitor da ND. O mais assombroso reside no fato de que a Europa pôs suas fichas na casa de um partido implicado até os ossos na debacle e em um homem cuja trajetória está cheia de variações incongruentes. </span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">O que está sendo vivenciado pela Grécia é o padrão que passou a vigorar, em especial, a partir da década de 1980 no mundo. A hegemonia neoliberal se materializou porque os países mais poderosos do planeta conseguiram faz</span><span style="background-color: white;">er com que suas agendas política e econômica </span><span style="background-color: white;">fossem assumidas pela maioria das nações sem grandes questionamentos. Esse processo contou com o envolvimento estratégico do FMI, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio (OMC), grandes grupos de comunicação, agências de classificação e outras instituições importantes. Bastava que um candidato ou partido sugerisse algo que se contrapusesse a um algum ponto de interesse da banca internacional, das transnacionais ou do G-7 para que fosse "implodido" por "comentaristas" políticos e econômicos, partidos e segmentos sociais conservadores e grupos empresariais. A perseguição se mostrava implacável, pois consideravam inadmissível o questionamento aos preceitos neoliberais: Estado mínimo, abertura comercial, privatização das empresas públicas, liberdade para a entrada e saída de capitais, cortes nos gastos governamentais, focalização das políticas públicas, desregulamentação do setor financeiro, revisão de direitos sociais etc.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"></span><br />
<span style="background-color: white;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH9gcJMZT32zXeogM1IeDRg0RUHCYe0jyFbNzB3VEqsBxx_fkTwbVHwGQ5yNrkr567cldohFzXucXcbP_CnS5uQSPCgIBPLnEarliRxg2NZRRLejgsIjCNE7uqsi59Ve2YYvcKH1cIvmk_/s1600/Gr%C3%A9cia+-+Nova+Democracia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH9gcJMZT32zXeogM1IeDRg0RUHCYe0jyFbNzB3VEqsBxx_fkTwbVHwGQ5yNrkr567cldohFzXucXcbP_CnS5uQSPCgIBPLnEarliRxg2NZRRLejgsIjCNE7uqsi59Ve2YYvcKH1cIvmk_/s320/Gr%C3%A9cia+-+Nova+Democracia.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Partido Nova Democracia</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Quando um candidato ou partido não era considerado "confiável" pelo "mercado" as ameaças se apresentavam de diferentes formas: saída do capital estrangeiro, avaliação negativa elaborada pelas agências de classificação, especulação, aumento do dólar... Ou seja, só havia uma alternativa: ou o concorrente se enquadrava ou estava fora do jogo. Programas de governo se consolidaram como meras peças de ficção, pois os compromissos com a manutenção das políticas macroeconômicas é que realmente valiam, independentemente do que o/a candidato(a) dissesse à população. As próprias eleições mais pareciam rituais formalmente organizados, pois os "programas governamentais" já se encontravam definidos bem antes pela banca internacional e seus pares. Estes eram os "verdadeiros" eleitores.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSeRZ7-xGtaZ35N0_k-ntxM4AW2ssYdPCiJofRz-RJPko66z_v0LAcIxtpoGtNqS1IzpHNAL3zbLsCsA4velviNFMJYbvukwmmoY_X7V7ZSLlN-etO2-3kp0QXNmNFVUv_1svRdgJI_4EB/s1600/Gr%C3%A9cia+-+Syriza.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSeRZ7-xGtaZ35N0_k-ntxM4AW2ssYdPCiJofRz-RJPko66z_v0LAcIxtpoGtNqS1IzpHNAL3zbLsCsA4velviNFMJYbvukwmmoY_X7V7ZSLlN-etO2-3kp0QXNmNFVUv_1svRdgJI_4EB/s320/Gr%C3%A9cia+-+Syriza.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexis Tsipras um dos líderes da Coalizão da Esquerda Radical Syriza</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Hoje, há muitos questionamentos ao neoliberalismo. Todavia, isto não significa que seus pressupostos foram completamente abandonados. A situação no Brasil, no Peru, na Bolívia, na Espanha, em Portugal, na Grécia e em muitos outros países mostram o contrário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A realização de eleições regulares, livres e transparentes são importantes para a consolidação da democracia em qualquer nação. Contudo, as últimas eleições na Grécia mostram que nem sempre é assim que a coisa funciona na medida em que os que realmente decidem os destinos dos gregos não possuem título, não entram nas filas e nem nas cabines de votação. A eleição foi de mentirinha?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjnO-8Pc61GKfDelPC37vgLSSJWZX78VNAGxQ4gaPmcinK3-kQ1RIShAp6KmZ-7y0BmniDGynm2W5GGWaVDm_ZMkaO-XDnSKDNd7QQkbOrZgxvJjj4yKW1MuooBMUfi2Re4dCiO2NfCcTE/s1600/Gr%C3%A9cia+-+mobiliza%C3%A7%C3%A3o+popular.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjnO-8Pc61GKfDelPC37vgLSSJWZX78VNAGxQ4gaPmcinK3-kQ1RIShAp6KmZ-7y0BmniDGynm2W5GGWaVDm_ZMkaO-XDnSKDNd7QQkbOrZgxvJjj4yKW1MuooBMUfi2Re4dCiO2NfCcTE/s320/Gr%C3%A9cia+-+mobiliza%C3%A7%C3%A3o+popular.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O povo vai às ruas na Grécia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-42407282452608019692012-05-28T16:01:00.001-03:002012-05-28T23:20:12.172-03:00A confraria dos canalhas<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Vamos fazer um exercício bem simples: Suponha que eu seja uma importante autoridade da República e deliberadamente minto para, mais uma vez, produzir uma crise institucional a fim de ocultar ações e omissões da minha parte que, se descobertas, podem, inclusive, causar o meu impeachment. Como você qualificaria meu ato? Agora imagine que eu seja um jornalista reconhecido e mesmo sabendo que uma notícia publicada por mim omite relevante informação que, se divulgada, comprovaria que o que escrevi não passa de mera armação para tentar ludibriar a opinião pública e, dessa maneira, acabar protegendo criminosos que se infiltraram no aparelho do Estado. Que conceito você teria de mim?</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE6q8iKun59nLRbP5nn2_yMWIJQDllXzlP2NwNmVvnif4bWe5IZQKSOayjlfGUBPvKjuGf-myq4THH4imuKU3obtxqKtfkVKpZk75VnBcc1-ZKzoUech8eliO-XZxGX3r2hENrz5rq8ImI/s1600/VEJA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE6q8iKun59nLRbP5nn2_yMWIJQDllXzlP2NwNmVvnif4bWe5IZQKSOayjlfGUBPvKjuGf-myq4THH4imuKU3obtxqKtfkVKpZk75VnBcc1-ZKzoUech8eliO-XZxGX3r2hENrz5rq8ImI/s320/VEJA.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na minha humilde opinião em ambos os casos as pessoas envolvidas mereceriam ser chamadas de canalhas. Segundo o dicionário, "canalha" significa "pessoa ruim" ou "sem-vergonha". Convenhamos, para realizar os atos descritos acima somente uma pessoa sem qualquer vergonha na cara seria capaz disso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiur29E9UEVnfeajWNsm1AXTqMZvUzUJpU8cDyu7I1psmpCrXR6IRhgzCUKOwk6rGQdtLTizBy__asjP35txb8tJiSY3_zzlGTeANH8sElSAXo3iTT-9LrCp8-w59Op65MBsGSOfiTE0f3C/s1600/Cachoeira+e+os+alien%C3%ADgenas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiur29E9UEVnfeajWNsm1AXTqMZvUzUJpU8cDyu7I1psmpCrXR6IRhgzCUKOwk6rGQdtLTizBy__asjP35txb8tJiSY3_zzlGTeANH8sElSAXo3iTT-9LrCp8-w59Op65MBsGSOfiTE0f3C/s400/Cachoeira+e+os+alien%C3%ADgenas.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Brasil de hoje vivencia uma guerra suja que, infelizmente, a maioria da população não percebe. Uma guerra sem trégua levada a cabo pelas principais empresas de comunicação do país e seus aliados no judiciário e no legislativo. Tudo isso porque a Operação Monte Carlo da Polícia Federal revelou a captura do aparelho do Estado nas suas diferentes instâncias (executivo, judiciário, legislativo e ministério público) por parte do grupo criminoso comandado pelo bicheiro Carlinho Cachoeira. Todavia, as investigações da PF também levantaram fortes indícios de que durante muito tempo houve complacência, e mesmo o estabelecimento de parcerias entre aquele bando e determinados setores da imprensa brasileira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKB4OSJzy79RjJ9-MPNAZQvAqa0Z_2u1krwiejxafy781xFqU6y669DhCc5BqxxedTE3Za9Uks3C4Maule-H00pMayZSJhWW-CAhyphenhyphenck_Vnh9sXcpnq5ZBJmeEFG9p3BxC6yXlCTIfCfoMo/s1600/Folha+de+S%C3%A3o+Paulo.gif" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKB4OSJzy79RjJ9-MPNAZQvAqa0Z_2u1krwiejxafy781xFqU6y669DhCc5BqxxedTE3Za9Uks3C4Maule-H00pMayZSJhWW-CAhyphenhyphenck_Vnh9sXcpnq5ZBJmeEFG9p3BxC6yXlCTIfCfoMo/s200/Folha+de+S%C3%A3o+Paulo.gif" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tal parceria tinha mão dupla: 1) O bando de Carlinho Cachoeira grampeava ilegalmente autoridades e empresários concorrentes, repassava as informações a um grupo seleto de "empresas jornalísticas" e estas reverberavam em revistas, jornais e nas TVs os áudios e vídeos obtidos de forma criminosa. A quadrilha saia ganhando com a exclusão dos concorrentes de processos licitatórios e de abertura de inquéritos contra os mesmos, assim como com a queda de gestores públicos que de alguma forma contrariavam os interesses do bando; 2) As "empresas jornalísticas" ganhavam cada vez mais espaço na vida pública nacional com a divulgação de escândalos reais e armados, além de colocar sob alta pressão as autoridades do Estado brasileiro considerados seus desafetos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ10Fsjx8W2NswBCUuXGo5Wy7oSYjcFygBeCrUw8hWm2DkRJ6ISJWDL9EGxNh4k_OyJxmQpve5NZPnDhGUbCdAosyGUjkZ7JRgfzUbEtwmUGnFtZsX9glkzMxBj3rRoxEUhkWh_kD1bDve/s1600/Globo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ10Fsjx8W2NswBCUuXGo5Wy7oSYjcFygBeCrUw8hWm2DkRJ6ISJWDL9EGxNh4k_OyJxmQpve5NZPnDhGUbCdAosyGUjkZ7JRgfzUbEtwmUGnFtZsX9glkzMxBj3rRoxEUhkWh_kD1bDve/s320/Globo.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
A promiscuidade entre os interesses da mídia corporativa e da quadrilha de Carlinho Cachoeira fica cada vez mais evidente à medida que as informações levantadas pela PF vão sendo sistematizadas e aprofundadas as investigações. O esforço da "grande imprensa" para abafar as notícias que lhe desagrade tem sido brutal, bem como sua determinação para evitar a todo custo que a CPMI destrinche a parceria criminosa estabelecida entre esta e o bicheiro. Todavia, como não controlam a blogosfera, as informações sobre as "peripécias" daquele bicheiro, do senador Demóstenes, de políticos, empresários e de jornalistas circulam livremente pela rede, rompendo as barreiras erguidas por Marinhos, Frias, Civitas e outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nos últimos anos a sociedade brasileira viveu no fio da navalha de uma crise institucional. É notório que as "famiglias" que comandam os principais veículos de comunicação do país não aceitaram a derrota de Serra e de Alckimin para a presidência da República. Desde então estamos numa espécie de eterno "terceiro turno" das eleições. Para tanto se tornaram a real oposição aos governos Lula e Dilma, já que o PSDB e o DEM estão em frangalhos, posição assumida abertamente pela presidente da Associação Brasileira de Jornais. Contudo, também têm contado com valiosos préstimos de altas figuras do judiciário, cuja última edição do boletim informativo e depreciativo da oposição, mais conhecido como revista VEJA, bem demonstrou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8gpiv53q4BpDUeseKnOGvuYjE8XOSpLgTmldpCMLBxDS0zR1UTyS7kRsok09mM2oSeZqaptKTlISdOgOtTJL9vMweJnQzB9iliRGKujZd8PgXaDcj8lwckW8WSLtsWWU03cGyaRYMkmPJ/s1600/Estad%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8gpiv53q4BpDUeseKnOGvuYjE8XOSpLgTmldpCMLBxDS0zR1UTyS7kRsok09mM2oSeZqaptKTlISdOgOtTJL9vMweJnQzB9iliRGKujZd8PgXaDcj8lwckW8WSLtsWWU03cGyaRYMkmPJ/s200/Estad%C3%A3o.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
É essa associação para o crime e para a desestabilização institucional do país que chamamos de "Confraria dos Canalhas". Para identificá-los basta dar uma olhada nos editoriais dos principais jornais, nas matérias dos jornalísticos da noite e dos finais de semana. Ah, também não deixe de acompanhar o que dizem alguns integrantes do judiciário e dos líderes da oposição conservadora no Congresso Nacional.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Brasil somente será uma democracia quando os itens da Constituição Federal que impedem o monopólio da informação forem efetivamente regulamentados e colocados em prática.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
PS: Recomendo a leitura do maravilhoso texto premonitório do jurista Dalmo de Abreu Dallari.</div>
<div style="text-align: justify;">
http://www.viomundo.com.br/politica/o-replay-do-leitor-giorgio-dalmo-dallari-sobre-gilmar-mendes.html
</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-91549194324587164172012-05-23T18:12:00.002-03:002012-05-23T18:13:18.521-03:00Olhar<br />
Trago em mim<br />
todas as dores<br />
do mundo<br />
a esperança<br />
no futuro<br />
e o olhar atento<br />
por cima<br />
do muro<br />
<br />
Guilherme Carvalho<br />
noite de 23/05/2012Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-47390515108749409662012-05-19T11:37:00.002-03:002012-05-19T11:41:56.594-03:00ConectadoMinha mente navega<br />
pela imensidão do cosmos.<br />
Meu cérebro está conectado<br />
a todas as estrelas.<br />
Os olhos, por sua vez, irradiam<br />
megatons de pura energia.<br />
Viajo por Escorpião<br />
mergulho em Aquário<br />
vou até Andrômeda<br />
e roubo um facho de luz<br />
para realçar tua beleza.<br />
Flutuo na escuridão infinita<br />
buscando compreender<br />
o próprio sentido da vida.<br />
<br />
Guilherme Carvalho<br />
noite de 18/06/2004Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-17363294300470506152012-05-11T19:04:00.000-03:002012-05-11T19:05:30.721-03:00QUE ME PERDOEM...Que me perdoem os justos...<br />
mas este mundo é uma máquina de triturar esperanças.<br />
Que me perdoem os céticos...<br />
mas suas condutas somente reforçam os conservadores e seus planos de dominação.<br />
Que me perdoem os românticos...<br />
mas o amor virou uma mercadoria.<br />
Que me perdoem os fortes...<br />
mas sua fortaleza é fundada no medo.<br />
Que me perdoem os fracos...<br />
mas sua covardia é contagiosa.<br />
Que me perdoem os tementes a Deus...<br />
mas sua fé está na base de muitas guerras.<br />
Que me perdoem os descrentes...<br />
mas a intolerância é um punhal que dilacera.<br />
Que me perdoem os otimistas...<br />
mas sua cegueira é perigosa.<br />
Que me perdoem os pessimistas...<br />
mas seu comodismo é alienante.<br />
Que me perdoem as mulheres..<br />
mas deveriam amar incondicionalmente a si mesmas.<br />
Que me perdoem os homens...<br />
mas deveríamos ser menos homens e mais gente.<br />
Que me perdoem as crianças...<br />
por acharem que deixaremos um mundo melhor para elas.<br />
<br />
Guilherme Carvalho<br />
Noite de 11 de maio de 2012.Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-49562237642002172562012-05-05T16:59:00.004-03:002012-05-05T17:02:02.951-03:00HERANÇA<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Toda vez que vejo meus filhos se divertindo
e sem maiores preocupações fico imaginando como eles serão quando crescerem.
Certamente, como qualquer pai, quero que eles sejam felizes, honestos e
solidários. Dou-lhes carinho, educação e atenção. Dou-lhes comida, os visto e
os levo para passear. Mesmo assim duas perguntas não saem da minha cabeça: É o
suficiente? O que deixarei para eles?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quando se trata de filhos é
sempre difícil saber se fizemos o suficiente. O mais provável é que uma
sensação de que se podia fazer algo mais permanece ao longo da vida dos pais.
Não que isso vá redundar necessariamente num sentimento de culpa incontornável.
Não é isso. Quero apenas ressaltar que a felicidade dos pais está intimamente
relacionada à felicidade dos filhos. E creio que o inverso também seja
verdadeiro.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quanto à segunda pergunta: o que
deixarei para os meus filhos? Bens materiais? Alguns certamente. Todavia, por
incrível que possa parecer, essa é a questão mais bem resolvida na minha
cabeça: deixarei a eles boas lembranças. Lembranças das vezes que fomos juntos
à praia ou que ouvimos músicas, dos carinhosos olhares, das trocas de afeto,
das vezes que tentamos identificar estrelas e constelações lá no interior do
estado, das caretas e poses que fizemos para as fotografias de família, das
pequenas confidências, das piadas que trocamos pela internet, das revistinhas
que lemos juntos, das vezes que os busquei nas festinhas, das brincadeiras por
causa do crescimento dos pêlos e de outras partes mais, da atenção dada quando
eles ficaram doentes. Enfim, por conta desses e de outros detalhes preciosos.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">As boas lembranças serão a
condição da minha própria imortalidade. Não entendeu? É que por causa das boas
lembranças gravadas na mente e no coração dos meus filhos eles terão o maior
orgulho de falar de mim para os meus netos, que por sua vez falarão para os
seus filhos e assim por diante. Guardarão com carinho meus livros, meus discos,
minhas lembranças e meus ensinamentos.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sabem com quem aprendi isso? Com
o Menino Maluquinho. Foi com ele que descobri que se um cara é legal quando
adulto, é porque ele foi um menino feliz. E meninos felizes têm boas
lembranças.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Manhã
de <st1:date day="17" ls="trans" month="08" w:st="on" year="03">17/08/2003</st1:date></span><span style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-65696630845071372422012-05-05T16:43:00.000-03:002012-05-11T19:19:47.749-03:00DIVAGAÇÕES<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">O
corpo pede descanso</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Mas
a mente devaneia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Os
músculos querem arrego<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">A
cabeça incendeia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Novas possibilidades às vezes provocam situações
inusitadas: corpo e mente afastam-se simultaneamente por alguns momentos e não
é nada fácil aproximá-los. Enquanto a mente vagueia por caminhos e lugares onde
nunca estivemos, o corpo parece preso a uma âncora. Tornar esses momentos de certa
angústia em algo criativo é a melhor forma de quebrar a corrente da ansiedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Guilherme Carvalho</span><br />
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">
Madrugada de 24/10/2002</span><br />Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-45158476210478486542012-05-05T16:36:00.000-03:002012-05-11T19:21:43.779-03:00Olhar que trai<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">No centro do ser</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Existe luz<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Que transpira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">No ver<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Que imagina<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Qualquer gesto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Querendo saber<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">No centro do ser<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Existe luz<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Que inspira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Que seduz<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Que observa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Que vigia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Querendo compreender<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">No centro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">A gente chora<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Quando os olhos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Tentam tão longe querer<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Saber todas as almas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Saber toda dor<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Querer por força<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Desvendar todos os segredos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Da visão do amor.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Em parceria com Antonio Oliveira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Belém (PA), 17/09/2000</span></div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-41727480003118630942012-05-01T11:09:00.000-03:002012-05-02T09:42:56.066-03:00Quem é essa "opinião pública"?<div style="text-align: justify;">
É muito comum grandes empresas de comunicação apresentarem-se através de matérias jornalísticas e/ou das análises de seus/suas comentaristas como representantes da "opinião pública". A "opinião pública pensa isso", a "opinião pública não tolera mais", a "opinião pública exige providências" bradam eles e elas a todo momento. Mas quem diabos é essa opinião pública?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com o avanço das novas tecnologias as corporações empresariais da comunicação têm perdido paulatinamente o monopólio da informação. Hoje, não adianta mais o Jornal Nacional, a VEJA, o Estadão, O Globo e a Folha de São Paulo, por exemplo, omitirem informações que lhes são indesejadas por conta de acordos ou negócios que mantêm com determinados grupos políticos e econômicos. Observe o caso Carlinhos Cachoeira/Demóstenes Torres. Está ficando cada vez mais evidente a vinculação do Grupo Abril, responsável pela revista Veja, com o esquema criminoso. Não obstante, os veículos citados acima batem na tecla de que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) investigará a relação do bicheiro com políticos e partidos. Escondem que jornalistas e grupos de comunicação também são alvos das investigações. E não se assustem: caso o Roberto Civita e Policarpo Junior, presidente do Grupo Abril e chefe da sucursal da VEJA em Brasília, respectivamente, sejam convocados pela CPMI seremos inundados de matérias sensacionalistas denunciando atentados contra a liberdade de imprensa e à democracia. Entretanto, liberdade de imprensa e libertinagem das empresas de comunicação não são a mesma coisa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiO6W6St1K_uwozD_66ZBkIzC416MNkPH0ccPpH_Zgh71a2OYhwtmsrvRKHdw7q0OEiXLPE5h5tR2hdcY_LfUFXMEidtHNiSQ0MtniQzTeyBCes3t1Z_vin6_Ut54pBN-9fRjoca8WEHiN/s1600/Jornal+Nacional.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiO6W6St1K_uwozD_66ZBkIzC416MNkPH0ccPpH_Zgh71a2OYhwtmsrvRKHdw7q0OEiXLPE5h5tR2hdcY_LfUFXMEidtHNiSQ0MtniQzTeyBCes3t1Z_vin6_Ut54pBN-9fRjoca8WEHiN/s400/Jornal+Nacional.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao que tudo indica o que houve nesse episódio envolvendo a VEJA e o bicheiro foi uma associação criminosa para atingir fins ilícitos. Foram usados diversos expediente ilegais como escutas clandestinas, invasão de privacidade, extorsão, desvio de recursos públicos, acusações mentirosas etc., para garantir a expansão das atividades do grupo de Cachoeira. Matérias "plantadas" na imprensa tinham como objetivo afastar concorrentes e/ou abrir "novas oportunidades" de negócios ao bando. Em troca, a revista tinha acesso a informações obtidas ilegalmente para detonar o governo federal e aliados em favor da oposição. Há, inclusive, a confirmação de pagamento de "mensalinho" a jornalistas como Claudio Humberto (ex-porta voz do Collor) e Mino Pedrosa (da revista Isto É) para "ferrar" com os adversários do bicheiro e de seu grupo. Muitos outros parecem ter sido "agraciados" com os "mimos" de Cachoeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os grupos empresarias de comunicação - com exceção neste momento da TV Record e do site do Terra - não informam que durante o mandato de governador de São Paulo, José Serra repassou cerca de R$ 34 milhões à VEJA por conta da compra de exemplares da revista e de outras publicações do Grupo Abril para escolas. Todavia, segundo diversos educadores, esses materiais não eram adequados para o trabalho pedagógico com as crianças.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2gdV6mh4hSiMTVUrRnssfQZYFSRSwdtxx8bKTD0nf9D0iqN3Z75Kh4EVaC3oVm-FGZAk2qaH2-jR2fjUI41kCUqJZOx25QJwbGp4F4HsHX1ZKDWKCkj6U9p6A4SXWtrEgfa-smj8O3cvi/s1600/Revista+VEJA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2gdV6mh4hSiMTVUrRnssfQZYFSRSwdtxx8bKTD0nf9D0iqN3Z75Kh4EVaC3oVm-FGZAk2qaH2-jR2fjUI41kCUqJZOx25QJwbGp4F4HsHX1ZKDWKCkj6U9p6A4SXWtrEgfa-smj8O3cvi/s320/Revista+VEJA.jpg" width="248" /></a></div>
<br />
Enquanto o Globo e todas as outras buscam relacionar a Delta, uma das grandes beneficiárias do esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira, com o governo Sérgio Cabral (RJ), "esquecem-se" que o governo de São Paulo durante as gestões de Alckimin e Serra repassaram mais de R$ 900 milhões àquela empresa e há possibilidades reais de que tenham ocorrido desvios de recursos em muitas obras, em especial na ampliação da marginal do rio Tietê, cujo custo por quilômetro é superior ao da construção do Eurotunel, sob o Canal da Mancha, que liga a França à Inglaterra; obra muito mais complexa que a realizada em São Paulo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVw8mjIeW9YwEnkP0Od-skOBzN-Auqb1o8G4IiVFWgOxgqdpriWoA77S26g2UuoQN7kjOvGigU7yvgUXx0KlQDsFyZiRFpbG-WBdP1OtvaCdkyrXcrEQvpaYMQMHhMxDrObqauBA_56uYm/s1600/Dem%C3%B3stenes.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVw8mjIeW9YwEnkP0Od-skOBzN-Auqb1o8G4IiVFWgOxgqdpriWoA77S26g2UuoQN7kjOvGigU7yvgUXx0KlQDsFyZiRFpbG-WBdP1OtvaCdkyrXcrEQvpaYMQMHhMxDrObqauBA_56uYm/s320/Dem%C3%B3stenes.jpg" width="320" /></a></div>
Os grupos empresariais de comunicação decidiram que isso não é importante e que à "opinião pública" somente interessa averiguar questões secundárias desse intrincado esquema de corrupção que atinge diversos estados, vários partidos políticos da situação e da oposição, membros do poder judiciário - inclusive há suspeitas sobre determinado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, para nós, a "opinião pública", interessa saber quem roubou, quanto roubou, como esses valores serão ressarcidos aos cofres públicos e de que forma funciona o esquema criminoso que envolve jornalistas e empresas de comunicação na tentativa de gerar sucessivas crises institucionais. Queremos tudo apurado, julgado e os criminosos na cadeia; sejam eles quem forem. E não adianta sonegar informações porque isso é simplesmente impossível no mundo atual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNvDLNErMeyQ9MLIy9MwGTLhzdoFQkkAKsiiDEU0yOiBd4OKy5aY-AauS8ZIp3fS_8_V7eYgRPKJN7XmbvgjKkq5IbtAHU1PxrmYLNTi4zyJzaQ-nL1UrHSQ-7UVHraHTlclJFWzWJkht9/s1600/Carlinhos+Cachoeira.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNvDLNErMeyQ9MLIy9MwGTLhzdoFQkkAKsiiDEU0yOiBd4OKy5aY-AauS8ZIp3fS_8_V7eYgRPKJN7XmbvgjKkq5IbtAHU1PxrmYLNTi4zyJzaQ-nL1UrHSQ-7UVHraHTlclJFWzWJkht9/s320/Carlinhos+Cachoeira.jpg" width="320" /></a></div>
Nosso país jamais será uma democracia se continuarmos tutelados pelas corporações empresariais da comunicação. Sigamos o exemplo da Inglaterra que está apurando as ações criminosas do dono de um império jornalístico mundial, o "empresário" australiano Keith Ruperth Murdoch. Lá foi a própria imprensa quem denunciou as ações criminosas do grupo. Cortou na própria carne. Aqui, Pilatos é o santo da Globo, VEJA, Estadão, Folha e outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Enquanto isso, o advogado de Carlinhos Cachoeira apresentou uma tese cínica de que os criminosos de colarinho branco não deveriam ir para a cadeia porque elas são "desumanas". O que vocês acham disso?</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-49683668114744488592012-04-29T10:02:00.001-03:002012-04-30T11:30:26.436-03:00Toda glória e poder ao deus mercado globalizado!<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqrE2cVcXwhCF4PUFudGMUtnb0A3DyWUXkqO2Pq4aJ5rJYZnBp2ZWAt2_NpWvC-7JsleasIZHw9QSw_vHGmt5BXqHbxykLKASksW6lSyPBbZXjWlnTZhWx9RsjRusG9_U5WBpRkKmn2abH/s1600/Reagan.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="249" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqrE2cVcXwhCF4PUFudGMUtnb0A3DyWUXkqO2Pq4aJ5rJYZnBp2ZWAt2_NpWvC-7JsleasIZHw9QSw_vHGmt5BXqHbxykLKASksW6lSyPBbZXjWlnTZhWx9RsjRusG9_U5WBpRkKmn2abH/s320/Reagan.jpg" width="320" /></a>Há situações em que parecemos dominados por forças sobrenaturais. Entidades etéreas cujo poder sobre nossas vidas se mostram avassaladoras. No Brasil, d<b>e Collor em diante um desses zumbis se chamou "as forças do mercado"</b>. Tudo passou a ser sacrificado no altar da nação em glória e honra desse ente tão falado, mas nunca visto, cheirado e/ou tocado. Não obstante, com poder suficiente para varrer do mapa as economias de diferentes países, e jogar na miséria milhões e milhões de pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Segundo os ideólogos da doutrina neoliberal, a "mão invisível do mercado" tudo podia pois sob seu controle estava o poder de mudar o destino da humanidade. De acordo com eles, para melhor</b>. Glória! Glória! Aleluia" Aleluia! Gritavam exultantes seus humildes servos. Até decretaram o <i style="font-weight: bold;">fim da história</i>. A partir da globalização capitalista não haveria outra coisa senão o "nada". Restava, então, nos conformarmos e pedir à suprema onipotência e onisciência da economia desregulada que nos protegesse de todo o mal, e que tivesse complacência com os nossos pecados mundanos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8x5w5UhSf8ntmYm1_qaDh_GATLmG0VRW4EW4nmSTyfvbS9cjw7luYDFyeZrwLWWlnehHKz3ilt5iwVRj9i2d8bC3SrtK3lZwzE7uGhVfa9e9Jnc4BT5GTuuZ0hF9Keopy9_fI__uKbDuT/s1600/Thatcher.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8x5w5UhSf8ntmYm1_qaDh_GATLmG0VRW4EW4nmSTyfvbS9cjw7luYDFyeZrwLWWlnehHKz3ilt5iwVRj9i2d8bC3SrtK3lZwzE7uGhVfa9e9Jnc4BT5GTuuZ0hF9Keopy9_fI__uKbDuT/s320/Thatcher.jpg" width="231" /></a>
</div>
<div style="text-align: justify;">
A partir do final dos anos 1970 dois grandes sacerdotes surgiram a revelar a "boa nova" neoliberal: <b>Ronald Reagan</b> e <b>Margareth Thatcher</b>, então presidente dos EUA e primeira-ministra do Reino Unido, respectivamente. Bancos Centrais, Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (BIRD), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Organização Mundial do Comércio (OMC) e outras instituições logo se converteram em templos sagrados da nova (des)ordem mundial. Muitas universidades colaboraram para a confirmação dos dogmas neoliberais - <b>veja o filme </b><i><b>Inside Job</b>;</i> parlamentos, grande parte dos partidos políticos, do judiciário e da mídia corporativa se tornaram fiéis pregadores da globalização capitalista.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Analistas econômicos assumiram a nobre missão de convencer os incautos de que o "reino" finalmente havia sido alcançado</b>. O <i>progresso</i> tão almejado finalmente mostrava-se em toda a sua plenitude. Somente os hereges não enxergavam isto. Não obstante, o "deus mercado" exigia sacrifícios. <b>E esses sacrifícios aumentavam exponencialmente quanto mais os servos se aproximavam da base da pirâmide social, mas isso um mero "detalhe"</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Nosso "deus" necessita de sacrifícios para aplacar sua ira e nos conceder o direito de viver", gritavam exaltados os clérigos e os crentes da nova (des)ordem. Privatizemos nossas empresas e bancos públicos, pois são ineficientes; abramos nossa economia à concorrência internacional e a desregulemos, afrouxemos a fiscalização sobre a atuação do setor privado, permitamos que as humildes corporações transnacionais possam remeter seus lucros ao exterior sem quaisquer constrangimentos. A Tábua das Leis foi alterada. Os mandamentos foram reduzidos a alguns considerados essenciais:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>1. Amarás o "deus mercado" acima de qualquer coisa e lhe serás fiel até o fim dos dias dos bilhões de miseráveis que sucumbirão por não serem úteis ao sistema</b>;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2. Amarás o dólar, o euro, o yen e outras moedas valorizadas como a ti mesmo</b>;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3. Não julgarás os pastores e as instituições que pregam a nova (des)ordem mundial, mesmo que tenham roubado, fraudado, enganado ou desviado recursos públicos, pois ninguém possui estatura moral para atirar a primeira pedra</b>;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4. Os servos excluídos da ciranda financeira global devem resignar-se com o destino a eles imposto, pois esse é o desejo do "deus mercado" e nada e ninguém pode contradizê-lo</b>;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5. Os hereges serão condenados em vida pela mídia e pelos órgãos de repressão do Estado. Aos hereges restará carregar sobre os seus ombros os pecados do mundo e pagar por eles no inferno</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHoyazDTCKhF37vCJbae5UCni2PNWSfnIIZSZo3kEfXxFkTWn43LzVX0S2Nf_FdxcV6kiaYKb1qOYyKm_7iZfJgFvXs3QJGTgAoNacXs0TFk2of7ORvgGwHGuMmRJ0CQ1ZKp0DVev4pHc5/s1600/deus+mercado.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHoyazDTCKhF37vCJbae5UCni2PNWSfnIIZSZo3kEfXxFkTWn43LzVX0S2Nf_FdxcV6kiaYKb1qOYyKm_7iZfJgFvXs3QJGTgAoNacXs0TFk2of7ORvgGwHGuMmRJ0CQ1ZKp0DVev4pHc5/s320/deus+mercado.bmp" width="238" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Todavia, o "reino" que era para durar <i>mil anos</i> resistiu um pouco mais de duas décadas. A economia cresceu - quando cresceu - de forma inexpressiva, os conflitos sociais se exacerbaram, assim como o número de miseráveis nos quatro cantos do mundo. Os Estados nacionais que se converteram nos grandes arautos da religião neoliberal quebraram, faliram</b>. Contraditoriamente, porém, os dogmas da nova (des)ordem continuam firmes a embalar os sonhos de muitos governantes, dos analistas econômicos e da mídia em geral, de membros do parlamento e do judiciário, entre outros. <b>As corporações transnacionais estão mais poderosas do que nunca, especialmente as do setor financeiro</b>. As crises que abalam Grécia, Portugal, Espanha, Itália, França, Grã-Bretanha, Japão e EUA converteram-se em fonte adicional do aumento de poder das avaliadoras de risco - como a Godman Sachs -, dos bancos (agiotas institucionalizados) e d<b>e uma gama minúscula de endinheirados, incluindo o narcotráfico e o tráfico de armas e de mulheres. Em conjunto, é a nova forma do crime organizado sob a face da terra da qual a associação Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres, Veja, Globo, Folha de São Paulo e Estadão é apenas uma ponta do titânico iceberg ainda sob o manto da impunidade</b>.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8aKULDl5Vpj0LGxl41MO146ee__Y0SOCmVXCpvtZqUZs50crZQ7IyIr-Xfm3irRvBK2PaoOYEiQfmvmIMV7M539UhsVKWJnSF-Odt_1NgqhBGR_euRvWSoMu37LV_6vfF_-F5DnJavowH/s1600/Revista+VEJA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8aKULDl5Vpj0LGxl41MO146ee__Y0SOCmVXCpvtZqUZs50crZQ7IyIr-Xfm3irRvBK2PaoOYEiQfmvmIMV7M539UhsVKWJnSF-Odt_1NgqhBGR_euRvWSoMu37LV_6vfF_-F5DnJavowH/s320/Revista+VEJA.jpg" width="248" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-72241787237233470102012-04-20T17:12:00.019-03:002012-04-20T18:30:47.729-03:00Aos amigos que partem cedo.<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%;">As pessoas </span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 16px;">boas </span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%;">deveriam ser obrigadas a ficar conosco mais tempo, a fim de nos ajudar a sermos melhores. A pressa com que elas passam por este plano nos deixa a dúvida se isso é um sinal positivo de que caminhamos para algo mais saudável ou, pelo contrário, significa que as coisas tendem a ficar piores.</span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Não tenho certeza, mas parece que no livro dos Macabeus, Antigo Testamento, há uma questão sobre a morte de jovens. É que eram considerados virtuosas as pessoas que morriam bem velhinhas. Seriam as agraciadas de Deus. Ocorre, porém, que muitos jovens morriam nas guerras e isso acabou provocando uma celeuma: estes não eram amados por Deus?</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Não seria legal se num mundo tão conturbado como o nosso as pessoas de bom coração ficassem aqui por mais tempo para nos ajudar a melhorá-lo? Alguns podem dizer: mas Deus estava precisando delas. E nós, não estamos precisando muito mais? Não, não estou afirmando que Deus é injusto. Contudo, o mundo fica mais injusto sem essas pessoas.</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Estou escrevendo isso por causa da morte do amigo Valmir Bispo. Estudamos juntos no curso de História da UFPA lá pelos idos da década de 1980. Militamos juntos no PT por muitos anos, sempre em agrupamentos políticos diferentes. Ao pensar nele constatei que nunca, em tempo algum, presenciei algum gesto da sua parte que eu poderia classificar como autoritário <span style="font-size: 100%;">ou desrespeitoso. Pelo contrário, sempre foi um doce de pessoa, um sujeito tolerante.</span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;">Valmir sempre defendia seus pontos de vista firmemente, mas jamais com agressão. Em vários momentos estivemos em campos opostos dentro do PT. Todavia, as lembranças que guardo dele são as melhores possíveis.</span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5733592059478613074" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCU5QUSKoOzvH6wyk2qg0YijzsAGqGFrshmHw2eWgfyVrY4F9fyHOTvz1A6hT9VF_RaNWlNu0z4kIplXdbk75jWCiUieTBYZZFDxHGMCfEuGxf3ESwZP9Brh6Q2VIUyLf_dycp6Fan65DD/s400/Valmir.jpg" style="color: #0000ee; cursor: pointer; display: block; height: 320px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 249px;" /></span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;">No último dia 29 de março nos encontramos pela última vez. Foi quando integrei uma mesa de debates durante o Encontro Pan-Amazônico de História Oral. Lá estava ele sentado na última fileira da sala. Terminada a atividade nos encontramos lá fora. Nos abraçamos. Ele perguntou se eu tinha o email dele e eu respondi que sim. Disse ele: "vamos nos encontrar qualquer dia desses pra batermos um papo". Concordei e nos demos mais um abraço. Foi a última vez que nos vimos.</span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;">A marca dele era ter um grande sorriso na face. Aliás, parecia estar sempre sorrindo, feliz com a vida: seja dançando no Arraial do Pavulagem, seja trabalhando pelo fortalecimento das manifestações culturais no nosso estado.</span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;">Anos atrás foi o Manoel Amaral que partiu. Este era mais duro na defesa dos seus pontos de vista. Não aliviava durante o debate, mas tinha um coração tão grande quanto ele. A convivência no PT se transformou numa grande amizade. De vez em quando visitava a casa dele. Ficava me perturbando pra que eu participasse dos jogos de futebol de salão que ele e outros promoviam toda semana. E mesmo quando ele se filiou ao PSOL jamais deixamos de nos falar, ou de debatermos sobre a política local e os rumos da esquerda.</span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-size: 100%;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5733594073064443938" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKyePwUHLXjpLLvaZ5_MgvTZ23O34XypsF_mAz5V-ll_xR7RVkUWdZxpATvg5uDQ5c4nUyiq3szMORJisxm0M0T6lrohflE9QrAaUXcNPaAXD1mqliegyVsHVmANiIIJLeyVIWVxrh_mba/s400/Manoelzinho.jpg" style="color: #0000ee; cursor: pointer; display: block; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; height: 220px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 200px;" /></span></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Também nunca integramos o mesmo grupo político, mas isso jamais foi obstáculo entre nós. Trocávamos ideias, divergíamos e, ao final, tudo se resolvia com boas gargalhadas. O maior defeito dele era ser um fanático torcedor do Payssandu. Mesmo isso se transformou em mais um motivo de fortalecimento dos nossos laços de amizade.</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Ao lembrar do Valmir e do Manoel me dou conta de que é plenamente possível a convivência com quem pensa diferente da gente. Também ficou mais evidente que a militância não retira a ternura das pessoas, não as torna insensíveis. Se havia uma coisa em comum entre os dois era a paixão pela vida, o carinho com a família e com os amigos.</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Tudo isso também serve para o Carlinhos Galiza que morreu semana passada por causa de um acidente doméstico. Ele que ajudou a formar toda uma geração de militantes através do trabalho pastoral da Paróquia de São Sebastião, na Sacramenta, em plena ditadura militar. Com o apoio resoluto dos padres João Beuckenboon e Tiago Widen, diga-se.</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Por que os bons partem cedo? Querem nos colocar à prova? Quais seriam os motivos? O mundo empobrece com a partida deles. A vida de quem conviveu com eles fica mais triste e não há como disfarçar completamente um certo sentimento de revolta que nos corrói por dentro.</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Concluo com um singelo poema que escrevi tempos atrás:</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<b>PERDAS E GANHOS</b></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
O medo da perda</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
É algo que nos consome</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Dilacera nossa alma</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Paralisa nossas forças</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Abismo é seu nome</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
O medo da perda</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Torna a vida mais dura</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Ossifica o pensamento</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Envelhece a juventude</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Aprisiona a aventura</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
O medo da perda</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Confunde os nossos sentimentos</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Nos faz dominar o outro</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Limita os nossos passos</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Rouba nossos melhores momentos</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Porém, a perda é prima-irmã da vida</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Faz parte do nosso ser</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
É a dor que nos ensina</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
É o fato que nos lembra</div>
<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
Que pra germinar é preciso morrer</div>Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11804656530901751194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6159972240953682921.post-40064516189261361572012-04-17T04:37:00.000-03:002012-04-17T04:37:17.228-03:00Deus é Matemático<br />
<div style="text-align: justify;">
Olá, galera!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nessa minha postagem de retorno, tenho certeza que muita gente não vai concordar comigo, mas pretend<span style="font-family: inherit;">o apenas e<span style="background-color: white; line-height: 13px;">xpor uma concepção de mundo que eu tenho há muito tempo. Então podem vir as críticas, sem problemas.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; line-height: 13px;">Dia de segunda-feira a noite aqui em casa geralmente assistimos ao CQC da Band, um programa que já foi melhor antigamente, mas que ainda rende algumas boas risadas. No entanto, o jantar em família de algumas horas atrás nos fez esquecer do programa que vemos rotineiramente, isso porque começamos a falar sobre alguns assuntos que podem ser facilmente discutidos em ocasiões como essa: Religião, viagem no tempo, Positivismo, Filosofia, Big Bang, Matemática, Teoria do Caos, Probabilidade, surgimento da vida, alienígenas, futuro da humanidade, entre outros.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; line-height: 13px;">Enfim, foi um jantar pra lá de proveitoso, </span></span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">que durou horas e nos fez esquecer da programação rotineira. </span><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; line-height: 13px;">Porém eu vim aqui falar da opinião que eu e</span></span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xternei para os meus familiares, na tentativa de fazer com alguém concorde comigo, já que eles o fizeram no má</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">ximo de forma parcial. Minha teoria (quando digo minha, não quero dizer que eu a criei ou que ninguém tenha falado sobre isso antes de mim, e sim que eu sempre pensei dessa forma) é que o que concebemos hoje como Deus, criador de tudo e de todos, é o maior matemático de todos os tempos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ER9xdvvpvhdn3sQgAgkfBWxdEKt4YNyelJLFTz6TXWYE6SpZ-FcqSIEEyMENA8Zg5dmVQ4ootOIWzDU4ibJY-oaImGxvhi47pQ9RCosnC4wXVetX-N9S7qSb7HOCdg23afeUMfEh2M6e/s1600/Deus+Matem%C3%A1tico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ER9xdvvpvhdn3sQgAgkfBWxdEKt4YNyelJLFTz6TXWYE6SpZ-FcqSIEEyMENA8Zg5dmVQ4ootOIWzDU4ibJY-oaImGxvhi47pQ9RCosnC4wXVetX-N9S7qSb7HOCdg23afeUMfEh2M6e/s640/Deus+Matem%C3%A1tico.jpg" width="368" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;">Ou talvez um engenheiro, que seja, o importante é que ele gosta muito de matemática. Talvez você esteja pensando: "Lá vem esse positivista dizer que a ciência e</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xplica tudo!", mas calma, dei</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xa eu tentar e</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xplicar, antes de você discordar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;">Muita coisa que diz respeito à natureza, seus fenômenos como as chuvas, terremotos, disposição de átomos, leis da física, etc., podem ser e</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xplicadas através de recursos matemáticos. E</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xistem coisas realmente surpreendentes na natureza pra simplesmente terem sido obras meramente do acaso. Um bom e</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xemplo disso é a relação entre o animal aquático nautilus, a disposição dos galhos de uma planta e sequência de Fibonacci. Pra quem não lembra, Fibonacci foi um grande matemático italiano nascido no século </span><span style="line-height: 13px;">XII</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">, o qual </span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">ficou conhecido, entre outras coisas, por ter elaborado uma sequência de números que começava com o número 1 e os pró</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">ximos números eram a soma dos dois números anteriores: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89... </span></div>
<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><span style="line-height: 13px;"><img height="235" src="http://users.sch.gr/kampranis/nautilus-math.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;"><span style="line-height: 13px;">O formato do Náutilus se dá conforme a sequência de Fibonacci.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><img alt="Achilla ptarmica" src="http://anilec.files.wordpress.com/2008/10/broto13.png?w=480" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">A quantidade de galhos de uma planta cresce conforme a sequência, também.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há muitos outros e<span style="background-color: white; line-height: 13px;">xemplos, inclusive com o chamado "Número de Ouro" da natureza, que podem ser vistos nesse site: </span> <a href="http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm203/numeros.htm">http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm203/numeros.htm</a> (Vale muito a pena dar uma conferida, não custa nada!). Com a matemática podemos fazer previsão do tempo, calcular intensidade de terremotos, e até estipular os efeitos danosos que o desflorestamento acarretará para a temperatura do nosso planeta. Além disso, a matemática está bastante presente nas leis da física e da química, ajudando-nos a compreender o mundo em que vivemos cada vez mais fielmente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><img height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_NGUNDNrbiGuGNuxhSSxJKFPmlPZpVHGYhk6MGhtU_gSYm5jwxPsavCEdFFP4_kV1CUWXGv89J3k5SuyQ_JR_Y7QdP3vD7Y2nEm2YMJ_VsQfYjERH1OisraC-F4oJf_G35o4Gp6OVv4ZJ/s200/363px-Water_molecule_dimensions.svg.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="186" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Geometria Molecular</td></tr>
</tbody></table>
<br /><div style="text-align: justify;">
Então vamos à nossa questão: na minha concepção, a ciência coe<span style="background-color: white; line-height: 13px;">xiste com a espiritualidade. Nossas descobertas científicas, na verdade, são descobertas dos feitos divinos no universo, todas as leis físicas, químicas e biológicas derivam da vontade divina. Por que ele fez isso? Não sei dizer, mas simplesmente não é possível esse universo ser tão perfeito ao acaso. Há um grande engenheiro matemático por trás de tudo isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Aí vem a pergunta: mas se dá pra e<span style="background-color: white; line-height: 13px;">xplicar tudo através da matemática, poderemos prever o futuro de tudo e de todas as coisas? Aí, meu caro, depende da sua concepção de futuro, mas na minha não. Tudo que acontece na nossa vida é derivado das probabilidades matemáticas. As coisas, na minha concepção, acontecem devido a inúmeras variáveis, como lugar, tempo, pessoas, meio ambiente, concepções culturais, individuais ou coletivas, entre muitas outras. Cada combinação dessas quase infinitas variáveis gera um possível futuro, para cada pessoa, lugar, nação, objeto, animal, ou seja, tudo. Com a tecnologia que nós temos hoje, é impossível analisar tantas variáveis tão comple</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xas, o que não quer dizer que daqui a alguns séculos não tenhamos essa possibilidade, visto que a poucos séculos atrás sequer podíamos nos comunicar de uma cidade para a outra sem levar várias horas e até dias. Mas s</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">e um dia formos capazes de processar tantas informações forem necessárias, poderemos sim relatar todas as possíveis consequências que determinadas ações poderão gerar, porém, ainda assim, não poderemos dizer qual delas irá acontecer. Podemos dizer o que é mais provável acontecer, mas nunca o que <u>de fato</u> irá acontecer. Aí entra o acaso. Aí entra Deus, nas nossas vidas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;">É válido lembrar que eu to falando da natureza, não das relações humanas. Essas últimas são ainda muito mais comple</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xas, e seu entendimento beira a impossibilidade. O foco aqui é mostrar como a matemática, junto com as outras ciências naturais, poderão e</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xplicar tudo, ou praticamente tudo, de como as coisas da natureza acontecem. Além do que, aqui, não to tentando justificar o porquê de Deus nos criar, ou interferir nas nossas vidas, e sim que ao criar tudo, fez com um toque matemático.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 13px;">Não sei se consegui passar bem o que eu queria, confesso (são 04:35 da manhã), mas se alguém captou o que eu quis dizer, e tiver mais e</span><span style="background-color: white; line-height: 13px;">xemplos do toque matemático de Deus, ficarei super grato. Quem não concorda, beleza. O importante é se sentir feliz e praticar o bem, seja lá em que você acredita. 0/</span></div>Alexandre Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/07768061656617443082noreply@blogger.com1