A casa foi arrombada, invadida e agora está sendo destruída por dentro. No caso em questão, a casa é a Amazônia. Para garantir que duas novas hidrelétricas sejam construídas no rio Tapajós o governo federal editará uma medida provisória reduzindo o tamanho de três unidades de conservação, inclusive o da mais antiga da região. Segundo o jornal Folha de São Paulo do dia 13 de julho, outras cinco áreas protegidas também estão na mira do governo. Ainda de acordo com o jornal, uma "medida provisória a ser editada ainda neste mês determinará a "desafetação" (redução) do Parque Nacional da Amazônia e das florestas nacionais de Itaituba I e II. As unidades serão alagadas pelos reservatórios das usinas São Luiz e Jatobá, no rio Tapajós, no Pará".
O absurdo dessa iniciativa do governo é que não há sequer estudos prévios para analisar os impactos sobre a floresta e comunidades dessa possível redução das áreas protegidas. Ou seja, a decisão foi tomada e ponto final. Não interessa aos governantes e seus aliados (empreiteiras, bancos nacionais e estrangeiros, parlamentares, partidos e outros) as consequencias dessa insanidade. É importante registrar que o pedido de diminuição dessas áreas foi feito pela Eletronorte sem que a empresa tenha apresentado justificativa plausível. Como disse acima, um verdadeiro aburdo!
As pessoas responsáveis pelas áreas protegidas já foram comunicadas pelo presidente do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da decisão do governo federal e, ao mesmo tempo, foram "instruídas" a não dar entrevistas à imprensa. Ocorre que os/as responsáveis se posicionam contrários(as) às intenções emanadas de Brasília. A tendência mais provável é que tais pessoas sejam devidamente "enquadradas" pelo governo federal ou afastadas de suas funções, da mesma forma como ocorreu com os/as técnicos(as) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) que se opuseram à construção das hidrelétricas Santo Antonio e Jirau, em Rondônia, e Belo Monte, no Pará.
As pessoas responsáveis pelas áreas protegidas já foram comunicadas pelo presidente do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da decisão do governo federal e, ao mesmo tempo, foram "instruídas" a não dar entrevistas à imprensa. Ocorre que os/as responsáveis se posicionam contrários(as) às intenções emanadas de Brasília. A tendência mais provável é que tais pessoas sejam devidamente "enquadradas" pelo governo federal ou afastadas de suas funções, da mesma forma como ocorreu com os/as técnicos(as) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) que se opuseram à construção das hidrelétricas Santo Antonio e Jirau, em Rondônia, e Belo Monte, no Pará.
Como senão bastasse toda essa situação acabamos de ser "premiados" com a entrevista de Curt Trennepohl, presidente do IBAMA, quando este afirmou "que seu trabalho não é cuidar do ambiente, e sim minimizar impactos ambientais". Ora, se o papel do IBAMA não é cuidar do meio ambiente ele serve realmente para quê? De acordo com a jornalista Allison Langdon, do programa "60 Minutes", Trennepohl, achando que os microfones estavam desligados, "sugeriu que o Brasil faria com os índios a mesma coisa que a Austrália fez com os aborígenes, população nativa do país da Oceania". Só para lembrar: no século XIX os colonos britânicos da Australia realizaram intensa campanha de extermínio dos aborígenes, inclusive oferecendo prêmio a quem os matasse. Qual a condição moral de o sr. Trennepohl continuar à frente do IBAMA?
O modelo de desenvolvimento econômico brasileiro é baseado na exploração intensiva e insustentável de recursos naturais. E a Amazônia é o "rico baú" que precisa ser aberto e explorado a qualquer custo. Nosso "destino" é termos as riquezas saqueadas para favorecer interesses de poderosos grupos econômicos do Brasil e do exterior, enquanto à nossa região cabe tão somente ficar com os profundos impactos socioambientais negativos? Vamos aceitar isso passivamente?
Por fim, uma informação divulgada hoje pela rede EcoAgências: "A emissão de gases que contribuem para o “efeito estufa” de hidrelétricas é quatro vezes maior do que se pensava, segundo um estudo do Instituto Catalão de Ciências do Clima (IC3) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Brasil. Este estudo põe em dúvida a reputação de “energia limpa”, que se ostentava para a energia hidrelétrica e indica que estas centrais produzem emissões de partículas de metano na atmosfera, um gás que contribui mais para o aquecimento global da Terra que o dióxido de carbono (CO2)". Diante dessa notícia como justificar a construção de 302 barragens na Amazônia até 2050?
O modelo de desenvolvimento econômico brasileiro é baseado na exploração intensiva e insustentável de recursos naturais. E a Amazônia é o "rico baú" que precisa ser aberto e explorado a qualquer custo. Nosso "destino" é termos as riquezas saqueadas para favorecer interesses de poderosos grupos econômicos do Brasil e do exterior, enquanto à nossa região cabe tão somente ficar com os profundos impactos socioambientais negativos? Vamos aceitar isso passivamente?
Por fim, uma informação divulgada hoje pela rede EcoAgências: "A emissão de gases que contribuem para o “efeito estufa” de hidrelétricas é quatro vezes maior do que se pensava, segundo um estudo do Instituto Catalão de Ciências do Clima (IC3) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Brasil. Este estudo põe em dúvida a reputação de “energia limpa”, que se ostentava para a energia hidrelétrica e indica que estas centrais produzem emissões de partículas de metano na atmosfera, um gás que contribui mais para o aquecimento global da Terra que o dióxido de carbono (CO2)". Diante dessa notícia como justificar a construção de 302 barragens na Amazônia até 2050?
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