Olá blogueiros de plantão!
Primeiramente, quero agradecer as visualizações e comentários de minha ultima postagem. Em segundo, falar das contribuições de minhas amigas Ellen e Mylene, acerca de minha ultima postagem “Simplesmente Água”. Na realidade, a minha integridade física foi ameaçada, caso não fizesse essa “homenagem” à elas.
E como sempre falo, vamos ao que interessa.
Creio que a grande maioria de vocês conhece ou possue uma idéia do significado da palavra “utopia”. Espero. Basta lembrar-se das aulas de História, em que os professores falavam do socialismo utópico. Lembraram? Se mesmo assim não rolou, aqui vai: “O ‘utopismo’ consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo, absurdamente, otimista de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem”.
Acho que vocês já devem estar imaginando onde quero chegar com tudo isso, não?
Muito bem, pra quem não me conhece, informo que faço faculdade de Licenciatura em Matemática (e o kiko?) e assim como em qualquer instituição de ensino, temos bons e maus professores, matérias que gostamos e outras que não descem nem com coca-cola. Apesar de não gostar, respeito, pois fui educado assim.
Enfim, esses dias mexendo em minha mochila, encontrei algumas apostilas de matérias pedagógicas, depois de lê-las, parei e pensei: “será que isso realmente iria funcionar na minha escola do ensino fundamental?”. Galera, existe uma metodologia de ensino que tenta relacionar a matemática com o cotidiano do aluno e eu meio que sarcasticamente pensei se isso fosse aplicado na minha escola: “Bem turma, se o Zé Pequeno precisa de 15 reais e ele possui 3 petecas, a quanto ele deveria vender cada uma?”.
Não estou dizendo que todas as crianças da minha sala sabiam disso (na verdade todas sabiam sim xD) ou que não havia outros assuntos do cotidiano para explorar nessa metodologia, foi apenas uma imaginação doida. Em meio a essa imaginação de doido, lembrei de um amigo que tinha o pai como produtor e os irmãos vendedores de drogas, ou seja, o cotidiano dele era esse!!!. E ai, como trabalhar essa metodologia com ele?
1) Tentar buscar outro assunto do cotidiano dele?
2) Outra metodologia?
3) Simplesmente ignorá-lo e passar o assunto adiante sem saber se ele assimilou, afinal ele é apenas UM?
Qual das três alternativas você acha que acontece mais nas escolas do subúrbio? Na verdade não interessa muito se a alternativa 3, acontece muito ou pouco, o que interessa é que ela acontece. Em algum lugar do Brasil, no mínimo UMA criança não está tendo a mesma oportunidade que as outras e nós sabemos que não é apenas uma, isso é justo? Para o Capitalismo é.
O que estou querendo dizer é que ao fazermos algo que possui o objetivo de ajudar alguém, devemos fazer pensando na pior situação possível, pois se serve pra essa situação com certeza vai servir para as outras. ALGUMAS dessas metodologias são elaboradas por pessoas que tiveram oportunidades, para crianças que irão ter a mesma oportunidade e ALGUNS professores ao lecionar não se atentam realmente em todas as histórias de vida dos seus alunos.
Nesse momento surgem algumas indagações, como por exemplo: “Mas cara, é humanamente impossível saber a vida dos 9541587845544 alunos que o professor deve ter”. Sim, concordo. Mas em um mundo utópico o professor não precisaria dar aulas pra esses 9541587845544 alunos para conseguir se sustentar, não acham? Mas esses problemas da vida de professor vocês já conhecem e foi muito bem resumido pela professora Amanda Gurgel, nesse vídeo a seguir.
Bem pessoas, casos como o do meu amigo felizmente são minoria, mas não é por isso que eles devem ser ignorados, são esses casos que realmente precisam de todas as metodologias, todas as medidas sócio pedagógicas, toda atenção do mundo, pois se algo do tipo tivesse sido feito com meu amigo, tal vez ele estivesse vivo hoje.
Esse post tinha o objetivo de falar sobre a minoria dos alunos que são excluídos todos os dias, mas é quase impossível falar sobre isso sem tocar nesses outros temas que acabei citando no post, com certeza é muito mais complexo do que qualquer um de nós possa imaginar e prefiro deixar esses assuntos para pessoas que realmente entendem e se sensibilizam com os excluídos do nosso país.
Apesar de não parecer, tento fazer a minha parte, mas todas essas coisas que disse até hoje no blog, fazem parte de uma sociedade utópica, coisas que são ideais, mas que todos nós sabemos nunca irão acontecer de fato. Sendo assim, muitos Fulanos irão morrer por falta de oportunidades, muitos líderes camponeses irão morrer defendo os interesses da minoria, muitos loucos ainda invadirão escolas para matar crianças, muitas crianças nascerão com Aids, muitas pessoas com potencial para minimizar a situação do mundo irão desistir, morrer ou ceder. Realmente acredito que o mundo não tem jeito, até por que não querem que ele tenha jeito.
Como dizia Karl Marx:
“As idéias dominantes de uma época sempre foram as idéias da classe dominante”.
E se você depois de ler tudo isso, me achou exagerado, catastrófico e não parou pra pensar sequer um minuto, parabéns. Você acha que vive em mundo utópico.
A cada post que fazes, me surpreendo mais contigo, Tico. Muito orgulho de fazeres parte desse projeto.
ResponderExcluirParabéns! Excelente postagem!
O jeito que tem Tico, é esse que você diz já estar fazendo, a sua parte. Outro dia, em uma conversa em família, alguém nos surpreendeu dizendo que gostaria de ser diretor de uma escola, por exemplo, pra tentar fazer a diferença na educação dos alunos dessa escola. Então é isso,onde estivermos, se amparados em uma visão ampla, crítica e comprometida com melhores dias, podemos sim fazer a diferença no futuro de muita gente. Acredite.
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