sábado, 30 de maio de 2009

Tá sem tempo? Então agradeça.

Uma coisa muito interessante me aconteceu essa semana. Essa história que vou contar-lhes é daquelas do tipo que tem "moral da história" no fim.

Eu moro em Belém e trabalho em Marituba, a vários e vários quilômetros da minha casa. Ou seja, eu saio de casa às 7:30 da manhã para a faculdade, onde tenho aula até meio dia. Nesse horário começa um projeto de Java na qual um dos meus professores convidou-me a participar, para dar aula para outros alunos da faculdade, inclusive alguns da minha própria sala de aula. Com isso, saio de lé 13:00 e tenho que chegar em Marituba City às 14:00. A viagem dura aproximadamente 1 hora.

Portanto, quando sobra algum tempo para o almoço, é no máximo 5 minutos, nos quais praticamente só engulo a comida, sem o luxo do uso da mastigação. E assim começa o emprego: dar aula de informática básica para alunos da comunidade, duas turmas por dia, duas horas cada turma. Então quando acaba tudo (18:00) ainda dou aula particular à um garoto, alguns dias apenas, mais precisamente às segundas e quartas. A casa dele fica em Belém, e devo estar lá às 19:00, onde fico até às 21:00. Chego em casa 21:30.

Essa é a minha rotina, sem contar é claro com o inglês sexta à noite, e com as aulas do curso de informática que eu faço aos sábados, das 08:00 às 18:00. Também não contei aí que o meu curso tem provas e trabalhos todas as semanas e que tenho namorada, que mora longe da minha casa.

Pois então, vamos agora à história, de fato: Estava eu, segunda feira a tarde, lá no meu emprego. Como muitas vez nos últimos meses, eu estava reclamando da vida, da minha falta de tempo. De eu chegar em casa sempre cansado, e ainda tendo que estudar. De eu passar a manhã toda na faculdade, não almoçar direito, ir para o emprego que me toma toda a tarde e depois ir para um "bico" e chegar em casa depois das 9. Eu estava, inconscientemente, falando isso para todas as turmas. Me reclamando. Como se fosse bonito isso.

Até que, em uma dessas reclamações, um aluno mais velho que eu assim falou:

"Por que tu vive reclamando da tua vida? Tem tanta gente por aí atrás de um emprego, e tu reclama porque tem dois!"

Mudou meu dia. Mudou minha semana. Mudou a minha vida.

Realmente, por quê? Tanta gente por aí, querendo ter algo para se ocupar. E eu aqui, reclamando. Eu faço uma faculdade pública, de qualidade por méritos próprios; Eu passei na prova de Monitoria em Computação; Eu fui chamado para dois projetos de pesquisa; Eu tenho um emprego; Eu tenho um "bico"; Eu faço Ingês; Eu faço dois cursos profissionais em informática; Eu tenho casa; Tenho o que comer, todos os dias; Tenho saúde (e que saúde! ^^); Tenho uma namorada maravilhosa, que me ama, e que eu a amo; Tenho família perfeita, unida, feliz; Amigos e amigas fiéis, verdadeiros, que me apoiam, que gostam de mim e que eu os confio meus segredos e desejos pessoais.

Tenho uma vida magnífica. Não há motivos para reclamações, apenas para agradecimentos. O motivo de toda essa história? Contar-lhes o quanto injusto eu estava sendo co a minha própria vida, rejeitando tudo o que eu sempre lutei para alcançar, e os alertar os leitores para não cometer o mesmo erro. Caso você não tenha a mesma sorte que eu, de encontrar um semi-analfabeto digital que ao mesmo tempo é um filósofo em vivência de vida, aqui estou eu a contar-lhes a minha história.

Façam bom proveito, e agradeçam a sua falta de tempo! 0/


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