Antes que aches que eu sou um lunático que quer o fim do mundo, recomendo que leia o post todo.
Um dia o Mundo vai acabar. Só não se tem certeza quando. |
Já algum tempo vinha pensando em falar sobre essa temática: consequências de um possível fim do mundo. Mas aí eu fui pensar direito sobre o assunto e percebi que primeiramente deveríamos refletir sobre o que seria de fato esse tão tenebroso "Fim do Mundo". Ora veja só, o fim do mundo como o conhecemos está retratado em diversas formas da arte (cinema, literatura, fotografias, etc.), em muitos momentos da história humana.
História humana. É justamente nesse ponto que eu queria chegar. O mundo só vai ter fim porque nós, seres humanos, existimos. Mas calma lá, não to me referindo, necessariamente, à interferência do Homem na Natureza, até porque isso tá ficando bastante clichê. Refiro-me que uma possível destruição do planeta só afetaria a nós, terráqueos. Deixe-me explicar: Tudo o que a humanidade construiu até hoje, ou seja, toda a tecnologia, todo o conhecimento científico e filosófico, todos os seus avanços para o nosso próprio bem estar, entre outros, aconteceu aqui, no nosso planeta.
Mas tu já te perguntastes como seria o planeta Terra se nós, seres humanos não existíssemos? Ou melhor ainda, já veio na tua cabeça a seguinte pergunta: e se não houvesse a Terra no Sistema Solar? O que ia acontecer? Eu te respondo: nada. Cara, não ia mudar nada. Ainda existiriam 7 planetas inabitados girando em torno do Sol. Mudaria alguma coisa pra Via Láctea? Não. Mudaria algo para o universo? Também não.
Tá, tudo bem que eu não sou nenhum cientista para afirmar com precisão se nada ia mudar mesmo, mas o que eu to querendo dizer é que tudo o que a humanidade já viveu e vive aqui na Terra provoca efeitos apenas em nós mesmos. O que quero dizer é que somos insignificantes para a dimensão do Cosmos.
Todas as guerras, inventos, golpes, curas, mortes, nascimentos, tragédias, piadas... Tudo, aconteceu aqui nesse planetinha. |
Acredito que todos nós acompanhamos perplexos o que aconteceu lá no Japão, dias atrás. Assim como o que aconteceu no Rio de Janeiro, um pouco antes disso. Todo mundo ficou triste, muita gente ajudou e continua ajudando, e muita coisa ainda tá sendo reconstruída. Mas quer saber uma coisa de verdade? A vida continua. Quando essas tais tragédias aconteceram, as pessoas de todo planeta ficaram assustadas, e se comoveram com a situação dos desabrigados, e as muitas famílias mortas. Mas passado alguns dias ou semanas, só quem lembra de verdade o que aconteceu são as pessoas que viveram ou que vivem na pele aquilo. Quem não viveu, tá vendo Big Brother uma hora dessas, ou lendo Crepúsculo, no Orkut vendo a comunidade do Clube do Remo, ou assistindo The Big Bang Theory ou ainda ouvindo Pink Floyd. É sério, de uma hora pra outra muita gente esquece o que aconteceu e segue sua vida, seja lá o que essa pessoa faz da vida.
Claro que isso é culpa também da imprensa sensacionalista que temos. Ela sempre estampa tragédias nos jornais, e nos faz pensar o quão ruim foi aquilo, mas quando o assunto não rende mais tanta grana, esquece e arruma outra tragédia pra comentar. Quem mora em no Pará, sabe que passamos umas duas semanas com manchetes nos dois principais jornais do estado sobre o prédio que caiu aqui em Belém, mas agora ninguém lembra mais disso.
Mas onde é que o Alexandre tá tentando chegar, com tudo isso? Bem, eu não sei de fato. Acho que é mais pra te refletir sobre isso. Refletir do porquê da tua existência. O que tu fazes pelo mundo? Qual tua importância pra isso tudo? Enfim, por que viver?
Calma cara, não vá querer te matar. Não é isso. Pelo contrário, o que eu quero dizer é que tu deves viver tentando fazer algo que realmente valha a pena, pra que depois que tu morras, alguém que não seja teu parente, ou teu amigo, lembre de ti. Sim, sim. Escreva um bom livro. Seja um excelente jogador de futebol. Faça um filme. Descubra a cura da Aids. Seja o primeiro homossexual presidente do Brasil. Seja o primeiro brasileiro a pisar na Lua. Torne o seu país mais justo.
Porque é isso, meu amigo, o mundo tá aí e pode acabar a qualquer momento. Pode ser um meteoro, umas bombinhas atômicas de leve, uma nova era glacial, uma expansão do Sol que engoliria a Terra, uma infestação de nanorrobôs ou um ataque biológico (só lembrando que ano que vem é 2012). Isso acabaria com a humanidade, mas os outros planetas, estrelas, meteoritos, galáxias e tudo mais, continuariam intactas. Mas enquanto o nosso mundo não acaba, nós podemos morrer de muitas formas mais simples: assaltos; acidentes de carro, moto, barco, avião; eletrocutado; de doenças incuráveis; por vingança; por descuido.
E a Copa? E as Olimpíadas? Como é que ficam? |
Só que até o mundo não acabar, as histórias das nossas vidas ainda poderão ser contadas por muitos e muitos livros, filmes, comunidades no Orkut e Facebook, blogs, fóruns de discussão, entre outros. Só não vão ser contadas se nós simplesmente não fizermos nada de útil. E aí a sua estadia aqui na Terra também não será útil.
Grandes homens e mulheres ficaram marcados para a história da humanidade. Alguns para o mal, outros para o bem. Se o mundo acabar, nada disso será importante, no fim. Mas enquanto não for o fim, tu podes dar uma razão para o teu viver. Não sejas mais um. Sejas importante. Faça as pessoas sentirem falta das tuas idéias inteligentes, do teu sorriso no rosto, da tua esperança em dias melhores. O mundo pode até acabar, mas antes disso, eu vou dar minha contribuição para a humanidade.
O mundo da forma como o concebemos pode acabar a qualquer momento. |
Um dia, todos vamos morrer. E se todos morrerem ao mesmo tempo, não teremos mais guerras, nem doenças e nem tragédias. Mas será mesmo que é preciso todos nós morrermos pra que isso não exista mais? Pense nisso.
E pra deixar esse post ainda mais contraditório e finalizar com chave de ouro, uma frase do Dr. Manhattan para a sua ex-namorada Laurie, em Watchmen, o filme:
"Aqui [Marte] travamos nosso diálogo. Nele você me pede para impedir a guerra nuclear eminente. Mas porque eu salvaria um mundo[Terra], se ele não me interessa mais?"
E um diálogo entre os dois, no mesmo filme:
Dr Manhattan (falando sobre o que ele vê na Terra, no futuro): "Há ruas cheias de cadáveres."
Laurie: "Jon, por favor! Você tem que impedir isso! Toda aquela gente vai morrer!"
Dr Manhattan: "E o Universo nem perceberá. Na minha opinião, a existência da vida é um fenômeno exageradamente valorizado. Olhe a sua volta, Marte se vira perfeitamente bem, sem um único micro-organismo."
Grande Dr. Manhattan! |
É isso parceiro! Na próxima eu faço um post mais light. 0/